domingo, 13 de março de 2016

Capítulo 23 - He is a police






O recado no final é importante, leiam, por favor!


Jade POV

Depois de ouvir todas aquelas coisas daquela mulher interesseira, e despejar sobre ela todas as verdades que estavam presas na minha garganta, eu saí dali em passos firmes, sem olhar para trás, deixando-a.
Rever a pessoa que me gerou e teve a coragem de me abandonar, de me trocar por uma vida ao lado de um homem qualquer, era doloroso; mas era pior ainda saber que ela não havia se arrependido, ela não havia voltado por minha causa, era só por dinheiro, sempre foi.
Eu estava com raiva, e até sentia pena por Katherine ser uma pessoa tão desprezível!

Dirigi submersa em meus pensamentos, angustiada com eles, e quando me dei conta estava estacionando bem em frente ao prédio do Neymar. Fiz o percurso tão distraída que nem percebi, mas era dele que eu estava mais precisando naquele momento. Por mais difícil que fosse para mim demonstrar fraquezas, eu estava frágil e isso tudo era doloroso, mesmo que eu não quisesse transparecer, essa era a verdade.

Neymar POV

O som da campainha soou pelo meu apartamento, e mentalmente xinguei Gregory, o porteiro preguiçoso, que na maioria das vezes nem se da ao trabalho de interfonar. Deixei o conforto do meu quarto, e o programa esportivo que eu assistia, e caminhei com preguiça até o andar inferior, ao abrir a porta foi que eu me surpreendi. Era Jade quem estava ali, e não era só isso, ela estava chorando. Assim que não havia mais nada entre nós, ela se jogou em meus braços, e eu a recebi em um abraço apertado, tentando atenuar seja lá o que ela estivesse sentindo, afaguei seus cabelos, ainda com meus braços em volta do seu corpo, e sussurrei para acalma-la.

- Está tudo bem, Jade, tudo bem. Eu estou aqui! -continuamos na mesma posição, até que ela tomou a iniciativa de sair do meu abraço e me olhar de frente. Seu choro havia parado, mas isso não significava que ela estava bem- O que houve? -passei meu polegar por sua bochecha, acariciando e observando seu rosto.
- A mulher que me fez voltou. -disse com mágoa.
- Como assim? A sua mãe voltou?
- É, na verdade ela só deveria ser minha mãe, na prática a história é outra.
- E cadê ela? Por que você ta chorando? -peguei sua mão, guiando-a até o sofá, onde nos sentamos um de frente para o outro.
- Se lembra da mulher loira que andava me seguindo? -eu assenti- Então... -deixou a frase no ar, enquanto seus olhos marejavam novamente.
- Como você descobriu?
- Ela me contou, estávamos juntas agora.
- Certo, mas não entendi direito porque está chorando, ela voltar não deveria ser bom?
- Digamos que eu deixasse de lado o fato dela ter me abandonado ainda bebê, e focasse na sua volta, mesmo assim seria uma merda. -Jade suspirou- Ela voltou pra buscar dinheiro, não por arrependimento ou coisa do tipo.
- Isso significa que ela não merece nem que você se sinta mal por causa dela!
- Eu sei, eu odeio me sentir assim. Mas é difícil, sabe? Quando eu era criança eu tinha minha tia, mas fui crescendo, me tornei adolescente e comecei a entender melhor as coisas. Por mais que eu guardasse muita mágoa, no fundo, eu ainda tentava criar justificativas para ela ter ido. E hoje, eu descobri que eram tudo ilusões infantis, e que essa mulher é realmente horrível! -as lágrimas voltaram a rolar pelo rosto dela, e ao vê-la nesse estado eu sentia como se meu coração estivesse se quebrando.
- Eu estou aqui pra você, não precisa chorar. -sequei suas lágrimas com delicadeza- Estou com você, Jade! -afirmei encarando seus olhos verdes molhados, e a abracei outra vez.

Jade POV

Aquelas palavras de segurança, e o calor da pele dele eram o que eu precisava. Neymar me deixava a vontade o suficiente para desabafar e ficar totalmente a vontade com ele. Era surreal o quanto aquele homem me fazia bem, e eu só queria ele naquele momento.
Desfiz abraço, colando nossos lábios em seguida.

- Só me faz esquecer isso, por favor, eu quero você! -afirmei parando o beijo, e no fim da frase o beijei novamente, passando minhas unhas por sua nuca. Subi no colo dele empurrando seu peito até suas costas encostarem no sofá. Neymar colocou suas mãos por dentro da minha blusa agarrando minha cintura, ele ficou de pé tão rápido que mal tive tempo de me agarrar a ele, Neymar pôs as mãos na minha bunda e me carregou até o quarto. Ele mal tinha me colocado na cama e nós já estávamos arrancando nossas roupas foras.  Eu estava ofegante só de sentir a trilha de beijos que ele fazia do meu pescoço até meu ventre, então eu senti sua língua quente, bem lá embaixo fazendo círculos lentos. Agarrei os cabelos dele quando seus lábios prenderam meu clitóris. Gemi. Algo estava vindo, me concentrei naquilo que eu tanto queria e senti meu clitóris pulsar. Ainda estava ofegante e de olhos fechados quando Neymar começou  a me beijar. Criei forças, mas ainda estava mole, derrubei seu corpo na cama e subi em cima dele. Eu sentia meu sexo quente e molhado. E naquele momento eu só pensava em ter o Neymar dentro de mim. Agarrei seu membro e o masturbei devagar. Ele soltou um ruído mordendo os lábios. Passei a cabeça do seu pau na minha entrada e gemi. Ele era ainda mais gostoso sem nada entre nós. Fui descendo no seu membro bem devagar...

- Jade...
- Shhh... confio em você, confie em mim. – eu sentia seu membro me preenchendo ainda mais.
- Você é minha ruína. – sorri do seu drama.
- Relaxa... sente como isso é bom. – senti que ele estava todo dentro de mim. Mordi seu pescoço beijando seus lábios. Comecei a me movimentar para frente e para trás, me esfregando bem devagar nele. Seus dentes prenderam meu lábio inferior os puxando e logo em seguida ele os chupou. Seus dedos beliscavam meus mamilos e eu só ficava mais e mais molhada.
- Você vai acabar comigo, Jade. – sua voz era tão rouca que me fazia arrepiar. Nossos olhos não perdiam o contato visual. O verde dos seus olhos estava escuro. – Jade... eu...
- Shh... – cada segundo que se passavam só nos deixa loucos. Eu não conseguia me segurar, os gemidos altos eram em vão. Neymar gostava de me ouvir e não fazia questão de esconder sua satisfação. Meu corpo já ficava arrepiado e mole, eu não conseguia ouvir mais nada ao nosso redor, apenas meus gemidos e as palavras sujas que Neymar falava. Gozei pela segunda vez. Neymar me tirou de cima dele e começou a se masturbar, ele estava perto. Tirei suas mãos do seu membro e o coloquei na boca, comecei a suga-lo até que senti seu gozo descer garganta abaixo. Estávamos suados. Cai em cima dele, ouvindo seu coração frenético. Ele estava ofegante e eu também. Neymar me abraçou e beijou meus cabelos, me aconcheguei em seus braços e ali ficamos, sem falar nada. E nem precisava, eu estava onde queria, com quem queria, e por mim não sairia dali tão cedo. Se isso não é estar no paraíso, eu não sei dizer o que é. Pois aqui, nesse quarto, nessa cama e nesses braços, é o meu paraíso. E ninguém pode me dizer ao contrário. Nada nem ninguém me trazem mais paz que esse homem. É aqui onde me sinto segura, nesses braços que me cercam, nesse calor que me aquece, e é esse coração frenético que ouço que eu amo.
Nossos olhos não deixavam de encarar uns aos outros, já estávamos deitados frente a frente, e sua mão passeava pelo meu rosto em toques suaves. Era indescritível a imensidão de bons sentimentos que ele despertava em mim.

- O que foi? 
- O que foi o que? -sorriu.
- Fica me olhando. -expliquei e seu sorriso se alargou.
- Acho que eu não deveria dizer...
- Deveria sim, por que não?
- Não quero que se sinta pressionada.
- Neymar, -suspirei, acariciando seu rosto- é só dizer.
- Talvez eu...talvez eu ame você. -admitiu com certo receio, mas eu nunca poderia ter ouvido algo melhor.
- Talvez? 
- Não. Eu amo você! -afirmou com convicção e sorriu. Suas palavras eram como uma fonte de luz para mim, que só trazia paz e uma felicidade imensurável. Eu só queria ficar para sempre ao lado dele, ele que me fazia sentir o que ninguém jamais foi capaz, ele que me mostrou o amor. 
Cheguei mais perto, abraçando-o novamente, ficando com o rosto na curva de seu pescoço, e me embriagando em seu cheiro, o melhor de todos os aromas. Não sei quanto tempo exatamente nós ficamos abraçados, mas eu estava quase adormecendo, quando sua voz soou, chamando minha atenção.

- Por que nós não vamos tomar um banho juntinhos? -mesmo sem vez seu rosto, eu sabia que a pergunta havia feita em meio a um sorriso. 
- Gostei da ideia, mas vai indo na frente. -respondi, me deitando ao lado dele novamente.
- O que foi? Cansei você? -perguntou dando um sorriso.
- Acho bom é você ir se preparando para o segundo round quando eu entrar naquele banheiro. -mordi o lábio, e ele riu de forma maliciosa, balançando a cabeça negativamente. Ele levantou em seguida, me dando ampla visão de sua excitação, rumando para o banheiro. 
Permaneci pelo menos mais uns cinco minutos deitada, até me levantar e ir ao seu encontro. Assim que coloquei meus pés no chão, e dei o primeiro passo, notei algo estranho no assoalho amadeirado que era sempre tão brilhoso. Quando pisei, a tábua se mexeu, era como se tivesse sido tirada de lá, e colocada da forma errada, aquilo me despertou curiosidade.

- Jade...já estou cansado de esperar, amor. -Neymar gritou de dentro do banheiro, competindo com o barulho da água do chuveiro. Sorri com suas palavras.
- Já estou indo! -gritei de volta, ouvindo ele reclamar algo que não entendi. Eu realmente pensei em ignorar aquela tábua idiota e seguir ao encontro dele, mas não foi isso que fiz. Puxei um dos lençóis brancos da cama, e o prendi em volta do meu corpo, em seguida me sentei no chão, e tirei a madeira de seu lugar, percebendo, assim, que ela funcionava como uma espécie de tampa, escondendo um fundo falso. Lá dentro, encontrei uma pasta grossa, cheia de papéis, uma pistola carregada, e um distintivo reluzente do Serviço Secreto Britânico. O que era aquilo, e por que Neymar estava escondendo em seu quarto? 
Abri a pasta, para procurar ali alguma explicação, mas encontrei outra coisa. Na primeira folha que peguei havia uma lista de informações, e aquelas informações eram sobre mim; da minha altura aos meus horários e hábitos, estava exatamente tudo impresso ali, e um clipes de papel prendia algumas fotos minhas, fotos que pareciam ter sido tiradas por paparazzis. Vasculhei mais, achando mais listas de informações, dessa vez eram do Matthew e dos meninos, juntamente com fotos, semelhantes as minhas. O detalhe era que todas essas folhas possuíam o brasão da Inglaterra impresso na parte de cima, evidenciando que aqueles eram documentos oficiais. 
Uma arma, um distintivo do Serviço Secreto, documentos oficiais repletos de informações sobre nossa quadrilha, Neymar surgir do nada na minha vida. Comecei a juntar as peças...e não, não, não podria ser! 
Neymar era um policial, um policial que carregava a missão de prender a minha equipe, de prender a mim. E pior, um policial pelo qual eu estava perdidamente e completamente apaixonada. O desgraçado estava brincando com os meus sentimentos, para, no fim, me jogar dentro de uma cela de um presídio para que eu apodrecesse por lá.
Como eu podia ter sido tão burra, tão cega? Matthew estava certo o tempo inteiro! Neymar nunca me amou, ele não passava de um mentiroso que estava me usando. Senti lágrimas rolando pelo meu rosto, e sua voz me tirou dos meus pensamentos.

- Amor, você demorou demais, vim te buscar, e...-ele parou de falar, provavelmente havia reparado na cena. Levantei meu rosto para olha-lo. Neymar, com uma toalha preta em volta da cintura, me olhava com a expressão mais assustada que eu já vi, e estava até pálido- Jade, eu posso explicar! -caminhou na minha direção, mas eu me levantei, dando passos para trás, e posicionando a pistola em sua direção.
- Pode explicar o que? Que você mentiu, que você só fez esse tudo para me prender, seu filho da puta! -gritei, as lágrimas já estavam descontroladas.
- Não, não é nada disso. Eu te amo! -fechei meus olhos, aquelas palavras me feriram como facadas, ele era um mentiroso.
- Eu confiei em você, Neymar. Eu confiei! -eu ainda gritava, não possuía mais muito controle sobre minhas ações.
- Eu largo tudo, eu prometo, eu largo! -juntou as mãos, realmente implorando.
- Você colocou em risco todas as pessoas que eu me importo! -direcionei a arma na direção de seu peito, minhas mãos estavam trêmulas, meu corpo inteiro estava, e eu ainda chorava.
- Jade, por favor, eu posso explicar. Confia em mim! -seus olhos verdes marejaram.
- Você me traiu, Neymar! -afirmei, e num impulso, puxei o gatilho. Eu atirei. Eu baleei o homem que eu amo!







Meninasssss, desculpem a gente pela demora. Mas nós duas trabalhamos bastante nesse capítulo pra ele sair do jeito que imaginávamos, então, esperamos de verdade, que vocês gostem!

Eu (Bia), queria falar um pouquinho com vocês. No próximo fim de semana eu vou me mudar para a faculdade, vou morar "sozinha", e isso quer dizer que meu tempo livre vai diminuir e muito! Na próxima semana não vai ter como postar, é a última semana com minha família e meus amigos, então preciso aproveitar muito, e no domingo vai ser meu primeiro dia na cidade nova, realmente eu espero que vocês entendam! Prometo que tentarei escrever o mais rápido possível. Não nos abandonem, amamos vocês! 

Qualquer coisa falem com a gente no twitter da fic @fanficsnjr_, ou no meu @pridenjrtw

E quem quiser, pode deixar o nome e o número, pra entrar no grupo de leitoras/escritoras mais doido e amado, nosso Readers. Enfim, beijo

quinta-feira, 3 de março de 2016

Capítulo 22 - I'm your mother





Neymar POV

A caminhada até o parque levou apenas alguns minutos, mas foi feita em silêncio, enquanto nossas mãos continuavam unidas. Eu sentia que Jade precisava de algo, ela normalmente não ficava muito tempo sem suas frases sarcásticas, ou algum comentário que me insulte.
Nós já caminhávamos por entre a grama e as árvores, quando ela seguiu até um dos bancos de madeira dali, me levando para sentarmos um de frente para o outro. Eu fiquei observando-a fazer um coque no cabelo, enquanto seu olhar estava fixo no chão, e eu já sentia falta de admira-lo.

- Jade? -chamei sua atenção- Está tudo bem? -perguntei mesmo sabendo que a resposta era negativa.
- Uhum...-ela disse após alguns segundos- Está, sim.
- Não, eu sei que não está! -acariciei seu rosto- Me conta o que houve?
- Não houve nada, Neymar. -desviou seu olhar do meu novamente.
- Você está triste, Jade, te conheço o suficiente pra saber disso.
- Não quero falar sobre isso. -mordeu o lábio, tensa.
- Então tudo bem, nós vamos ficar aqui até você melhor
ar. -afirmei com um pouco de humor na voz, trazendo seu corpo para junto do meu, onde ela deitou a cabeça no meu ombro.
- Merda! -ouvi ela xingar, depois de um minuto ou dois.
- O que? -questionei, vendo-a se virar para mim outra vez.
- Confio demais em você para não me abrir. -ela confessou, e ouvir aquilo me abalava por dentro, eu estava sendo tão desonesto com ela.
- Então é só me dizer, loirinha...Ok, me desculpe, nada de diminutivos. -disse na tentativa de vê-la sorrir, e consegui.
- Se lembra da mulher loira que te falei e você viu? -assenti após sua pergunta- Hoje mais cedo, fui ao shopping com a minha tia, e ela surgiu novamente. O estranho foi que minha tia parecia conhece-la, deixou escapar até seu nome.
- E o que isso quer dizer?
- Eu não sei. -passou as mãos pelo rosto- Quando eu perguntei quem era ela, e se minha tia a conhecia, ela disse que não e fugiu das minhas perguntas. Mas era mentira!
- Você ficou mal porque ela não quis contar a verdade?
- Não. Uma hora ou outra eu vou descobrir a verdade, eu sempre descubro. O problema é que depois disso ficou um clima horrível entre nós duas. Brigar com o Matthew ou com a minha tia, acaba comigo. -desabafou e suspirou.
- Duvido que vocês fiquem nesse clima por muito tempo, ainda mais sendo tão super protetora como sua tia é.
- Mas de qualquer forma, ela mentiu pra mim, e tem que haver um motivo. -Jade era tão perspicaz em sua curiosidade que chegava até ser engraçado.
- Ou vai ver ela não mentiu mesmo.
- Vamos mudar de assunto? -ela bufou frustrada- Porque já estamos parecendo aqueles casais compreensivos, doces e carinhosos. -ela disse a frase sem preocupações e eu sorri.
- Então nós somos um casal? -perguntei ainda sorrindo, eu era um babaca, só podia ser.
- Quem disse casal? -ela se flagrou e prendeu o riso.
- Você mesma! -ri, indo beijá-la, mas ela desviou, beijei então seu rosto, e fui descendo para o pescoço, enquanto ouvia seu riso.
- Sai daqui, garoto! -Jade me empurrou, a olhei de frente, enquanto ela ainda ria. Como alguém podia ser tão linda?- Valeu pelo papo, mas vou dar uma volta. -ela avisou e se levantou, mas segurei seu braço.
- Espera aí, onde você vai?
- Não te devo satisfações, Neymar. -disse séria, e eu até estranhei, mas ela riu, provavelmente da minha cara- Só vou dar uma volta, preciso fumar e não tô afim do seu mimimi. -foi a minha vez de rir da forma enojada que ela usou. 
- Mas poxa, eu sei uma coisa melhor pra você fazer com essa boca. -afirmei, ficando de pé na sua frente.
- E o que é? -Jade passou seus braços pelo meu pescoço, enquanto exibia um sorriso malicioso.
- Me beijar. -sussurrei em seu ouvido e ouvi seu riso, ao passo que seu corpo se arrepiava. A encarei novamente, e tomei a iniciativa de beijá-la, mas foi um beijo breve- Vem, quero te levar em um lugar. 

[...]


Jade POV

Neymar passou seu braço pelos meus ombros, enquanto caminhávamos de volta para a minha casa, onde seu carro havia ficado estacionado em frente. 
Assim que ele deu partida, começou a fazer um caminho que eu desconhecia, mas não questionei. O rádio estava desligado, e nós não trocávamos muitas palavras, mas o silêncio que imperava ali não era ruim, pelo contrário, sua mão livre ficou repousada sobre minha coxa sempre que pôde, e só o calor de sua pele já era suficiente.

Não entendi bem o que estávamos fazendo em uma casa de jogos quando ele estacionou.

- O que estamos fazendo aqui? -perguntei quando saímos do carro, praticamente ao mesmo tempo.
- Achei que algo diferente fosse bom pra distrair esses seus pensamentos. -explicou, já parado na minha frente. E eu não estava acreditando que ele estava mesmo empenhado a me ajudar em uma crise familiar.
- Ta me zoando? -ele riu e negou com a cabeça.
- Gosta de paintball? 
- Neymar, eu sou a rainha do paintball! -afirmei e ele gargalhou, aquele som era melhor do que qualquer um dos meus rocks favoritos, sem dúvidas.
- Vamos ver se você é isso tudo mesmo, Elizabeth do paintball! -eu ri dessa comparação ridícula enquanto entrávamos.

Obtivemos todas as informações no balcão de atendimento, onde eu também descobri que o jogo não se tratava de paintball convencional, o que deixava a participação de apenas duas pessoas muito aceitável. Não receberíamos armas munidas de bolas de tintas, mas sim uma espécie de bolsa cheia delas, e quem saísse mais sujo de tinta, perderia a partida. 
Neymar pagou pelo jogo, e eu nem me opus, em pouco tempo já havia descoberto que nunca venço discussões desse tipo com ele. 
Dois funcionários nos acompanharam, e eu me dirigi ao vestiário feminino, onde havia um macacão totalmente branco, que cobria completamente meu corpo, também tive que calçar uma bota específica e colocar um óculos de proteção, estava me sentindo um daqueles médicos que trabalham em áreas de quarentena. Um alarme tocou, avisando que eu poderia sair, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, peguei minhas bolas de tinta, e saí pela porta que me levaria a arena do jogo. Era um lugar com grama, areia, montes de palha, e uma infinidade de lugares para usar como proteção, as marcas de tinta por toda a parte deixava uma boa sensação, e o fato de ser ao ar livre ajudava bastante.

Comecei a caminhar ali com cautela, na esperança de Neymar fazer algum barulho que entregasse sua posição. E isso nem foi necessário, de repente ele surgiu, alguns metros longe de mim, suas bochechas estavam pintadas com risquinhos de tinta preta, e ele riu, era impressionante o quanto era um idiota, um idiota pelo qual eu estava oficialmente apaixonada. Joguei uma bola nele, que se esquivou e correu enquanto eu jogava mais algumas, que também não o acertaram.

[...]

Eu já estava ficando cansada de correr dele e atrás dele, mas estava sendo extremamente engraçado, até que Neymar me encurralou em uma parede, e riu quando me viu perceber que só restava uma bola. Peguei-a e despejei a tinta contra seu peito ofegante.

- Esse foi seu ataque fatal? -riu, essa era a primeira, que de fato, acertava nele- Acabou? 
- Você vai ver na próxima! -ri.
- É uma pena que eu não vou poder deixar pra próxima! -riu e despejou uma bola de tinta vermelha bem em cima da minha cabeça, deixando meu cabelo todo daquela cor, e foi fazendo coisas parecidas com todas as outras bolas de tinta, certo, eu perdi, entre muitas risadas, mas perdi.
- Você é um cretino! -rimos juntos enquanto eu limpava o rosto com a manga do macacão e ele ajudava. Encarei seu rosto com aquele sorriso e só tive vontade de beijá-lo, e foi o que eu fiz, com ou sem tinta, o importante foi que ele correspondeu à altura, me encostando na parede novamente e dando profundidade ao beijo, que encerramos depois de não conseguirmos mais prolongar.
- Quer dizer que eu ganhei da rainha do paintball? -perguntou rindo.
- Não foi bem assim. -ri enquanto ele me dava um selinho.
- Então foi como?
- Não foi bem assim. -afirmei outra vez e ele riu.
- Admite, Jade. Pode falar! 
- Você ganhou da rainha do paintball. -confirmei, falando bem rápido e revirei os olhos.
- Como é que é? 
- Você ouviu, vai se foder! -rimos.

[...]


A primeira coisa que eu fiz, após o Neymar me deixar em casa, foi tomar um banho para me livrar de toda aquela tinta do cabelo. Meu corpo, graças ao macacão, não estava pintado, o que era ótimo no fim das contas. 

Depois de um dia tão cheio, eu estava exausta, e assim que saí do banho, fui secar meu cabelo, para poder cair logo na cama. Me concentrei na tarefa, e só me distraí quando vi minha tia pelo espelho, parada atrás de mim, no batente da porta do banheiro. Desliguei o secador e me virei de frente para ela.

- Nós podemos conversar? -ela perguntou logo, em um tom calmo.
- Claro. -afirmei me encostando na pia.
- É sobre o que houve hoje. Quero te pedir que não fique procurando coisas onde não há.
- A senhora me diz quem é aquela mulher e eu paro. 
- Jade, não tem necessidade de dizer nada pra você. -suspirou frustrada.
- Como não? Aquela mulher anda me perseguindo, será que eu não mereço saber quem é? -perguntei irritada, mas sem me alterar.
- Você confia em mim?
- Que pergunta!
- Confia, Jade?
- É claro que sim!
- Então ouça quando eu digo que é melhor deixar isso pra lá. Você e seu primo são tudo que eu mais amo nessa vida, eu só quero que acredite que tudo que faço é pro seu bem!
- Eu não to entendendo o rumo que essa conversa tomou. -admiti.
- Não importa agora. Eu só não quero que nós duas fiquemos em um clima ruim e pesado, nós não somos assim. Agora vem me dar um abraço. -ela sorriu enquanto abria os braços, e eu não contive meu sorriso ao ir abraça-la.
- Sabe que eu não vou parar né?
- Só não quero que você se machuque. -desfizemos o abraço- Eu amo você. -beijou o topo da minha cabeça e saiu do meu quarto. 

Fui me deitar com os pensamentos ainda mais confusos depois de tudo que 
aconteceu, a única certeza que eu tinha, era que quando aquela loira resolvesse aparecer no meu caminho novamente, ela não sairia sem antes esclarecer todas as minhas dúvidas.

[...]

Duas semanas se passaram. Minha tia, e o Jota já haviam voltado para suas casas, e Neymar parecia com muito mais tempo livre, já que estávamos nos vendo com muito mais frequência, e eu não posso reclamar disso. 
Nós nos damos bem, apesar de personalidades completamente opostas, sempre fazemos o melhor sexo da minha vida, e não há nenhum tipo de pressão nessa relação, ou seja lá o que for isso. Definitivamente Neymar me faz bem, como eu jamais imaginaria que pudesse fazer. 

[...]

Lá estava eu, sentada em uma mesa externa do Starbucks, esperando o Frank, um dos nossos clientes, que marcou o encontro para tratarmos de uma encomenda. Pedi alguns muffins, e esperei enquanto já bebia meu frappucino, e notava pelas horas que ele já estava vinte minutos atrasado, mas até que era tolerável. Foi então que meu celular de negócios me notificou que havia chegado uma mensagem, era do Frank, se desculpando por não poder ir, e querendo remarcar, sem mais delongas eu concordei, e marcamos uma nova data.

Meu nome foi chamado e eu peguei os meus muffins, voltando a me sentar de frente para rua, era um fim de tarde ensolarado, e o sol começava a querer se pôr, e as ruas estavam repletas de veículos e pessoas, por causa do horário de pico. E foi exatamente nesse momento que meus olhos viram a mulher loira, que não dava as caras desde o dia no shopping, passar em frente a cafeteria sem me notar.

- Ei -me levantei, indo atrás dela- Ei, Katherine!
- Jade? -ela parou, me olhando surpresa, enquanto eu a alcançava- Você vindo atrás de mim? -ela sorriu.
- Na verdade, eu até achei estranho você ter desaparecido.
- Sentiu minha falta?
- Eu nem sem quem é você! -joguei na cara dela- E é exatamente por isso que eu estou aqui agora, você vai me dizer quem é, e de onde conhece minha tia! 
- Eu sabia que essa hora chegaria. -suspirou satisfeita- Tem certeza que quer falar disso no meio da rua?
- Vamos sentar ali. -apontei para a mesa onde eu estava no Starbucks, e nós seguimos para lá em silêncio.
- Pode começar. -afirmei assim que nos sentamos.
- Bem...não é só sua tia que me conhece, seu pai também me conhecia. -juntei as sobrancelhas- Nós éramos jovens, ele estava começando na vida que você sabe que ele levou, junto com seu amigo 
Lewis.
- E daí? -queria que ela fosse direto ao ponto, eu estava mais do que curiosa.
- Seu pai e eu tivemos um relacionamento.
- Ah, mas é claro! Como eu não pensei nisso antes? Você é uma ex do meu pai que acha que tem algum poder sobre o dinheiro que ele deixou.
- Jade, você não está entendendo...eu sou sua mãe! -ela afirmou com naturalidade, e foi como se eu tivesse levado um tiro, a mulher que havia me abandonado estava bem ali na minha frente.
- Vo-você o que? -gaguejei, meu cérebro ainda estava processando aquela informação.
- Me deixa te explicar. -eu estava perplexa demais, então só fui deixando ela falar- Quando Norman e eu fomos morar juntos, eu comecei a ter um caso com o Lewis, e quando descobri que estava grávida eu nem tinha certeza de qual dos dois era o pai, mas como seu pai era meu parceiro oficial, ninguém além de mim tinha essa dúvida. Quando você nasceu, eu mesma providenciei um exame de dna em sigilo. -ao ouvir isso eu senti um calafrio, não, não por favor.
- E o meu pai, ele é...?
- Fica calma, o exame constatou que você é sim filha do Norman. Eu só queria que você entendesse meu lado, eu estava apaixonada pelo Lewis! 
- Entendesse o seu lado? -ri irônica e nervosa- Pois bem, vamos analisar o seu lado: uma mulher que se envolveu e iludiu um homem que não amava, no caso o meu pai, só porque ele lhe fornecia uma ótima estabilidade financeira; iniciou um caso com o melhor amigo dele, e quando engravidou, abandonou o bebê que gerou, com apenas seis meses de vida, só para fugir com o seu amorzinho. É claro que eu entendo você, mamãe. -usei todo sarcasmo que consegui.
- Filha...
- Não abre essa sua boca pra me chamar assim! -disse mais alterada e algumas pessoas ao redor nos olharam.
- Jade, querida, eu preciso da sua ajuda.
- Eu já imaginava, você quer dinheiro, não é?
- Bem, o Lewis foi preso por estelionato há três meses, eu estou em uma situação difícil, e...-a interrompi.
- Vem atrás de mim após quase 24 anos pedir dinheiro? Você é desprezível! Eu tenho uma mãe, e ela se chama Grace Mitchel!
- Mas, Jade, tenta me entender, por favor!
- Fique longe de mim e da minha família, eu tenho nojo de você, Katherine!





Lembram quando eu falei que a temporada de tretas estava aberta? hahaha
Comentem, até domingo, beijinhos