Conectei meus fones no celular, e liguei a playlist do Artict Monkeys. Quando abri a porta de casa para mais uma de minhas caminhadas matinais, encontrei uma pasta acinzentada no chão.
Chutei-a de leva, só por precaução, e como nada de anormal aconteceu, eu abaixei e a peguei, constatando que só haviam papéis dentro.
Voltei para o interior da minha casa, e me dirigi diretamente para o escritório.
Me sentei e comecei a examinar a papelada, e ela se tratava de uma estratégia de roubo. Cálculos, probabilidades, itinerário policial da determinada data, placas e registros dos caminhões, lugar exato para ação, valor exato da carga, tudo! Fiquei realmente impressionada com a precisão de detalhes e com tamanha habilidade para desenvolver tal projeto tão bem. A única coisa que não me alegrava, era o país por onde a carga seria transportada, Irlanda. Nós agiamos em todo o Reino Unido, especialmente na Inglaterra, e ninguém ousava desafiar a nossa hegemonia. Mas na Irlanda haviam os Foster, e aquele território era deles.
No fundo da pasta encontrava-se uma folha de papel menor, com o texto feito a mão, em uma bela letra cursiva.
Olá! Eu estava com um pouco de tédio na noite passada, e resolvi criar esse relatório que está em suas mãos, baseado em uma carga com valor estimado em um milhão de libras. O que você achou? Infelizmente não será muito útil à você, existe uma hierarquia na Irlanda, certo?
Com carinho,
Neymar
Persistente e inteligente, tenho que admitir. Fez questão de impressionar-me antes de se revelar. Eu já imaginava que ele era capacitado para ser acoplado à nossa equipe, mas depois de ler essa estratégia eficiente, tive certeza!
Ele merecia uma chance com os Mitchel!
Neymar
Persistente e inteligente, tenho que admitir. Fez questão de impressionar-me antes de se revelar. Eu já imaginava que ele era capacitado para ser acoplado à nossa equipe, mas depois de ler essa estratégia eficiente, tive certeza!
Ele merecia uma chance com os Mitchel!
[...]
Fiz minha caminhada ainda repassando aquele plano na mente, e refletindo o quão bom ele era, inútil para nós, mas muito bom.
Cada um em nossa equipe era bom em determinada área. Gustavo era um hacker habilidoso, Matthew tinha ajuda de sua lábia para conseguir informações e distrair pessoas, Gilmar e Guilherme eram pilotos sem igual, os melhores entre nós; a montagem da maioria das estrategias ficava sob minha responsabilidade, e ter mais alguém para ajudar seria muito bom.
Cada um em nossa equipe era bom em determinada área. Gustavo era um hacker habilidoso, Matthew tinha ajuda de sua lábia para conseguir informações e distrair pessoas, Gilmar e Guilherme eram pilotos sem igual, os melhores entre nós; a montagem da maioria das estrategias ficava sob minha responsabilidade, e ter mais alguém para ajudar seria muito bom.
Assim que voltei para casa, depois de quase três horas, segui direto para minha sala de treinamento, no porão, onde, depois de me equipar com bandagens e ligar o som, passei a socar e chutar impiedosamente o Charlie, meu saco de areia.
- Garota, qual o seu problema com dormir? -a voz de Matthew apareceu, assim que a do vocalista do AC/DC sumiu do som.
- Liga esse som! Vem, vamos socar o Charlie! -disse enquanto secava meu rosto em uma toalha.
- Você não está mais com raiva de mim? -se aproximou, segurando o saco de areia.
- Não! Para de ser menininha! -ele riu, e empurrou Charlie, chutei e Matt teve que se esquivar para não ter o rosto atingido, foi a minha vez de rir.
- Vamos subir e comer, minha mãe mandou chamar você.
- Que horas são?
- Quase onze.
Deixei Charlie lá e subi com o Matthew. Tomei um banho rápido no meu quarto, para me livrar de todo o suor, e só então fui para a cozinha.
- Jade Mitchel, quantas vezes eu vou ter que repetir para você comer antes de fazer exercícios? -uma tia Grace histérica disse, pela quinquagésima vez.
- Desculpa, tia. Eu esqueci que a senhora estava aqui para preparar comida boa! -me sentei.
- Cínica! -Matt disse e riu. A campainha tocou e tia Grace foi atender, voltando no minuto seguinte junto com o Gustavo.
- E ae gente! -fizemos toques e ele sentou.
- Cara, eu juro que procurei o teu jogo, mas realmente não achei, deve ter sido a Jade quem pegou.
- O que? -perguntei sem entender.
- Relaxa, Matthew. Eu não vim buscar o meu jogo, que você pegou emprestado tem sete meses. Vim falar de outra coisa, mas vamos esperar o Gui e o Gil, que devem estar chegando.
- Não tô nem sabendo dessa reunião. -comentei.
- Porque acabei de criá-la. -explicou e riu.
- Comam logo, antes que os outros cheguem e vocês comecem com essa loucura! -tia Grace interviu, com seu olhar materno repreendedor.
Fizemos o que ela pediu, e logo que acabamos, os outros dois apareceram.
Sem demora estávamos todos no escritório, prontos para ouvir o Gustavo.
Sem demora estávamos todos no escritório, prontos para ouvir o Gustavo.
- Não vou enrolar. -começou ele- Chamei vocês para mostrar o projeto do aplicativo que eu tô criando.
- Aplicativo? Você vai sair da equipe? -Matthew perguntou.
- O aplicativo é bem moderno. Permite que você tire fotos, edite com variados filtros, siga pessoas e também tenha seguidores, curta, comente. E ainda pode compartilhar instantaneamente suas fotos nas redes sociais.
- Caralho, é bom, mas parece o Instagram! -Matt observou, animadissimo. Nós quatro gargalhamos e ele não pareceu entender.
- Isso é o Instagram. Seu burro! -Gui disse enquanto ainda ríamos.
- Vão se foderem! -Matthew protestou, tornando a situação ainda mais engraçada.
- Mas agora vamos falar sério. -pedi.
- Bom, o aplicativo verdadeiro não tem nome, e muito menos vai ser usado pelo mundo todo -riu- É algo que vai nos ajudar, como um sonar. Instalarei em celulares específicos que cada um de nós irá usar, não os nossos particulares, só para as operações. Ele indicará, na tela, onde cada um de nós está; e qualquer aproximação policial em um raio de 100 km. Ainda estou tentando ampliar isso, mas...
- Ampliar? Porra, moleque! Tu é um gênio! -Gil gritou, rimos.
- É muito bom mesmo, Gus! -elogiei.
- Valeu!
- Em quanto tempo fica pronto? -Gui perguntou.
- Três meses, talvez quatro. Eu sei que parece muito, mas é que preciso juntar todos os dados, terminar o algoritmo, resolver os bugs...
- Gustavo, fala a nossa língua! -Matthew interrompeu.
- Cala boca, Instagram! -eu disse, todos rimos e ele nos mostrou o dedo- Ei, eu também tenho uma coisa para falar. -caminhei até a mesa, e peguei a pasta cinza sobre ela, e recolhi o bilhete de Neymar- Eu quero que vocês dêem uma boa olhada nisso. -entreguei a pasta ao Gil, que estava mais próximo de mim, e me sentei no sofá de couro preto, esperando que todos terminassem.
- É bom demais! -Gui disse e todos concordaram, até Matthew.
- Não foi você quem fez, né? Porque isso é território dos Foster, você sabe. -Gil alertou.
- Não é meu! Lembra o cara dos Stark? Foi ele quem fez!
- Eu achei realmente bom, e acho que ele merece entrar! -Gustavo afirmou.
- É, o cara tem experiência! -Gil concordou.
- Ok, galera. Eu também acho! -Gui também deu sua opinião.
- Matthew? -perguntei.
- Não! Mas são quatro contra um, não é? -sorriu irônico.
- É! Quero deixar claro que manteremos cautela até termos plena confiança no sujeito. -Matthew bufou.
- Agora você já pode dizer o nome dele. -Gil disse sorrindo.
- Neymar.
- Brasileiro? -Gustavo franziu o cenho.
- Eu não sei. -dei de ombros- Vocês quem são os br, me digam vocês. -ri- Mas ele tem um sotaque que não é daqui.
- Você ta namorando com ele, Jade? -Matthew perguntou, em tom de desdém.
- Por que você sempre leva as coisas pra esse lado, Matthew? -perguntei irritada- É claro que eu não estou dormindo com ele, se é isso que você quer saber! -meus punhos estavam cerrados e minha voz alterada.
- Vocês querem parar? -Guilherme interviu- Vamos sair hoje, Jade. Aí você chama ele, vamos para um pub e conversamos.
- Eu não tenho nenhum contato dele.
- Puta que pariu! -Matthew rosnou.
- Para, Matthew, porra! -Gil o repreendeu.
- Nós sempre nos encontramos aleatoriamente. -expliquei.
- Da próxima vez que se verem, marque alguma coisa, pegue um contato, e avise a gente. -Gustavo disse e eu assenti.
- Mas essa parada do pub ainda esta de pé! -Gui disse e riu.
***
Estava vestida com o meu jeans favorito, claro e bem rasgado, uma regata branca qualquer, com uma jaqueta de couro preto por cima, e calçando um coturno da mesma cor; quando Matthew bateu na porta do meu quarto, avisando que os outros já nos esperavam lá em baixo.
Fomos todos no carro do Guilherme, até o pub que costumávamos frequentar, na Soho. Era uma sexta-feira fria, mas mesmo assim as pessoas enchiam as ruas em busca diversão, é claro que na rua mais badalada da noite londrina não seria diferente. O bar estava cheio, mas sentamos na nossa mesa, porque Andrew, nosso amigo garçom, já havia reservado ela para nós.
[...]
Assim que terminei minha primeira cerveja, comecei a me sentir mal, e não encontrava nenhuma explicação lógica para isso, algo no meu estômago simplesmente não se deu bem com o líquido aquela hora.
Não quis atrapalhar a diversão dos meninos, e mesmo eles tendo dito que me deixariam em casa, resolvi ir de táxi.
Enfiei as mãos nos bolsos da jaqueta de couro, e fui caminhando pela calçada a passos calmos, rumo ao ponto de táxi que ficava na outra quadra. Eu cantarolava Yesterday, dos Beatles, quando passei ao lado de um beco escuro e algo me puxou para o seu interior.
Um homem de capuz me imobilizou em seus braços, ao mesmo tempo que tapava minha boca, e começava a beijar me pescoço.
- Olá, amorzinho! -disse outro homem de capuz, que saiu de outra parte escura do beco- O que uma coisa linda como você faz sozinha? -riu e se aproximou, enquanto eu tentava me soltar de seu comparça. O mesmo parou de tocar seus lábios imundos em mim, e segundo homem tocou meu rosto. Senti nojo.
- Essa é minha, Phil! Você pegou a última! -disse o homem que me segurava e riu. Mordi sua mão. Ele me empurrou, e fui parar nos braços do tal Phil- Você é do tipo agressiva, vagabunda? -se aproximou de mim com ódio nos olhos, e eu chutei seu saco. Ele caiu ajoelhado, devido a dor. O outro riu.
- Adoro as difíceis! -Phil soltou uma risada horrível enquanto me encostava na parede. Ele me segurava de um jeito tão firme que eu não conseguia fazer absolutamente nada, tentei gritar e ele tapou minha boca.
Eu estava perdida, e preferia morrer do que me tornar um brinquedo daqueles dois imundos. O homem começou a beijar meu rosto e pescoço, ao passo de que eu já estava chorando. E nesse instante eu vi mais alguém entrar no beco.
- Larga ela! -gritou uma voz que eu podia jurar que era a do Neymar. O homem o olhou, mas ainda me mantinha presa.
- Sai daqui, não se mete se não quiser morrer! -o homem que estava caído se levantou dizendo. E então o cara com a voz semelhante a do Neymar sacou uma pistola, e atirou na perna do homem que me segurava, que em seguida pulou o muro dos fundos do beco coma ajuda do outro, com certeza o tiro se pegou de raspão, e os dois covardes sumiram na escuridão.
Eu tremia e chorava, a única reação que tive foi me sentar no chão, abraçando meus joelhos. Eu nunca havia passado por nada parecido, estava me sentindo fraca, vulnerável e com muito medo. O homem que estava armado se abaixou na minha frente e e eu gritei, escondendo meu rosto nas mãos.
- Está tudo bem, Jade. Sou eu, o Neymar! -sua voz era calma e eu imediatamente me senti segura. Me joguei em seus braços, e ele me acolheu em um abraço, chorei mais- Eles machucaram você? -nos afastou, e eu pude encarar seus olhos verdes.
- Não, você chegou a tempo! -sequei minhas lágrimas, e ele sorriu.
- Vem, vamos sair desse lugar. -se levantou e me estendeu a mão, eu a peguei e também fiquei de pé. Fomos caminhando devagar, ele passou, suavemente, seu braço em torno da minha cintura, e eu não hesitei em encostar minha cabeça em seu ombro. Senti seu perfume na camisa.
Poucos passos depois, e nós já estávamos dentro de seu carro, fazendo um caminho que eu desconhecia.
- Para onde você está me levando? -não consegui controlar o desespero em minha voz.
- Vamos para o meu apartamento. Confia em mim? -me olhou nos olhos, quando paramos no semáforo. É claro que eu confiava, ele havia acabado de salvar minha vida.
- Sim! -respondi e ele me estendeu sua mão, entrelace nossos dedos, ele sorriu, e levou minha mão até seus lábios, a beijou suavemente e eu senti todo o meu corpo se arrepiar.
Não quis atrapalhar a diversão dos meninos, e mesmo eles tendo dito que me deixariam em casa, resolvi ir de táxi.
Enfiei as mãos nos bolsos da jaqueta de couro, e fui caminhando pela calçada a passos calmos, rumo ao ponto de táxi que ficava na outra quadra. Eu cantarolava Yesterday, dos Beatles, quando passei ao lado de um beco escuro e algo me puxou para o seu interior.
Um homem de capuz me imobilizou em seus braços, ao mesmo tempo que tapava minha boca, e começava a beijar me pescoço.
- Olá, amorzinho! -disse outro homem de capuz, que saiu de outra parte escura do beco- O que uma coisa linda como você faz sozinha? -riu e se aproximou, enquanto eu tentava me soltar de seu comparça. O mesmo parou de tocar seus lábios imundos em mim, e segundo homem tocou meu rosto. Senti nojo.
- Essa é minha, Phil! Você pegou a última! -disse o homem que me segurava e riu. Mordi sua mão. Ele me empurrou, e fui parar nos braços do tal Phil- Você é do tipo agressiva, vagabunda? -se aproximou de mim com ódio nos olhos, e eu chutei seu saco. Ele caiu ajoelhado, devido a dor. O outro riu.
- Adoro as difíceis! -Phil soltou uma risada horrível enquanto me encostava na parede. Ele me segurava de um jeito tão firme que eu não conseguia fazer absolutamente nada, tentei gritar e ele tapou minha boca.
Eu estava perdida, e preferia morrer do que me tornar um brinquedo daqueles dois imundos. O homem começou a beijar meu rosto e pescoço, ao passo de que eu já estava chorando. E nesse instante eu vi mais alguém entrar no beco.
- Larga ela! -gritou uma voz que eu podia jurar que era a do Neymar. O homem o olhou, mas ainda me mantinha presa.
- Sai daqui, não se mete se não quiser morrer! -o homem que estava caído se levantou dizendo. E então o cara com a voz semelhante a do Neymar sacou uma pistola, e atirou na perna do homem que me segurava, que em seguida pulou o muro dos fundos do beco coma ajuda do outro, com certeza o tiro se pegou de raspão, e os dois covardes sumiram na escuridão.
Eu tremia e chorava, a única reação que tive foi me sentar no chão, abraçando meus joelhos. Eu nunca havia passado por nada parecido, estava me sentindo fraca, vulnerável e com muito medo. O homem que estava armado se abaixou na minha frente e e eu gritei, escondendo meu rosto nas mãos.
- Está tudo bem, Jade. Sou eu, o Neymar! -sua voz era calma e eu imediatamente me senti segura. Me joguei em seus braços, e ele me acolheu em um abraço, chorei mais- Eles machucaram você? -nos afastou, e eu pude encarar seus olhos verdes.
- Não, você chegou a tempo! -sequei minhas lágrimas, e ele sorriu.
- Vem, vamos sair desse lugar. -se levantou e me estendeu a mão, eu a peguei e também fiquei de pé. Fomos caminhando devagar, ele passou, suavemente, seu braço em torno da minha cintura, e eu não hesitei em encostar minha cabeça em seu ombro. Senti seu perfume na camisa.
Poucos passos depois, e nós já estávamos dentro de seu carro, fazendo um caminho que eu desconhecia.
- Para onde você está me levando? -não consegui controlar o desespero em minha voz.
- Vamos para o meu apartamento. Confia em mim? -me olhou nos olhos, quando paramos no semáforo. É claro que eu confiava, ele havia acabado de salvar minha vida.
- Sim! -respondi e ele me estendeu sua mão, entrelace nossos dedos, ele sorriu, e levou minha mão até seus lábios, a beijou suavemente e eu senti todo o meu corpo se arrepiar.
Olaaa pessoas, tudo bem? Estão gostando da nossa Jade? Espero que sim. Muito obrigada pelos comentários, ok? Comentem muito aqui e deixem a tia Bia feliz, kkkk, e eu também, claro, kkk, beijos da Sá.