domingo, 13 de setembro de 2015

Capítulo 3 - Lie




Voltei para casa tão rápida quanto um foguete, e fui direto ao quarto de Matthew, que ainda dormia pesadamente.

- Matthew? Matt? -sacudi seu ombro,  mas ele nem se moveu. Caminhei até as portas duplas que davam acesso à varanda, e as abri completamente,  deixando a luz do dia iluminar o cômodo.

- O que porra você está fazendo?  -berrou ele, irritado, enquanto se sentava com as mãos sobre os olhos.
- Reunião. Ligue para os outros, quero todo mundo no escritório, às 10.
- Reunião? Ficou maluca? Eu mal dormi! -protestou, indignado.
- Foda-se! -respondi, saindo em seguida

[...]

Exatamente no horário que pedi, todos estavam no escritório. Matthew fazia questão de usar sua melhor expressão de desagrado, e não tirava seus óculos de sol do rosto.

Os outros também não me pareciam muito satisfeitos,  mas não eram reclamões exagerados como Matthew.  Mas eu realmente não estava me importando com nenhum deles.

- Espero que seja algo importante,  porque eu estava ocupado. -disse Gui.

- Ocupado? Eu estava dormindo, cara! -protestou um Matt irritado.
- Eu estava fazendo algo melhor do que dormir!  -rebateu ele, com um sorriso malicioso.
- Com a Kristen? -perguntou Gil, surpreso, e Gui assentiu.
- Eu nunca achei que você fosse realmente conseguir pegar ela! -disse Gustavo, e os quatro riram.
- Vocês podem voltar a pensar com a cabeça de cima, para que eu possa começar a falar? -perguntei ironicamente, e recebi silêncio como resposta- Ótimo! O que tenho a dizer,  é que...Há uma pessoa interessada em trabalhar conosco. -os quatro juntaram as sobrancelhas simultaneamente, me encarando, e Matthew finalmente tirou os óculos.
- Como assim? Quem é? -Gustavo perguntou.
- Vocês não o conhecem.
- Fala mais sobre isso então. -Gil sugeriu.
- Ele têm experiência, trabalhou com os Stark por cinco anos.
- Olha aqui, Jade, não  é porque você está gostando de transar com um cara, que ele têm que fazer parte dos nossos negócios. -disse Matthew, com rispidez- Você não está sozinha nessa, isso vai além dos Mitchel, nós cinco somos uma equipe, e somos os melhores. Então você não pode trazer qualquer um, e jogar tudo que conquistamos no lixo! Os Stark estão todo presos, pelo que eu sei. -ele gritava. Em toda minha vida, não me lembrava de ter sido tratada assim por Matthew nenhuma vez, e nós crescemos juntos. Ele nunca foi assim, eu quem sou a explosiva da dupla. Isso me deixou sem palavras.
- Calma aí, Matt. -Guilherme interviu- Em certo ponto ele têm razão, Jade. Nós nem conhecemos esse cara. Você conhece? -perguntou-me gentilmente, eu estava tão visivelmente abalada assim? Droga!
- Não importa. Essa reunião acabou! -foi apenas o que eu disse antes de sair.


Matthew POV



Que Jade é maluca eu sabia desde que vi pela primeira vez aquele bebê de olhos verdes, inquieto nos braços da minha mãe, quando eu tinha apenas dois anos. Mas hoje, ela decididamente passou dos limites. Colocar os nossos negócios em risco?


- Cara, a Jade é toda durona e marrenta, mas continua sendo sua prima. Não precisava falar daquele jeito com ela. -Gustavo me repreendeu.

- Ele tem razão, Matt! -concluiu Gil.
- Quer dizer que vocês são a favor dessa maluquice? Um desconhecido aqui? -perguntei realmente incrédulo.
- Não é isso. Mas não precisava agir daquele jeito. Você é a única família dela aqui, mané! -Gui respondeu.


[...]

Jade POV


Mesmo depois daquele desastre que recebeu o nome de reunião, no qual eu mal pude dizer algo; ainda estava disposta a ir me encontrar com Neymar. Matthew e eu não havíamos nos falado desde que eu deixei aquele escritório. Sim, eu estava com raiva dele. 

Quando estava de saída, rumo ao Green Park, Matthew desceu as escadas apressado.

- Jade, espera aí!  -larguei a maçaneta da porta, e o olhei- O que é? Estou sem tempo! -respondi ríspida.

- Preciso falar com você. -disse calmamente, nem parecia o mesmo cara do dia anterior.
- Seja o que for, pode esperar. Tenho um compromisso, e estou com pressa! -abri a porta, e quando ia sair, ele voltou a falar.
- Espera! É que eu só...quero te pedir desculpas!
- Jura?
- Sim! -sorriu.
- Pois eu quero que você pegue suas desculpas, e vá para a puta que te pariu! -disse antes de finalmente sair, deixando-o com uma cara nada boa.

Fui dirigindo o meu carro, ao som das músicas da rádio, e em vinte minutos eu estava no local marcado. Fazia uma noite chuvosa, o que para mim é realmente ruim, já que não gosto de chuva. Frio sim, chuva não.

Abri meu pequeno e discreto guarda-chuva preto, e adentrei o parque, parando ao lado de um banco de madeira, no qual eu não pude sentar, pois ele estava molhado. Argh, droga de chuva!
Estava começando a me questionar sobre o sentido de estar ali, naquela situação, quando um perfume forte e amadeirado invadiu meu olfato, e logo em seguida senti a presença de alguém.

- Olá! -sussurrou ao meu ouvido, uma voz rouca. E por puro reflexo, virei-me acertando um soco de direita no nariz do desconhecido; que na verdade era Neymar. Sua careta de dor foi imediata, enquanto ele levava uma das mãos ao local que eu atingi- Também estou feliz em te ver, Jade! -ironizou ele.

- Você chegou me dando um susto, não foi culpa minha! -me aproximei dele, de modo que meu guarda-chuva também o protegesse.
- Você por acaso é bipolar? -perguntou rindo, ainda com a mão sobre o nariz, que agora sangrava- Primeiro soca o meu rosto, e depois quer me proteger da chuva? -riu novamente.
- Morra de pneumonia então, eu não me importo! -dei de ombros, me afastando. Ele riu novamente.
- Olha só o que você fez. -me mostrou a mão ensanguentada e...sorriu?
- Você parece uma garotinha chorona!  -zombei. Neymar se aproximou, e com a mão limpa, me puxou chocando nossos corpos.
- Você sabe que não sou uma garotinha! -disse e em seguida umedeceu os lábios. Até com sangue no rosto o cretino era atraente.
- Está querendo levar mais um soco? -perguntei e ele sorriu, me largando- Acho que tenho lenços no carro, para esse seu nariz. -segui até meu carro, com ele me acompanhando. Entrei na porta do motorista, e ele na do passageiro. Abri o porta-luvas, onde se encontravam alguns cds, pen-drivers, uma caixa de lenços de papel...e a minha pistola. Não sou do tipo que usa violência, nem durante as operações, nenhum de nós é. Mas nunca se sabe o que pode acontecer. E não havia problema nenhum que ele a visse.
- Precavida! -comentou ele, limpando o sangue do rosto.
- Você nunca sabe quando vai precisar apertar o gatilho.
- Eu estava me referindo aos lenços, senhorita Mitchel. -riu ele, e eu fiquei...constrangida?
- Vamos logo ao ponto? -mudei de assunto- Eu e minha equipe achamos que você não está qualificado para trabalhar conosco. -menti sem rodeios.
- Jura que você também acha isso, ou foi só a sua equipe?
- Chegamos a um consenso!
- Eu quero saber a sua opinião, Jade. Me acha bom ou não? -em que sentido, seu sedutorzinho barato e ridículo? Pensei, mas não disse.
- Não!
- Não? -perguntou, surpreso.
- Eu nem conheço você, nem sei se Neymar Júnior é mesmo seu nome!
- Tudo bem. -concordou contrariado- Tchau! -disse e saiu.

Imediatamente um impulso enorme me atingiu, um impulso de sair daquele carro também e dizer a ele que aquilo não passava de atuação, dizer que eu o queria ao meu lado...trabalhando ao meu lado, quero dizer.

Acredito em seu potencial, e só pela persistência ele já merecia a oportunidade. Mas (in)felizmente não sou uma pessoa que age por vontades aleatórias, e por isso me mantive ali parada, vendo-o se distanciar.

[...]


Dois dias se passaram, e nada havia mudado. Neymar não deu mais as caras, e continuo sem falar com Matthew. 

Na noite anterior saí para beber com o Guilherme, e realmente exagerei.

***

Acendi meu cigarro assim que terminei minha higiene matinal, saindo do quarto logo em seguida e indo até a cozinha. Logo no meio da escada eu pude sentir o cheiro de bacon e ovos fritos, e alguns barulhos. Mesmo que eu estivesse de ressaca, Matthew nunca acorda antes de mim. Só esperava realmente que ele não tivesse violado nosso acordo, que consiste em nunca trazermos um ficante para nossa casa. Esse acordo obviamente partiu de mim, não sou obrigada a aturar as vadias de Matthew debaixo do meu teto.

Esses pensamentos se dissiparam assim que adentrei a cozinha, e encontrei tia Grace arrumando a mesa, que continha três pratos, e a mesma quantidade de xícaras, rodeadas por torradas, panquecas, queijo, ovos com bacon e café, com um jarro de flores decorativo ao centro.

- Tia Grace? -chamei sua atenção e ela me olhou imediatamente.

- Mãe? -a voz sonolenta de Matthew surgiu atrás de mim.
- Ah, meus amores, olá! -disse ela, sorridente- Como vocês estão? -nos abraçou simultaneamente, como sempre fazia- Estão com fome? Vamos, sentem-se! -ela estava demasiado empolgada, e mal nos dava oportunidade de falar.
- Por que não avisou que viria? -Matthew perguntou.
- Teria ido buscá-la no aeroporto! -completei.
- Quis surpreender vocês. Não gostaram?
- Claro que sim! -Matthew e eu dissemos juntos, e ela sorriu. 

Durante toda a refeição tia Grace falou, perguntando se estávamos nos alimentando direito, perguntando quando eu pararia de fumar, e reclamando por não irmos visita-la. Ela não era só mãe de Matthew, era minha também. Sendo a única irmã do meu pai, tia Grace o ajudou a cuidar de mim desde que nasci, era a única referência feminina que eu tive em toda a minha vida. As namoradas de meu pai não entram nessa seleta lista, claro.


- Por que vocês dois não estão se falando? -perguntou, percebendo que eu e ele só falávamos com ela, e não um com o outro. Nós dois hesitamos- Estou esperando uma resposta! -insistiu. Matthew e eu nos encaramos com desdém.

- Porque o seu filho foi arrogante e me insultou. -respondi simplesmente.
- E porque a sua sobrinha recusou as minhas desculpas e também me insultou.
- Francamente! Vocês não vão crescer nunca? Nem parece que levam a vida que levam. Em relação um ao outro vocês ainda são aquelas crianças birrentas.  A verdade é que um não vive sem o outro! -a frase que começou ríspida, terminou com um risinho.








WHAT DO YOU MEAAAAAN? ♪♫


Olá de novo, amoras! Como vocês estão? Quero ver todo mundo deixando suas opiniões sobre o que vai acontecer na história, ein?!

Queremos agradecer os comentários, e avisar que nós estipulamos dias certos para os capítulos serem postados. Os capítulos de Everything To Me vão sair às quartas-feiras, já os de On The Run vão sair aos domingos (nossa, jura?) 

ASK




"– Sinta Lizzandra, ouça seu coração, por favor, eu sei que você sente algo, permita-se sentir – estávamos tão próximos que quase senti meu nariz tocar o seu. Um nó formou-se em minha garganta, impedindo-me de falar, engoli seco e por fim falei.

- Eu não sei... isso dói  – sussurrei e balancei a cabeça. Lágrimas em meus olhos impediam-me de vê-lo. Fechei os olhos e as lágrimas solitárias escorram pelo meu rosto até cair em algum lugar.
- Permita-me entrar então... Aqui Liza, diga sim – ele pousou sua mão em meu coração, sua pele quente e viva aqueceu a minha fria e sem vida.
- Eu não posso... Isso vai nos destruir, acabar com o resto que há de mim e com tudo que há de você. Sou uma granada pronta para explodir, sou traumatizada dos pés a cabeça, você merece algo melhor.
- Eu mereço você – Júnior segurou meu rosto e encarando meus olhos, senti seu olhar tocar minha alma, como nunca ninguém fez. Eu queria permitir sua entrada, queria sentir, mas para isso precisaria lutar contra os fantasmas que me assombravam, mas não sei se estou preparada para tamanho sofrimento, muito menos para ser amada.” 


GOSTOU? ENTÃO LEIA EVERYTHING TO ME E NÃO PERCA NENHUM DETALHE DA HISTÓRIA DA LIZA E DO JÚNIOR

Enfim, beijos da Bia

3 comentários:

  1. queria jade e neymar numa festa e ela bem louca... (aquele emoji)

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  2. Sou apaixonada na sua escrita,de verdade....e eu ja quero o Neymar de volta pra mexer com a maravilhosa da Jade

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  3. MEU DEUS QUE FANFIC MARAVILHOSA..a fanfic de vocês separada já era maravilhosa vocês ainda resolve se juntar hahahaha,vocês quer é me matar só pode brincadeira tô amando quero mais........

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