sábado, 27 de fevereiro de 2016

Capítulo 21 - Who is this woman?






HAPPY BIRTHDAY, LUIZA

Neymar POV

Não demorou muito até que o telefone sobre minha mesa tocasse, e assim que eu atendi, a voz de Jenny avisou que o coronel estava a minha espera.
Saí da minha sala rumo a principal daquele escritório. Sua secretária anunciou minha chegada pelo telefone, ajeitei a gravata, respirei fundo, e ainda cheio de receio bati na porta, e entrei assim que sua voz autorizou.

- Quer falar comigo, agente? -Marshall perguntou assim que me viu, ainda sentado.
- Bom dia, senhor. -cumprimentei- Sim, preciso tratar de um assunto.
- Sente-se e seja breve, tenho uma reunião dentro de alguns minutos! -ele usava sempre um tom tão rude que eu já havia acostumado.
- E-eu...-gaguejei enquanto me sentava.
- Rápido, agente! -me apressou.
- Preciso de uma licença! -disse sem demora e o coronel ergue as sobrancelhas.
- Uma licença? -recostou no encosto da cadeira, entrelaçou os dedos das mãos e continuou a me encarar- Por que exatamente?
- Bem, talvez algumas coisas tenham fugido do controle durante a missão na qual estou trabalhando, e...
- Quais coisas fugiram do controle? -me interrompeu outra vez, seu tom estava mais para irônico do que para curioso.
- Nada com o que tenha que se preocupar. -engoli em seco, tenso- São apenas alguns problemas pessoais.
- Isso é curioso, sabe, agente. Você sempre foi muito eficiente, solucionou inúmeros casos, prendeu grandes nomes masculinos -ele frisou a palavra- do crime. O que pode estar havendo agora? É muito mais difícil concluir uma missão que envolve uma mulher em um grande cargo? -suas perguntas ainda estava carregadas de sarcasmo, e claramente Marshall estava desconfiado de mim.
- Não, não, senhor! Se trata realmente de problemas pessoais. Mas eu já me envolvi nessa missão, seria até arriscado mandar outro agente se infiltrar, eles desconfiariam de vários estranhos aparecendo do nada.
- Então você precisa de um tempo afastado da missão?
- Exatamente. Resolverei esses problemas, e voltou para concluir a missão, afinal, esse é meu trabalho. -eu estava mentindo tão bem que já estava começando a acreditar, mas mentir também era meu trabalho.
- Hum...-ele resmungou- Certo, Neymar. -o que está havendo? Ele nunca me chama pelo primeiro nome- Vou assinar os papéis necessários para essa sua licença temporária. Use o tempo que julgar necessário, mas seja o mais breve possível.
- Claro, senhor. Obrigado! -agradeci e ele apenas acenou com a cabeça- Com licença. -me levantei rumo a porta, mas antes de abri-la, sua voz soou pela sala.
- Agente?
- Sim? -me virei para ele.
- Enquanto estiver fora não esqueça que você é um agente da lei, e que seu trabalho é fazer com que a lei se cumpra! -disse com a voz carregada de mistério, e se segundos atrás eu me sentia mais leve, essa sensação desapareceu.
- Não esquecerei, senhor. -disse rápido, e mais rápido ainda saí dali.

Jade POV

Ainda dormia despreocupadamente, quando algo bateu no meu rosto, quando retomei a consciência notei que era Alicia se mexendo na cama, fazendo seu braço bater em mim, vadia.

- Porra, Alicia! -empurrei ela.
- Hum. -apenas resmungou em resposta, e em seguida o toque do meu celular ecoou no quarto. Peguei-o, vendo que era minha tia.
- Alô, tia?
- Querida, -pelo tom de voz eu sabia que ela havia sorrido- preciso que me busque no aeroporto.
- Ué, a senhora está em Londres?
- É óbvio, Jade! -riu.
- Não me pressiona, acabei de acordar.
- Logo você? São nove e quarenta da manhã.
- Longa história. Mas precisa de carona, não é a senhora que ama nos fazer surpresa?
- Sim, mas pensei porque gastar com táxi se tenho dois empregados ao meu dispor. -rimos.
- Estou indo, tia.
- Estou esperando, beijo.
- Vai embora? -Alicia, já acordada, perguntou com a voz rouca, assim que eu desliguei.
- Vou buscar minha tia.
- Quer meu carro?
- Não precisa, vou ligar para o Matthew.
- E eu vou voltar a dormir. -ri vendo-a virar para o outro lado. Liguei para o meu primo, e fui até o banheiro para o escovar os dentes com uma escova extra que havia ali, ajeitei o cabelo, e até que Matt não demorou muito para me mandar uma mensagem avisando que havia chegado.

[...]

-Mãe, tô com fome. -Matt reclamou, assim que chegamos em casa, após buscá-la.
- Idaí, garoto? Não sou sua empregada.
- Se fodeu! -eu disse e ri.
- Jade! -ela me repreendeu com um olhar.
- Vai, otária! -Matthew me provocou e riu.
- Mas, tia, sério, também tô com fome.
- No máximo eu posso fazer o almoço, agora vocês que se virem.
- Olha como é, Jade, você da carona e abrigo, e a pessoa te trata assim. -meu primo dramatizou.
- É verdade, não se fazem mais pessoas como antigamente. -concordei, segurando o riso.
- Vou quebrar a cara de vocês dois! -minha tia ameaçou, nos fazendo rir.
Tomei café da manhã por ali mesmo, com o Matt, nos viramos com sanduíches de salame e foi o que deu. Depois da refeição, eu só assisti televisão por alguns minutos, até fazer a digestão, e me troquei, indo ao porão treinar.

[...]

Na parte da tarde, como prometido, minha tia preparou o almoço, sua macarronada especial, que não existe coisa mais gostosa no mundo, e nós três comemos juntos, dominados por um ótimo clima e ambiente familiares.

- Jade? -minha tia colocou a cabeça para dentro do meu quarto, onde eu estava quase dormindo.
- Tô dormindo, tia.
- Então acorda, precisamos sair.
- Nem vem, segunda vez que a senhora me acorda no mesmo dia.
- Não cansa minha paciência, menina. -disse toda impaciente e eu quase ri.
- O que foi?
- Vamos no shopping? -sorriu amarelo.
- Pra que?
- Pra pescar por lá, sabia que da? -ironizou.
- As vezes eu esqueço a quem o Matthew puxou. -afirmei e ela riu.
- Anda, meu amor. A tia ficou doida e contagiada pelo clima da Flórida só trouxe roupa fresca, preciso comprar alguns agasalhos.
- A senhora é a pior. -me levantei com preguiça, rumo ao banheiro.
- Também amo você. Em vinte minutos lá em baixo, ein? -assenti, enquanto ela fechava a porta.

[...]

Quando o convite de ir ao shopping chegou, eu já imaginava que andaríamos bastante, mas não que fôssemos entrar em, praticamente, todas as lojas, e que minha tia fosse experimentar tantas coisas, de camisetas a casacos de pele.
No fim das contas, acabei dando um perdido nela, e apenas avisei que ia à loja de CDs. Quem compra CDs em terra de iTunes e Spotify? Eu mesmo! Cópias físicas, são cópias físicas, isso sem citar o quanto é agradável estar em uma dessas lojas, onde em um mesmo corredor você se perde nas discografias de bandas maravilhosas.
Carregada com duas sacolas de CDs de rock antigo, eu saí da loja, e assim eu eu fiz isso, esbarrei em uma mulher.

- Desculpa! -pedi automaticamente, mas quando a olhei, percebi que aquilo só podia ser algum tipo de brincadeira. Era novamente aquela mulher loira.
- Imagina, flor. -ela sorriu.
- Ah, é você de novo.
- Você parece que nunca gosta de me encontrar. -soltou um risinho.
- Adivinha só? Você acertou! -sorri irônica. 
- Jade, quem é sua amiga? -minha tua surgiu ali, com tantas sacolas que mal podia andar.
- Não, tia, nós só esbarramos. -expliquei, e a loira se virou, ficando frente a frente com a minha tia. E eu podia jurar que imediatamente ela ficou pálida, o branco de sua perdeu ainda mais a cor, enquanto seus olhos se arregalaram, fixos na mulher loira. Isso era no mínimo muito estranho.
- Katherine? -a palavra escapou de seus lábios entre abertos. Não pude notar a reação facial da loira, mas no mesmo instante ela saiu de perto de nós em passos rápidos.
- Tia? -chamei sua atenção, ainda sem entender o que havia acabado de acontece- Ta tudo bem? Quer água?
- Não, não, não precisa, querida. -respondeu ainda visivelmente desnorteada.
- A senhora conhece ela?
- Vamos embora, Jade! -ela parecia nem ter ouvido minha pergunta, e saiu caminhando, lhe acompanhei.
- Tia? -estalei meus dedos perto de seu rosto, e ela parou, me olhando- O que aconteceu aqui? Quem é aquela mulher?
- Não aconteceu nada. -suspirou- Você conhece ela?
- Não, ela só vive aparecendo nos lugares nos quais eu estou, mas o Neymar disse que não era motivo de preocupação. E a senhora pelo visto conhece.
- Não. -voltou a andar rumo à saída.
- Me diz quem é essa mulher, tia! -exigi enquanto a acompanhava.
- Eu não conheço ela, Jade Mitchel! -disse firme, mas eu sabia que era mentira- Vamos embora! -foi uma ordem, não um pedido.
- Eu não vou pedir mais, mas a senhora sabe que eu vou descobrir! -avisei, e entramos no carro, o caminho de volta foi feito no mais torturador dos silêncios, e eu odiava estar nesse clima péssimo com a minha tia.

Neymar POV

Passei o dia no escritório, não só resolvendo a burocracia do afastamento, mas também organizando tudo que eu ficaria longe durante esse tempo.
Apesar de ficar distraído com as minhas obrigações, eu contava os minutos para sair dali e ir ver a Jade. Mesmo sabendo que a hora de acabar com isso estava próxima, eu não queria pensar nisso agora.

Trocamos mensagens quando eu estava de saída, e acertamos que eu passaria lá. Assim que cheguei, enviei outra mensagem para avisar, e nem demorou para que a porta de sua casa se abrisse, e ela surgisse de cabelos soltos, voando com o vento que soprava no fim da tarde. No corpo um blusão de moletom, acompanhado de um short jeans e tênis all star preto, eu era fascinado pelo estilo dela.
Assim que cruzou o jardim e me alcançou, Jade me surpreendeu, ela se jogou em meus braços em um abraço apertado, e ali, eu já pude notar que ela não estava no seu normal.
- Está tudo bem? -perguntei olhando seus olhos, com seu rosto entre as mãos.
- Vamos sair daqui. -mordeu o lábio, nervosa, e me abraçou de novo, peguei sua mão e saímos andando mesmo dali, rumo ao Green Park, eu sentia que ela estava precisando de mim.


We are back, girls!
Desculpem a ausência, sério! Eu (Bia) estava resolvendo umas coisas, que graças a Deus deram certo, e não tinha cabeça nenhuma pra escrever durante esse tempo. Espero que entendam, e nos desculpem novamente!
Esse capítulo ficou pequeno e ruim, mas ele só serve para anunciar que a temporada de tretas está oficialmente aberta! Mais ou menos daqui a um capítulo ou dois, vai rolar a treta que todas vocês esperam desde o começo, então não nos abandonem porque tem muita água pra rolar!

Ps: tô postando hoje porque prometi à Luiza, mas a partir de quinta feira a programação normal volta haha
Beijo, amamos vocês!

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Capítulo 20 - Decision




Jade POV

Apesar de todas as tentativas de Neymar e Alicia de me envolver nos assuntos das conversas, eu mesma não estava afim disso. E foi só todos terminarem, para que eu me levantasse e começasse a tirar a mesa, colocando tudo na máquina de lavar louças.

- Vocês podiam ir lá no pub hoje a noite, né? -a ideia de Alicia chamou minha atenção.
- Eu acho uma boa!  -Neymar sorriu.
- Não sei não. -respondi sem animo, Neymar me estendeu a mão, e assim que eu peguei, ele me guiou para sentar em seu colo.
- Jade, se chatisse desse prêmio, você era campeã mundial! -Ali disse e os dois riram.
- Por que não quer ir? Vamos? -Neymar acariciou meu rosto.
- Eu só não queria ir. Mas tudo bem, eu vou. Na verdade eu estive lá na noite passada, sabe, Alicia? E você não!
- Não vem me comprometer nos assuntos. -ela se defendeu e Neymar riu.
- Você e o primo dela, vocês namoram? -Neymar não segurou a curiosidade.
- Eu e Matthew? -Alicia riu- Não, Deus me livre!
- Eles só se pegam...com frequência. -expliquei e ela fez uma careta- E você, -olhei para o Neymar- não vai ir ver o Jota?
- Está me mandando embora?
- Na verdade estou, só não queria usar essa palavra.
- Essa garota é um nojo! -Alicia disse e ele riu assentindo, me dando um selinho em seguida.
- Mas eu vou mesmo. -ele me fez levantar, e fez o mesmo- Aliás, Alicia vou levá-lo mais tarde.
- Amigo seu? -ele assentiu- Leva mesmo, vai ser legal. -ela sorriu.
- Vai me levar até a porta, pra eu voltar sempre? -ele riu pra mim.
- Só vou levar porque tenho educação, não pra você voltar.
- Sei! -riu- Até mais, Ali!
- Até, Neymar! -ela acenou, e ele saiu me puxando pela mão, em direção a sala.  
Neymar destrancou a porta e saiu, mas antes de ir, colocou as mãos na minha cintura, levando meu corpo para junto do dele, e ficou me olhando nos olhos, o único som era de nossas respirações. Fechei os olhos e sorri, quando senti ele ofegar, e logo seus lábios colaram-se nos meus, dei passagem e sua língua invadiu minha boca, tendo um belo e movimentado encontro com a minha. Ele foi encerrando o beijo com leves selinhos, e me olhando novamente.
- Que bom que isso está acontecendo! -ele disse, e mesmo sem saber o que exatamente era isso, sorri.
- Vai embora logo! -disse em tom descontraído, ouvindo sua risada em seguida.
- Até mais tarde! Passo aqui às nove. -piscou e me deu um selinho demorado.
- Até! -mandei um beijo no ar e ele se foi, rumo a algum ponto de táxi, acredito eu.
- Que cazalzinho mais apaixonado. -Alicia zombou, assim que voltei à cozinha.
- Vai se foder! -ela riu.
- Bom, agora que eu já filei essa comida maravilhosa que eu nunca ouvi falar, eu vou pra casa.
- Morta de fome! -ri.
- Até depois, nojenta. -ri novamente, e ela foi indo rumo a sala, eu a segui. Nos despedimos e ela se foi.
 
Só me dei ao trabalho de trancar a porta, antes de me jogar ali mesmo no sofá maior, liguei a tv só para ter alguma companhia, porque não estava prestando atenção mesmo em nada. Nem sei quanto tempo durou essa espécie de meditação, até Matthew entrar, roubando minha atenção. Ele me olhou sem dizer nada e subiu rumo ao seu quarto, aproveitei para ir atrás dele e dizer o que eu precisava e queria.
Entrei sem nem bater na porta, e lhe encontrei tirando a camisa, enquanto ia até seu banheiro, mas quando notou minha presença, parou.

- Não sabe bater?
- Não vem com essa.
- O que você quer, Jade?
- Conversar com você.
- Estou indo tomar banho agora.
- Não tem problema nenhum, eu espero. -me sentei na cama, dobrando as pernas e ligando a tv, ele revirou os olhos e entrou no banheiro. Eu pensei que Matthew demoraria, só para me fazer desistir, mas dez minutos depois ele estava de volta, com uma toalha na cintura, indo ao closet, e saiu de lá vestido.
- Já pode falar o que você quer. -disse sem paciência, sentando-se do outro lado da cama.
- Eu quero esclarecer algumas coisas. Você quis ficar fora das operações por causa do Neymar, e mesmo odiando essa ideia, eu respeitei isso. Mas todas as vezes que você o vê, você arma uma confusão, Matthew!
- Eu não sou obrigado a gostar dele, sou?
- Não, você não é mesmo, e eu nem estou pedindo isso. O ponto é que, eu respeitei sua escolha, será que você não é capaz de respeitar a minha?
- Você está me dizendo que você escolheu ele, que vocês estão namorando e essas coisas?
- Não estamos namorando. Estou apenas dizendo que eu escolhi ficar com ele, não importa até onde isso vai, eu só não queria brigar com você todas as vezes que você ver nós dois juntos. -desabafei.
- Odeio brigar com você! -ele confessou- Mas é que pensar que esse cara está usando minha equipe, tudo que conquistamos, e pior, que ele está usando você, me deixa com vontade de acabar com ele o mais rápido possível! -que ele está usando você, ouvir isso doeu.
- Mas deixando essas suas suposições de lado, eu só quero que respeite o que eu escolhi. Não peço que sejam amigos ou algo do tipo, só não quero uma guerra todas as vezes que seus olhares se cruzarem. -ele ficou me encarando sério e calado- Matthew?
- Eu queria muito que você acordasse pra realidade, mas já que parece impossível, eu vou respeitar a sua escolha.
- Obrigada! -ele apenas acenou com a cabeça, antes de levantar e ir ao seu closet novamente. Essa foi minha deixa para sair dali e ir fum
ar alguns cigarros.

Neymar POV

Assim que entrei em casa, encontrei o Jota sentado no sofá, com um tédio tão grande que transparecia em sua expressão facial enquanto ele trocava os canais da tv.

- Olha só o policialzinho apaixonado! -disse ao notar minha presença.
- Não fode! -retruquei, me jogando no outro sofá.
- Tem uma música da Britney feita pra você: mamãe, me apaixonei por uma criminosa. -cantou e riu.
- Desde quando você é fã da Britney Spears? -me permiti uma risada.
- Eu não sou, mas essa música é famosa, e fala sério, tua cara! -riu.
- Irmão...-suspirei, passando as mãos no rosto, usando um tom mais sério- Eu tô muito fodido, mas muito mesmo!
- De manhã você não parecia fodido, e pra ser sincero, achei a Jade muito gente boa, se eu não soubesse a história nem acreditaria. E aposto que você tava lá transando até agora, que bipolaridade é essa?
- Cara, é sério, Jota. Eu tô louco por ela!
- Isso eu já percebi. -ele não estava debochando, era um tom compreensivo- Percebi só pelo jeito que olhava pra ela de manhã, e pelo sorriso que você deixava escapar todas as vezes que Jade dizia uma palavra.
- Eu tô sem saída! -desabafei.
- Eu já sugeri antes, você pode pedir para te mudarem de missão.
- Eu não posso, qualquer outro agente que entrar vai prendê-la. Jade não pode ser presa!
- E se você pedisse ao seu chefe para arquivar o caso por ora? Você diz que quer muito continuar e terminar a missão, mas agora precisa tirar uma licença, qualquer coisa assim.
- Será? -perguntei, enquanto ainda juntava as peças dessa ideia.
- Claro! Você usa esse tempo para ajeitar as coisas, e decidir o que fazer.
- É uma ótima ideia mesmo, mas e quanto a Jade? Estou apaixonado, mas não posso levar isso adiante pelo detalhe berrante de que ela é uma criminosa, e eu um agente secreto! -disse desesperado.
- Isso já é uma coisa que você só pode resolver sozinho. Irmão, sinceramente, você sabe que o melhor a fazer é continuar com seu trabalho. Talvez você sofra por não ficar com ela, mas há certas coisas na vida que temos que superar.
- Eu não sei o que fazer! -confessei antes de ir para o meu quarto, ficar sozinho com os meus pensamentos bagunçados.

Jade POV

Pontualmente às nove, Neymar buzinou em frente a minha casa. Olhei pela janela do meu quarto, e o vi encostado em seu carro, estava lindo, nossos olhares se encontraram e ele sorriu.
Me olhei uma última vez no espelho, peguei meu celular e desci.

- Oi, loirinha! -ele disse sorrindo quando eu me aproximei.
- Você está usando diminutivos de novo! -ele riu, e eu mesma tomei a iniciativa de beijá-lo, além de lindo ele exalava um perfume cheiroso que me fazia amar o cheiro.
- Coé, casal! -Jota me assustou, e eu encerrei o beijo, vendo-o sair do outro lado do carro- Fiquei sabendo que tem uma amiga lá, adiantem meu lado, vambora! -Neymar e eu rimos.
- Matthew já me odeia, imagina se o Jota fica com a Alicia? -ele disse só para mim, e apesar de ser verdade, eu ri.

[...]

Era uma noite de segunda-feira, e por isso o pub não estava muito movimentado, nem mesmo a banda que tocava música ao vivo parecia muito feliz.
Mas isso não foi um problema para nós quatro, conversas idiotas que geravam gargalhadas era o que mais se ouvia na nossa mesa. Foi uma noite realmente muito boa, com meu tipo favorito de diversão, conversa boa, bebida e música.
Depois de muitas investidas dele, Alicia e Jota se beijaram ali mesmo na nossa frente, no meio do pub, e até isso contribuiu para a noite ser engraçada, já que os dois não escaparam das nossas piadinhas.
Já era tarde, e os funcionários começavam a fechar o bar, quando Neymar decidiu ir embora. Mas Alicia queria que eu fosse dormir no apartamento dela, então eu fiquei. Nos despedimos do lado de fora,  com um beijo, encostados no carro dele que estava do outro lado da rua, enquanto os dois lá ainda demoraram um pouco ali na frente do pub mesmo. Neymar teve que buzinar para o Jota ir embora.
Alicia só se despediu dos funcionários, e nós duas também fomos embora.

- Tô sem sono. -ela disse assim que entramos.
- Eu sei, com esse fogo no rabo aí. -ela riu- Não achei que vocês fossem ficar.
- Nem eu, mas até que ele tinha um papinho legal e beijava bem. -deu de ombros- Vou tomar banho, escolhe aí alguma coisa pra gente ver no netflix.
- The Walking Dead.
- Ah não, coloca Arrow, a gente vê desde o primeiro episódio se quiser.
- Nem vem com essas séries de super herói.
- Esqueci que você é a vilã. -riu- Imagina o Oliver pra você: Jade Mitchel, você falhou com essa cidade. -imitou o personagem e gargalhou.
- Vai logo tomar esse banho, e para de assistir essas séries ruins.
- Não mexe com o Oliver Queen, queridinha! -beijou o ombro e subiu as escadas.

[...]

Neymar POV

Cheguei pontualmente no escritório naquela manhã fria de terça, sendo surpreendido ao ver Jenny em sua mesa. Sorri.

- Jenny, bom dia! Melhorou?
- Bom dia, agente. Estou melhor. -sorriu simpática como sempre.
- Ótimo! Será que você poderia ir até a minha sala quando estiver desocupada? Preciso dar uma palavrinha com você.
- Claro, só vou terminar de organizar uma papelada e já vou até lá.
- Obrigado. -ela sorriu e entrei, me sentei e liguei o computador para fazer, novamente, nada de importante. Jenny nem demorou, e já estava batendo na porta, autorizei sua entrada e pedi que ela se sentasse na cadeira de frente para mim- Então, Jenny, eu sei que aquele dia você reconheceu a Jade Mitchel, afinal você tem acesso a todos os meus relatórios e informações, enfim. A questão é que só você sabe desse nosso envolvimento. E no momento eu estou pensando em pedir uma licença, um afastamento.
- Por que, agente?
- Pra resolver isso tudo da forma certa.
- Quer dizer que não era encenação da sua parte, você se envolveu de verdade com ela?
- Talvez sim. -omiti a verdade.
- Eu sei que você não é só um agente, você também é um homem sujeito a se apaixonar, Neymar. Isso acontece, ninguém pode te julgar. -disse de forma compreensiva- Então só posso desejar boa sorte, e pode contar com o meu sigilo!
- Obrigado de verdade!
- Imagina, era isso? -assenti.
- Sim, só diga ao coronel que quero vê-lo, e me avise quando eu puder ir até lá.
- Claro. E boa sorte novamente. -sorriu e saiu da sala.

Jenny era uma boa pessoa, compreensiva como poucas que eu conheço, e eu já sabia que com ela seria fácil conversar. Agora era hora de enfrentar o coronel John Marshall, o cara que tinha minha carreira em suas mãos.

Amorzinhos, esse capítulo ficou tão ruim que eu nem tenho o que falar.
Prometo que quinta-feira a porra vai ficar séria real.
Comentem essa porcariazinha, beijos!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Capítulo 19 - Almost a couple?






Jade POV

Assim que eu respondi, Neymar se levantou, ainda me levando em seu colo, e nos levou ao banheiro do quarto. Ele me colocou no chão, bem abaixo do chuveiro, e sorriu antes de ligar a água, que caiu molhando todo o meu corpo, o vi morder o lábio, e o puxei para mais perto, ao mesmo tempo que o beijava. Neymar me encostou na parede, descendo seus beijos para o meu pescoço, enquanto eu deixava chupões no seu, ele subiu uma das minhas pernas na altura de sua cintura, e sem que eu esperasse, me penetrou forte. Gemi alto seu nome, enquanto cravava minhas unhas em suas costas, e isso serviu como um incentivo para ele, que aumentou a velocidade dos movimentos. Deitei minha cabeça para trás, gemendo com as sensações que ele me causava, enquanto ele beijava meu pescoço sem parar de se movimentar. Voltei a olhá-lo, quando ele ergueu minha outra perna, me pegando em seu colo, beijei seus lábios com pressa, Neymar parecia incansável, pois em momento algum diminuía seus movimentos. Em mais algumas estocadas fortes cheguei ao meu ápice, e senti seu líquido me preencher ao mesmo tempo.
Ainda me segurando, ele voltou ao chuveiro, e nós entramos em baixo da água. Fui para o chão e o abracei, ainda ofegante, ele afastou meus cabelos e deixou beijos calmos no meu pescoço. 
E nesse clima carinhoso, nós finalmente tomamos um banho, enquanto eu ainda pensava em todos os efeitos que esse homem causava não só nos meus sentimentos, mas também no meu corpo.

[...]

- Eu duvido que você consiga fazer isso sem derrubar tudo! -Neymar disse rindo de mim, sentado em um dos bancos do balcão, enquanto eu fazia panquecas.
- Olha só então! -ele riu novamente, e eu joguei a panqueca para o alto, virando-a e fazendo com que ela caísse novamente na frigideira- Eu sou foda, pode admitir! -rimos, enquanto eu colocava ela junto com as outras prontas.
- Isso foi sorte, Jade. -riu- Agora vou ver se você manda bem mesmo na cozinha. -levou as panquecas para a mesa, enquanto eu levava o suco.
- Eu sou boa em tudo que eu faço! -pisquei e ele riu, deixando o prato na mesa.
- Em muitas coisas eu sei que você é maravilhosa! -me puxou para um beijo, me fazendo quase derrubar a jarra, o que nos rendeu uma risada entre o beijo. Era até inacreditável o quanto estávamos nos dando bem- O que vai fazer hoje a tarde?
- Não sei, não pensei nisso ainda. -respondi, colocando nutella na minha panqueca.
- Podíamos almoçar juntos. -sugeriu com um certo receio, e um sorriso involuntário me veio.
- É, nós podíamos. -afirmei vendo-o sorrir também, e ouvimos a campainha tocar- Coloca uma camisa, suas costas não tão muito legais. -sugeri, passando de leve a mão sobre as marcas das minhas unhas na pele dele.
- Culpa sua! -disse em tom acusador, mas riu, me roubou um selinho, e subiu as escadas gritando um já vai para a pessoa do outro lado da porta. Ouvi Neymar voltar, atender a porta, e começar a conversar em português com outra voz masculina, sem que eu entendesse nada. Deixei as coisas lá, e fui até a sala, encontrando ele com um cara de mais ou menos a nossa idade, devia ser o amigo de Liverpool.
- Desculpa, não queria atrapalhar! -disse em inglês quando me notou ali, e sorriu fraco.
- Não, não atrapalhou nada. -retribuí o tímido sorriso- Você deve ser o amigo de Liverpool, certo?
- Na verdade, meu nome é Jota. -rimos.
- É Joclécio! -Neymar o entregou, rindo.
- Não vem me queimar! -ele se defendeu, será que esse nome não era popular no Brasil?
- Ela é a Jade. -Neymar me apresentou.
- É um prazer, moça! -me cumprimentou com beijos no rosto, e eu nem estranho mais esse excesso de contato físico do povo brasileiro.
- O prazer é meu! -até eu estava estranhando o quanto eu estava simpática, mas com o bom humor que me dominava desde o fim da noite passada, era impossível ser diferente- Estamos tomando café da manhã, vem com a gente. -ele sorriu e assentiu. Voltamos para a cozinha e fizemos a refeição em um bom clima. Jota era engraçado, e na maior parte do tempo ele e Neymar me fizeram rir com brincadeiras idiotas entre eles.
- Suas panquecas são as melhores, Jade, sério. -ele me elogiou.
- Chora, Neymar. -disse e eles riram.
- Mas eu vou indo, vou dar uma volta pela cidade, dar privacidade pra vocês.
- Não precisa. Estamos de saída. -afirmei.
- Estamos? -Neymar juntou as sobrancelhas.
- Estamos!
- Se você falou, ta falando. -se rendeu, e Jota riu.

[...]

Nos despedimos do Jota, e descemos rumo ao meu carro, que continuava estacionado ali na frente, pedi para que ele dirigisse, e liguei a rádio em um volume baixo, em uma estação qualquer de pop/rock.

- Nunca vi você sendo tão simpática com alguém! -Neymar disse de repente, trazendo minha atenção da rua para ele.
- O que?
- Lá em casa.
- E isso é ruim?
- Não, só é, sei lá, diferente...Mas um diferente bom! -sorriu- Pra onde nós vamos?
- Pra minha casa, você vai cozinhar pra mim. -ri.
- Toma cuidado com essa exploração, eu posso cobrar. -veio me beijar, mas eu me esquivei rindo, vendo-o balançar a cabeça negativamente- Vamos só passar no mercado antes.
- Por que?
- Não discute, receita brasileira, então fica quieta.
- Fala direito comigo, garoto! -ele riu.

Chegamos no supermercado, e ele mesmo pegou o carrinho, enchendo-o com coisas de sua lista de compras mental. Além de potes de sorvete, refrigerante, temperos, haviam ali também uma infinidade carne suína desalgada, achei estranho mas não contestei porque ele parecia saber o que estava fazendo. Neymar parou na pequena sessão de feijão do supermercado, uma comida não muito popular por aqui, e se concentrou em procurar algum tipo específico, enquanto eu ia pegar alguns cigarros. Não demorei, e já o encontrei a caminho do caixa.

- O que que isso? -ele perguntou impaciente.
- O que você acha que é? -respondi no mesmo tom.
- Você não vai levar isso, Jade!
- Para de agir como se fosse meu pai, que coisa ridícula!
- Eu paro, se você parar de agir como uma criança. Essa porcaria só te faz mal, e eu já disse que não vai fumar na minha frente!
- Eu por acaso estou fumando?
- Jade...-ele suspirou, dando-se por vencido- Por favor!
- Puta que pariu, viu! Ta bom! -sai bufando dali, devolvi para a prateleira e fui para a sessão de doces, peguei três pacotes de fini e um deles comecei a comer ali mesmo. Voltei até onde Neymar estava, e já era sua vez no caixa.
- Bem melhor! -sorriu, eu apenas ignorei. Ele pagou tudo, sem me deixar ajudar, e saímos dali- Promete pra mim que você vai tentar parar? -perguntou já dentro do carro, a caminho da minha casa.
- Parar o que?
- Não se faz de desentendida. Promete? -pousou sua mão na minha coxa, acariciou e desviou seus olhos para os meus rapidamente.
- Vou pensar.
- Jade!
- Já disse que vou pensar. -permanecemos em silêncio o resto do caminho, seria realmente um milagre se não nos desentendêssemos em nenhum ponto do dia. Fiquei olhando o caminho pela janela, e quando chegamos a minha casa, vi aquele mulher loira parada na calçada da casa de frente para minha. Ela é policial ou algo do tipo? Porque é a única explicação pra essa perseguição- Puta que pariu! -murmurei.
- O que foi? -perguntou estacionando o carro.
- Não olha agora, mas tem uma mulher do outro lado da rua. Já é a terceira vez que a vejo, e isso ta bem estranho.
- Como assim?
- A primeira vez foi no mercado, depois ontem em frente ao pub da Alicia, agora ela ta aqui. E sempre tenta contato comigo, geralmente com uns assuntos bem inconvenientes. Isso não pode ser normal! E se ela for policial...nós temos que ficar atentos, ficar um tempo sem trabalhar.
- Isso é estranho mesmo, mas não acho que seja algo que represente algum risco, ela com certeza não é policial! -ele afirmou, na tentativa de me tranquilizar.
- Como pode ter certeza?
- Olha pra ela, Jade. Parece mais uma daquelas senhoras que andam com um mini cachorro no colo enquanto fazem compras na Chanel.
- Nós dois sabemos que essas coisas não tem a ver com aparência.
- Sim. Mas fica calma, é sério! -entrelaçou os dedos de nossas mãos e levou a minha até a boca, deixando um beijo nela- Agora vamos, que eu tenho um almoço pra preparar. -disse animado e me arrancou um sorriso. Assim que saímos do carro, a tal loira acenou e sorriu para nós, Neymar foi o único que correspondeu, e logo em seguida ela já estava caminhando para longe dali. Ela me intrigava, e isso não ia cessar enquanto não soubesse quem era aquela mulher.

[...]

Levamos todas as compras pra cozinha, e assim que lavou as mãos, Neymar começou a preparar as coisas, enquanto eu me sentava com uma garrafa de ice para assisti-lo.

- Não vai ficar parada aí não, vem me ajudar.
- Não sou obrigada a nada. -ele riu.
- Jade, florzinha, por favor. -disse pra me irritar, porque exibia uma sorriso provocador.
- Olha como você fala comigo.
- Tudo bem. Jade, luz do meu dia, me dê a honra de ser ajudado por você. -eu ri.
- Foi tão broxa que eu vou ajudar, só pra não ouvir coisa pior. -foi a vez dele rir. Ele me orientava enquanto eu cortava os ingredientes, e vez ou outra vinha implicar com o que eu estava fazendo, ele gostava de me irritar- O que nós estamos fazendo, afinal?
- Já disse que é uma receita brasileira.
- Mas o que é exatamente?
- Feijoada.
- Fei o que? -ele riu.
- Só faz as paradas aí, Jade. -ele disse e eu o fuzilei com os olhos, ele riu de novo- Vou no banheiro. -avisou e saiu.
- Não vai cagar no meu banheiro! -gritei e ouvi sua gargalhada.
- Só por isso vou usar o seu mesmo. -ri e ouvi seus passos na escada. Em seguida o barulho foi na porta da sala, e as vozes de Matthew e Alicia apareceram.
- Caraca, que cheiro bom! -ele disse, e os dois surgiram ali. Isso tinha tudo pra dar errado.
- Cozinhando sozinha? Ta inspirada. -Alicia riu.
- Iae, seus safados. Tão juntos pra cima e pra baixo agora né? -mudei de assunto, e os dois se entreolharam.
- Ciúmes? -Matt perguntou, e eles riram.
- Claro que não, odeio vocês dois! -respondi e ri também, ouvi passos na escada. Merda!
- Quem ta ai? -Matt foi até a sala e eu o segui- Ah, mas é claro! Só podia ser isso! -exclamou enquanto encarava Neymar na sala.
- Matt...-Ali começou mas ele ignorou.
- De novo na nossa casa, Jade? -se voltou pra mim.
- De novo você vai fazer ceninha? -perguntei já impaciente.
- Claro que não, eu não vou ser o responsável por estragar esse lindo almoço. -disse com ironia, enquanto Neymar permanecia encarando-o de braços cruzados e a expressão mais séria que eu já havia visto.
- Então deixa a gente em paz logo! -Neymar disse de repente, e eu senti o estômago revirar só de pensar em outra briga dos dois.
- A gente vive se encontrando, e o dia que eu acabo com você não ta longe de cheg
ar! -Matt ameaçou.
- Você promete demais! -Neymar rebateu ironicamente.
- Neymar! -repreendi ele, que nem me olhou.
- Então vai esperando! -Matthew disse e saiu batendo a porta. Eu tinha medo só de imaginar os dois brigando longe de mim, sei que mesmo sem concordar, Matt respeite minhas decisões. Mas e quando eu não estivesse? O que impediria de os dois se matarem?
- Vou atrás dele. -Alicia se manifestou.
- Ali, não, não precisa. -avisei- Isso é ridículo, ele vai arranjar uma briga toda vez que nos ver juntos? Não ta certo.
- Você tem razão. -ela concordou- Mas nós duas sabemos como Matthew é complicado, eu já volto. -saiu também.
- Você está bem? -Neymar perguntou me abraçando.
- Odeio isso, mas estou. Odeio ter que escolher um lado. -admiti- Mas eu confio em você. -ele beijou minha testa, e na mesma hora Alicia voltou.
- Corri até a esquina, mas ele já sumiu.
- Vai ficar tudo bem. -disse pra convencer mais a minha mesma do que ela, e Alicia assentiu.
- Alicia, vamos almoçar? -Neymar a convidou, sorrindo e trazendo parcialmente a boa atmosfera de volta.
- Com esse cheiro maravilhoso eu nem posso recusar. -os dois riram e nós voltamos a cozinha.

Terminamos tudo, arrumamos a mesa e almoçamos em um clima descontraído. Os dois me envolviam em papos engraçados durante a refeição, mas minha cabeça ainda viajava por causa do Matthew, mesmo que eu fizesse tudo para não transparecer.



Maoe, gente! Sejam bem vindas leitoras novas!
Esse capítulo ta bem bosta por motivos de: bloqueio de criatividade.
Mas nos digam, vocês acham que Neymar e Matthew ainda se pegam na porrada? Quem é, e o que será que essa mulher loira quer?
Comentem e até domingo!

Beijos


domingo, 7 de fevereiro de 2016

Capítulo 18 - Love



Jade POV

Passaram-se alguns minutos, até que eu pude ouvir seus passos,  e a porta se abriu em seguida. Confesso que antes de elevar meu olhar até o dele, admirei seu corpo que vestia só uma bermuda preta, sua pele tatuada exposta, ele era tão lindo. Quando o encarei finalmente, foi como se tivesse levado um choque, seu rosto e pescoço estavam sujos de batom vermelho. Senti raiva imediatamente, e não sabia exatamente como me livrar disso. Seu olhar estava assustado ao constatar que era eu mesma quem estava ali.

- Ja-Jade? -ele gaguejou.
- O que é isso? -mordi o lábio, franzi a testa, enquanto sentia meus músculos se contraírem e meus punhos cerrarem.
- Isso o que? -ele se aproximou, fechando a porta e ficando do lado de fora.
- Essa porra de batom no seu rosto! -disse com nojo, me controlando para não gritar com ele. Neymar abriu a boca para dizer algo, mas foi interrompido, uma voz feminina chamava seu nome dentro do apartamento. O empurrei e abri a porta, entrando em seguida, ele me seguiu. Me deparei com uma loira na sala, com os cabelos desgrenhados, o batom vermelho totalmente borrado, vestindo apenas as peças íntimas, e segurando um vestido na mão. Ela ficou confusa ao me ver, tive vontade de partir para cima dela, mas aquela mulher não era a culpada ali.
- Quem é ela, Neymar? -ela perguntou, enquanto colocava seu vestido.
- Eu sou uma louca! -gritei, eu estava cega de ciúmes, com certeza era ciúmes- Fala pra ela quem eu sou, Neymar! -disse ironicamente e encarei ele, que estava desnorteado.
- Victoria, é melhor você ir pra casa! -ele colocou a mão nas costas dela, guiando-a até a porta, e eu me virei para não olhar aquela cena, estava a ponto de explodir- Jade, calma...-ele voltou, chamando minha atenção.
- Calma? -ri irônica e nervosa- Você é um cretino, mentiroso, falso! -me descontrolei e parti na direção dele, distribuindo socos de verdade, mas Neymar era mais rápido e desviava de todos. Até que conseguiu segurar meus braços e me fez parar.
- Você mesma me dispensou, por que está fazendo isso? -a calma com a qual ele falava só me irritava mais.
- Esse é o seu plano? -me soltei dele e comecei a andar de um lado para o outro- Finge que sente algo por mim, finge que está ofendido por não ser correspondido, e na primeira oportunidade vai pra cama com outra?
- Nós não transamos. -ele se defendeu, enquanto tirava aquele batom do rosto.
- Não, mas é claro que não. Tenho certeza que vocês só estavam jogando xadrez sem roupa. -fui irônica novamente.
- Afinal de contas, Jade, por que veio aqui? -suspirou.
- Porque eu sou uma grande otária, é por isso! -berrei- Me deixei iludir por esse papinho de sentimentos. Eu pensei que sentisse alguma coisa por você! -despejei a verdade, ignorando meu orgulho, e fui em direção a porta.
- Você o que? -segurou meu braço, virando-me para ele.
- Me deixa ir embora! Isso já não foi o bastante? Você ouviu o que eu disse, e eu sei que toda aquela história não passou de uma mentira sua, sei mais ainda que eu fui uma grande idiota por me deixar levar. -disse já exausta tanto fisicamente, quanto emocionalmente.
- Eu não menti. -ele sussurrou, aproximando meu corpo do seu, e eu não conseguia sair de seu toque por estar perdida em seus olhos- O que eu sinto por você é real, Jade! -ele roçou seus lábios nos meus, me deixando ofegante, enquanto sentia seu toque e seu cheiro. Fechei meus olhos devagar, e Neymar deu início a um beijo que eu queria muito, me entreguei àquele mar de sensações que ele me causava. Foi só encerramos para que eu encostasse a cabeça em seu peito, e ele abraçasse meu corpo, seu coração pulsava acelerado- Eu só fiz isso porque tudo, por onde quer que eu fosse, me lembrava você, estava tentando te esquecer! -ele confessou- Jade, eu estava desesperado, -afastou nossos corpos, e me olhou nos olhos- acredite em mim, eu não menti sobre meus sentimentos. Eu nem sei se deveria, mas o que eu mais quero é você! -segurou meu rosto entre as mãos e me beijou com delicadeza. Aquele nosso beijo me proporcionava tudo que há de bom, mas eu não ia me deixar levar tão fácil.
- Você não vai me vencer tão fácil assim. -disse cortando o beijo e me afastando.
- Para de fugir de mim, -Neymar se aproximou novamente, segurando minhas mãos- para de fugir de você! Nós dois sabemos o que estamos sentindo.
- Neymar...-ele me interrompeu.
- Jade, fica comigo! -ele deixou um beijo suave no meu pescoço, e foi fazendo uma trilha até a minha boca, mas parou antes de beijá-la- Fica? -seus olhos brilhantes agora estavam fixos nos meus. Eu não possuía mais forças pra lutar erroneamente contra tudo que eu sentia. Tudo que nós sentíamos.
- Eu fico! -respondi com convicção e tomei a iniciativa de beijá-lo.
Encerramos o beijo com delicados selinhos, e ele abraçou, afagando meu cabelo. Eu me sentia completa como nunca! Isso era insano, definitivamente, mas era a melhor de todas as sensações.


Neymar POV

Saber que todo aquele sentimento que surgiu dentro de mim por causa da Jade era correspondido, me preenchia. Eu não sabia como isso havia chegado a tal ponto, mas eu estava realizado só por tê-la nos meus braços.
- Dorme comigo? -ela sorriu com meu pedido.
- Durmo. -me deu um selinho, e eu a peguei no colo, ganhando uma gargalhada como resposta. Com Jade acariciando minha nuca, eu segui até o quarto de hóspedes, não ia levá-la para o meu quarto, na cama onde a outra esteve. A deitei na cama e fiquei por cima, longe o suficiente para poder admirar seu rosto, sua respiração estava calma, os cabelos desajeitados, e a raiva havia sumido de seus olhos- O que foi? -ela riu.
- Você é linda! -sorriu e ganhei um selinho, me deitando ao seu lado em seguida, ela se virou para mim, e nos encaramos novamente.
- Já que vamos dormir, pode me emprestar uma camisa? Quero tirar esse sutiã. -ela disse, me fazendo rir, assenti e fui no meu quarto buscar uma camisa azul, uma das minhas preferidas, ela agradeceu e se levantou, enquanto eu me deitava novamente onde estava e a observava. Jade ficou de costas e tirou sua blusa, depois o dito sutiã, e eu já começava a sentir minha cueca apertar, suspirei e ela vestiu minha camisa, que cobria boa parte do seu corpo, visto que ela era menor que eu, por fim foi a calça que deixou seu corpo, e após dobrar as peças e deixá-las na poltrona, Jade voltou até a cama, deitando-se de frente pra mim.
- Mais confortável? -acariciei seu rosto.
- Você não imagina o quanto. -sorriu- Neymar...fala de você! -ela pediu, se ajeitando no travesseiro.
- Como assim?
- Não sei praticamente nada sobre a sua vida, tô aqui toda vulnerável, vai que você é um psicopata! -disse de forma engraçada, me fazendo rir.
- Certo. -ri- Bom, que eu vim para Inglaterra quando era bebê você sabe, sabe também que tenho uma irmã, e minha família não mora em Londres. -simplifiquei.
- E os Stark? -seus olhos estavam repletos de curiosidade.
- Ahh, é... Foi quando decidi passar um tempo na Califórnia, foi com eles que entrei para essa vida. -eu não queria, mas fui forçado a mentir nesse assunto, e isso só me fez lembrar o quão frágil era essa relação que estávamos construindo- Agora me fala você? -pedi, por mais que eu soubesse bastante coisas sobre Jade, eu não queria que aquele nosso raro momento de diálogo e carinho se acabasse.
- Não tenho que falar.
- Não foge do assunto. -ri.
- Ok! -riu também- Por onde começo? -perguntou mais pra ela mesma do que pra mim.
- Pelo começo?! -sugeri, rindo.
- Otário. -rimos- O começo, hum...meu pai sempre levou essa vida de roubos, juntamente com o melhor amigo dele, e então eu nasci e minha mãe fugiu com o amigo do meu pai, cara, eu era um bebê de meses! -disse com indignação, em sua voz era perceptível o quanto de rancor ela guardava da mãe- Minha tia sim foi minha mãe, e me criou com o meu pai, ela ficou viúva quando estava grávida de cinco meses do Matthew. -Jade suspirou- Os Mitchel não tem sorte em relacionamentos. -disse mordendo o lábio.
- Talvez seja hora de mudar isso. -me aproximei, beijando-a com calma.
- O resto você já sabe. -ela disse, sobre sua história, assenti.
- Como foi seu domingo? -mudei de assunto, vendo que ela não estava muito a vontade com o anterior.
- Isso é sério? -debochou.
- Claro que é. -ri.
- Eu fui pra Manchester com os meninos, assistir um jogo.
- Você gosta de futebol? Isso é novidade! -sorri.
- Você entrou no meu closet e não reparou nas camisas, isso que é ser distraído. -riu.
- Pra qual time você torce?
- Manchester City.
- Que horror, Jade. -ri e ela me beliscou- Ainda bem que eu sou Liverpool! -ri.
- Mas vamos repassar essa pergunta desnecessária. -ela disse, quase rindo- Como foi o seu domingo?
- Foi um grande poço de tédio.
- Duvido!
- É sério. Passei o dia todo em casa com o meu amigo que veio de Liverpool.
- E cadê ele?
- Eu não sei exatamente, mas não chega nem tão cedo, com certeza.
- Hum...-fingiu uma risada maliciosa e nós rimos de verdade- Tô com sono. -bocejou.
- Tô vendo esses olhinhos pequenos.
- Não usa diminutivos comigo. -ela disse, eu ri.
- Você fica toda docinha, depois da uma patada.
- Você ta usando diminutivo de novo! -me acusou, rimos.
- Quer dormir? -acariciei seu rosto.
- Quero muito. -ela disse e eu a puxei para meu peito, comecei a fazer cafuné em seus cabelos, sentindo seu cheiro e o silêncio acolhedor que tomava conta do quarto, logo a respiração de Jade ficou calma, e a olhei constatando que havia dormido.
Eu estava completamente perdido, mas estava feliz demais para pensar nisso naquele momento, então fechei os olhos e dormi também.

 Jade POV

Abri meus olhos lentamente soltando um gemido ao me espreguiçar. Neymar ainda dormia ao meu lado com o braço cobrindo os olhos. Sorri. Lentamente me livrei do lençol, sentei na cama para em seguida subir em seu corpo. Fiquei ali por alguns segundos o observando, céus ele era lindo e eu estava ferrada com o sentimento que só crescia dentro de mim. Pra minha surpresa Neymar sorriu.
- Que jeito mais prazeroso de acordar – passou as mãos nas minhas coxas subindo a blusa que eu usava até chegar ao elástico da minha calcinha. Seus dedos foram deslizando o fino tecido ate não conseguir estica-lo mais.
- Pode rasgar. – grunhi mordendo o lábio. O som do tecido sendo rasgado me fez remexer em sua ereção. Arranhei seu peito deixando minha marca ali- Essa é a única marca que quero no seu corpo. A minha! – encarei seus olhos, o verde parecia mais intenso, brilhante. Me assustei quando ele sentou de uma vez arrancando a blusa do meu corpo, passando tão depressa por minha cabeça que quase não a vi. Ferozmente Neymar beijou meus lábios invadindo minha boca com pressa. Puxei os cabelos de sua nuca quando ele começou a morder meu pescoço. A dor foi substituída por uma ardência quando ele deixou de morde para chupar minha pele. O desejo era maior que qualquer dor. Gemi.
- Louco, Jade, é esse o efeito que você causa em mim, você me deixa louco. – sorri satisfeita por ouvir aquilo. Eu não era a única. Empurrei seu peito fazendo-o cair de costas na cama. Tirei sua cueca e peguei seu membro com a mão. Passei minha língua apenas na cabeça, com movimentos circulares. Neymar agarrou meus cabelos que estavam espalhados, juntando-os em seu punho. Ele tentou empurrar minha cabeça para baixo, para eu chupa-lo todo. Mas eu balancei minha cabeça e sorri lambendo os lábios.
Peguei um preservativo de onde ele tirou da ultima vez que estive aqui. Rasguei a embalagem e coloquei a camisinha na boca, ele me olhou sem entender. Segurei seu pau reto e o coloquei na boca, engolindo até onde consegui, descendo a camisinha  por seu cumprimento. Ele parecia não acreditar no que seus olhos viam. E isso me agradava. Sem mais paciência, me sentei de uma vez fazendo tudo aquilo entrar dentro de mim. Não tive como conter meu gemido alto. Apertei meus olhos sentindo cada parte da minha buceta sendo preenchida.
- Porra Jade. – sua voz saiu mais rouca e feroz que o normal. Me inclinei um pouco para frente, o suficiente para mim conseguir rebolar. Conforme eu ia rebolando em seu pau, meus seios iam batendo no rosto dele. Neymar o abocanhou com gosto, mordiscando e chupando com intensidade. Sua mão desceu até meu clitóris e um pouco desajeitado começou a massageado, diminui meus  movimentos para ele conseguir pegar o ritmo. Nosso ritmo estava lento, e aquilo estava cada vez mais gosto.
- Eu vou gozar. – eu mal conseguia falar.
- To só esperando por você. – parecia que seu pau estava inchando dentro de mim, e isso foi o fim, gemi caindo em cima dele. Neymar segurou meu quadril, deu mais duas estocadas fortes e senti seu corpo tremer. Ele beijou o topo da minha cabeça e abraçou meu corpo. Eu ainda estava em cima dele quando senti meus olhos pesarem. A respiração de Neymar estava tão calma, que eu apenas fiquei quieta, com a cabeça em seu peito, ouvindo seu corão, sem que ele saísse de dentro de mim. Neymar passou sua mão carinhosamente pelo meu cabelo, e eu o olhei- O que acha de um banho e um café da manhã? -sorriu de lado.
- Uma ótima ideia! -sorri também, ganhando uma mordida no lábio, que virou um beijo.




Oe, oe, gente! Vocês gostaram? Sei que a maioria esperava a Jade metendo o famoso louco pra cima da Vic, mas vamos combinar que ela era inocente! E esse capítulo era mais pra aproximar Jademar mesmo, então tomara que vocês tenham gostado!
A gente voltou a usar o twitter das fics, então passem por lá @Fanficsnjr_

Ps: torçam pro Broncos hoje no Super Bowl

Beijos e até quinta!


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Capítulo 17 - Vic

 

Neymar POV

Jota e eu já estávamos na quinta partida de futebol no vídeo-game, e eu ganhei de novo.

- Tu é minha cama mesmo, em, seu pato! -ri, jogando uma almofada do sofá, nele.
- Eu tô deixando! Mas ai, ta chato isso já.
- Só porque ta perdendo, meu parceiro? -ri.
- Vai se ferrar! -riu- Bora sair, ene jota!
- Sair pra onde?
- Baladinha, moleque, pra tu esquecer tua mina louca lá. -riu, e puta que pariu, por que ele tinha que falar dela?
- Ah, nem to afim, não.
- Pô, irmão, vai ficar aí na bad?
- Tá bom, Jota, eu vou. -disse sem vontade e ele riu.

Nós passamos o domingo inteiro naquele apartamento, e eu não poderia privar meu amigo de diversão por causa de um problema meu. Mas eu não estava com vontade de fazer nada, essa era a verdade.
Subi pro meu quarto, e fui tomar um banho. Não sei quanto tempo demorei, porque meus pensamentos ficaram viajando pela imagem dos olhos verdes de uma certa loira orgulhosa. Por mais que eu tivesse me feito de forte, por mais que eu tivesse fingido que não estava abalado, a verdade é que a coisa que eu mais queria era que ela batesse na minha porta e dissesse que sente o mesmo que eu.

[...]

Dentre todas as baladas da cidade, Jota decidiu que queria ir logo na qual eu havia conhecido Jade. Mesmo assim eu não me opus, afinal a meta era justamente parar de pensar nela.
Ficamos no bar, bebendo e conversando, e por mais que ele estivesse todo animado, principalmente em relação as mulheres, isso não me contagiava.

- Vamos dar uma volta por aí, olhar melhor a pista? -riu.
- Ah não, pode ir lá, vou ficar mais um pouco por aqui. -balancei o copo com a dose de vodka e energético, ele assentiu e sumiu entre as pessoas.
 
Continuei ali naquele bar, que só me trazia mais e mais lembranças dela. A forma grosseira como ela recusou me dar sua bebida, o jeito curioso que me olhava, seu sorriso irônico. Eu estava ficando louco por essa mulher, só podia ser isso!
Só abandonei meus pensamentos, quando Jota estava de volta, não sei exatamente quanto tempo depois. Ele não havia voltado sozinho, seu braço estava na cintura de uma morena bonita, deixando seus corpos próximos enquanto andavam lado a lado, e havia também uma loira um tanto quanto baixinha, bonita também, que os acompanhava.

- Neymar, essas são Rose, -ele se referiu a morena, que sorriu gentil pra mim- e Victoria. -olhou pra loira, que também sorriu.
- Olá, meninas. -tentei ser simpático.
- Então, eu e Rose estamos indo dar uma volta, você faz companhia pra Victoria, certo? -piscou e riu, sem nem me deixar responder os dois saíram dali.
- Oi! -Victoria beijou meu rosto sem que eu esperasse, e se sentou do meu lado. Não que eu estivesse comparando, mas apesar de ser loira, ela não era nem um pouco parecida com Jade, droga, eu estava comparando sim- Pode me chamar de Vic, você é o Neymar, né? Seu amigo nos disse que vocês são do Brasil. -sorriu outra vez, mexendo no cabelo.
- É, nós somos. Mas não lembro muito, só quando passava férias lá, viemos pra cá ainda bebês.
- Entendi. E o que está bebendo? -segurou na minha mão, fingindo querer pegar o copo.
- Vodka e um pouco de energético.
- Adoro! -ela riu e deu um gole na minha bebida, logo em seguida passou a língua sobre os lábios, me fitando.
- Pode ficar, se quiser. -empurrei o copo no balcão, na direção dela.
- Na verdade eu quero é ficar com você! -ela disse, e antes que eu esperasse, Vic colou seus lábios nos meus, fechei os olhos e me deixei levar. Ela me puxou pela nuca, de forma que acabei ficando em pé na sua frente, nos beijamos até ficarmos sem ar, e era só nos recuperarmos que ela tomava iniciativa de me beijar novamente, e eu não negava. Talvez me envolver com outra pessoa fosse o suficiente para tirar Jade de mim- O que acha de irmos pra um lugar mais reservado? -ela me trouxe de volta a realidade, encerrando o beijo.
- É uma boa ideia. -eu nem sabia o que estava falando, mas ela sorriu, desceu do banco do bar e me puxou pela mão por entre as pessoas, rumo a saída. A guiei até meu carro, e durante todo o caminho sua mão passeou da minha coxa até minha virilha, ela estava realmente cheia de intenções.

[...]

Subimos para o meu apartamento, e ela só esperou que eu trancasse a porta, para me beijar cheia de vontade novamente. Ficamos pelo sofá mesmo, nos beijando enquanto nossas mãos passeavam pelo corpo um do outro.
 
- Vamos pro quarto! -Vic gemeu no meu ouvido, e sem dizer nada eu a tirei do meu colo, e puxei sua mão rumo ao meu quarto.

Eu não tinha certeza de nada do que estava fazendo, desde o momento em que a beijei a primeira vez até o momento em que ela já estava nua na minha cama, e eu vestia apenas minha cueca. A beijei novamente, passando minha mão por seus cabelos loiros, tive vontade de abrir os olhos e encarar o verde brilhante dos dela. Mas ao fazer isso, e a olhar, me lembrei que aquela não era a Jade, mesmo que eu tentasse imaginar, não era ela.
Me afastei e sentei na cama, Vic me olhou incrédula.

- Algum problema, Neymar? -ela se aproximou, beijando meu pescoço, e passando a mão por cima da minha cueca, eu não estava nem excitado. Jade me deixou impotente, é isso?
- Não, problema nenhum...-minha frase foi interrompida pelo som da campainha.


Jade POV


Eu não podia ser fraca o suficiente para ficar ali deitada, chorando por um cara! Já havia admitido para mim mesma que estava apaixonada por ele, seria demais ficar reclusa e chorando, isso não era para mim, não mesmo!
Passei as mãos pelo rosto, me livrando das malditas lágrimas e levantei rumo ao meu closet. Apenas troquei de roupa e passei um pouco de corretivo debaixo dos olhos, antes de calçar meu coturno e sair. Matthew estava com a mão na maçaneta quando cheguei a sala. 

- Vai sair? -ele parou me olhando ao perguntar.
- É, acho que tivemos a mesma ideia. -dei de ombros.
- Até mais então, se cuida! -mandou um beijo antes de sair.

Achei até estranho ele não fazer seu interrogatório de sempre, mas não dei importância, só fui até a cozinha beber um copo d'água, e logo já estava no meu carro, rumo ao Adams pub.
Entrei procurando Alicia atrás do balcão, mas ela não estava ali, então fui até o caixa falar com o seu gerente.

- Oi, Spencer. -sorri fraco- A Alicia está no escritório?
- Oi, Jade! -ele também sorriu- Não, na verdade ela ligou avisando que não viria hoje.
- E você sabe o por quê?
- Não sei. Alicia só disse que tinha um compromisso.
- Tudo bem, então. Até mais!
- Até!  -ele sorriu.

Caminhei até uma das mesas no canto direito, enquanto juntava as peças: Alicia e Matthew só poderiam estar juntos!
Preferi ficar ali do que no balcão, porque não estava afim de aturar nenhum idiota tentando me passar uma cantada. Logo o Jack, um dos garçons, veio me cumprimentar e anotar meu pedido, só quis uísque.
Fiquei ali sozinha aproveitando minha bebida, enquanto ouvia o som da banda que se apresentava, algo entre o indie rock e o rock, mas não eram ruins.
Eu estava precisando mesmo da Alicia, ela poderia me dizer que estava certa o tempo inteiro, mas fazer o que, ela estava mesmo. Pena que a imprestável havia sumido.
Jack me trouxe mais um copo, antes que eu pedisse para ele deixar a garrafa, mas acabei bebendo só mais dois. Ficar bêbada não iria mudar nada, não ia fechar esse buraco que eu sinto se abrir dentro de mim só de lembrar que Neymar e eu não estamos bem.
Ele havia me dito para procurá-lo apenas quando tivesse certeza do que queria.
Eu não tenho certeza do que quero, mas tenho certeza do que sinto.

Mesmo Alicia não gostando de me ver pagar, eu deixei uma quantia do valor da bebida e uma gorjeta para Jack sobre a mesa, e acenei para ele, saindo do pub logo em seguida.
Meu carro estava estacionado bem ali na frente, como quase sempre fica, e eu me encostei nele enquanto tirava meus cigarros e isqueiro do bolso. Eu precisava fumar pelo menos um, antes de finalmente ir até o apartamento do Neymar.
Dei a primeira tragada, até uma voz feminina me interromper.

- Acho que já disse que isso faz mal. -me virei para olhá-la do outro lado do meu carro. Era a mesma mulher loira do supermercado, dando um sorrisinho.
- E eu acho que devo dizer que você não tem nada a ver com isso.
- Você sempre trata as pessoas assim? -mesmo com a minha grosseria ela não parecia afetada, pois o sorrisinho continuava ali.
- Só as desconhecidas que se metem na minha vida! -afirmei, ela riu.
- Você é uma moça tão linda, só acho que não deveria se entregar tanto a bebida e ao cigarro.
- Olha aqui, senhora, eu não sei de onde você saiu ou qual é o seu problema comigo, mas me deixa em paz!
- Calma! -sorriu- Gosto desses esbarrões que estamos dando, não me entenda mal, mas você me lembra muito alguém que eu conhecia! -disse nostálgica.
- Que lindo, fiquei bem emocionada, na verdade! -ironizei.
- Você costuma vir a esse pub? É bom? -mudou rápido de assunto.
- É o melhor. Por favor, desencosta do meu carro que eu preciso sair. -apaguei o cigarro com o pé e o joguei na lixeira da calçada, enquanto ela me observava atenta. Qual o problema dessa mulher?- Agora! -disse alto e ela se afastou, entrei e arranquei logo, bem irritada, rumo ao apartamento do Neymar.

Considerando que ele não morava longe, e que não enfrentei trânsito devido aquela hora da noite, em menos de meia hora estacionei em frente ao seu prédio. O porteiro estava cochilando e o portão encontrava-se destrancado, o que era ótimo, tendo em vista que esse não era o mesmo porteiro que me conhecia, e com certeza interfonaria pedindo autorização da minha entrada. Eu queria que Neymar ficasse surpreso ao me ver ali.
Subi as escadas com pressa, e cheguei logo ao sexto andar, indo logo tocar a campainha do apartamento dele.