domingo, 31 de janeiro de 2016

Capítulo 16 - In love



Jade POV

Fiquei ali parada, sem reação, ouvindo suas palavras se repetirem na minha mente, enquanto eu o via caminhar sem preocupação até virar a esquina e sumir do meu campo de visão.
Um misto de emoções faziam confusão dentro de mim. Eu não queria que ele simplesmente me abandonasse, mas também não podia ir atrás dele para me declarar ou algo do tipo, não, eu não podia!

Eu precisava imediatamente fumar, era quase como uma resposta para o meu sistema nervoso. Vendo que eu havia deixado meu maço em casa, xinguei uns palavrões aleatórios, enquanto me diria ao primeiro bar que encontrei. Comprei meus cigarros e voltei até meu carro, me encostei ali e fumei três inteiros, sem nem perceber, enquanto ainda me sentia profundamente angustiada em relação ao Neymar.
Só despertei quando senti o celular vibrando no bolso, era o Matthew.

- Você morreu?
- Não, mas bem que você poderia! -disse e ele riu.
- Por que essa demora?
- O que você quer, Matthew?
- Ué, senti uma mudança de humor, o que aconteceu?
- Você pode me dizer pra que caralhos me ligou?
- Claro que posso, você pedindo com essa delicadeza então! -ironizou- A parada é que eu tentei cozinhar...não ria agora: eu derreti um macarrão que tentei fazer, sei lá, ele cozinhou até se desfazer em pedaços minúsculos, talvez eu tenha deixado tempo demais. -talvez?- O molho também queimou. -ele suspirou, suas idiotices já estavam começando a mudar os rumos dos meus pensamentos- Segui seu conselho sobre a lasanha de micro-ondas, mas deixei mais tempo do que as instruções mandavam, ela torrou. -eu ri.
- Você quer que eu compre algo para almoçarmos, é isso?
- Exatamente isso.
- Você é um inútil, Matthew! -ri novamente, ainda desacreditando.
- Talvez seja de família. -ele riu- Não demora! -e desligou na minha cara.

Finalmente fui até a lavanderia, a única coisa que eu deveria ter feito desde que saí de casa, e depois de pagar, o atendente me ajudou a levar tudo para o carro, ele sempre fazia isso.
Depois passei no Nando's, o restaurante que tanto eu, quanto o Matthew, mais gostamos, e comprei frango ao molho de pimenta acompanhado de fritas, sempre nos acabávamos nisso.

De volta à minha casa, fiz com que meu primo tirasse as roupas do carro e as separasse, enquanto eu arrumava a mesa. Almoçamos juntos, e ele me fazia rir enquanto contava suas tentativas na cozinha.
Mais tarde, minha tia me ligou, como prometido, e ficamos conversando durante um longo tempo, nada importante, mas era realmente bom ficar próxima da minha família, em um momento com o qual eu não estava sabendo lidar muito bem, mesmo não dizendo nada para eles.
O resto do meu dia foi bastante tedioso, e eu me dividi entre as idiotices rotineiras do meu primo, assistir Netflix, e ler. Acabei indo dormir cedo, meu psicológico merecia descanso.

No domingo, acordei com um susto enorme, que me fez quase cair da cama. Quando me dei conta de que Guilherme, Gil, Gustavo e Matthew estavam batendo panelas pra me acordar, quis matá-los.

- Bando de filho da puta! -comecei a jogar neles os muito travesseiros da minha cama- Vão se foderem! -eles riam da minha cara.
- Que vocabulário mais lindo logo de manhã! -Gil disse.
- Meu ovo! -me deitei de novo, com um travesseiro sobre o rosto- Qual é o problema de vocês hoje?
- É que já são quase onze da manhã, e você ainda ta aí dormindo, o que é muito estranho. -Gustavo começou.
- É, aí a gente veio ver se você não morreu. -Matt completou, rindo.
- Hoje é domingo, vão pra puta que pariu!
- Nós vamos, mas você vai junto. -Gui disse- Anda, levanta, vamos pra Manchester. -ele abriu as cortinas.
- Fazer o que? -me sentei novamente, prendendo o cabelo em um coque.
- Hoje tem clássico, Manchester City e Manchester United. -Gil explicou, me mostrando os ingressos- Pensei que soubesse.
- Sabia, mas esqueci. -eu gostava e acompanhava futebol, mas minha cabeça ultimamente andava muito longe da Premier League, longe de tudo, na verdade- Nós vamos no jogo?
- Einstein! -Matthew ironizou.
- Agora levanta, cara! -Gui me apressou.
- Ta, ta! Essa é a hora que vocês saem do meu quarto. -pedi e ele saíram, quase que em fila indiana, melhor equipe.

Tomei um banho sem pressa, sabia que tínhamos tempo. Quando terminei, combinei uma calça jeans escura que possuía alguns rasgos, com a minha camisa azul celeste que levava o nome do Agüero nas costas, calcei um par de vans pretos, e deixando meu cabelo solto, estava pronta.
Quando desci, encontrei os quatro reunidos na mesa da sala de jantar, tomando café da manhã, senti que faltava alguém ali, mas ignorei isso. Me ajuntei a eles e comemos conversando.

- Pronto! Check-in feito. -Matthew anunciou, fechando o macbook que ele usava.
- Check-in?
- Você não achou que nós íamos passar três horas e meia na estrada até lá, né? -Gustavo perguntou com um sorriso.
- Mas, cara, devem dar uns vinte minutos de avião.
- Idaí? Nós temos dinheiro! -Matthew deu de ombros.
- Tudo bem, Kim Kardashian. -ironizei e eles riram.

Quando chegamos ao aeroporto, já passava do meio dia, e como o check in já havia sido feito pela internet, nós seguimos para a sala de embarque, e logo já estávamos dentro do avião.
Como eu havia previsto, o percurso levou menos de meia hora, e a aeronave que seguia para a Irlanda do Norte fez uma escala em Manchester, onde desembarcamos.
Alugamos um carro, e com ele seguimos para um restaurante, o qual eu nem me dei trabalho de saber o nome, mas que servia uma boa comida.
A refeição foi feita no meio de risadas e provocações sobre futebol, já que meu pai me educou direito e -segundo eu mesma- graças a isso cresci torcendo para o Manchester City, ao contrário do Matthew, que aprendeu tudo errado, e torce para o United, sem falar nos meninos, que também torciam para times diferentes.
Quando chegamos ao Etihad Stadium, a deslumbrante casa do City, as ruas já estavam repletas de pessoas vestidas de azul ou vermelho, era um clima realmente maravilhoso!

- É aqui que a gente se separa, tente não chorar com o placar! -Matthew me abraçou de lado, rindo.
- Cala boca! -ri também, empurrando seu corpo coberto pela camisa do Rooney- Quem vem comigo?
- Você sabe que eu sou Arsenal, e preciso que seu time perca, falta pouco pra passar ele e ser líder. -Gui disse, erguendo as mãos.
- E eu, também sendo Arsenal, faço minhas as palavras do Gui. -Gustavo riu.
- Apesar de ser Chelsea, eu vou com você! -Gil sorriu, passando seu braço pelos meus ombros.
- Então vamos. E como disse o Matt: tentem não chorar com o placar! -disse aos três e ri, antes de seguir com o Gil, em direção aos portões destinados à minha torcida.

Apesar de já haver um tempo que não ia a um jogo, o clima do estádio era sempre contagiante e enlouquecedor. Durante todo o primeiro tempo cantei e torci sem parar, enquanto Gil ria de mim e gravava snapchats. 
A marcação do United estava funcionando muito bem, e nada de gols durante a primeira etapa.
Durante o intervalo, Gil e eu só saímos do nosso lugar para comprar cervejas.

- É uma pena que o Neymar não pode vir. -Gil disse de repente, e mesmo tendo me distraído durante todo o dia, só de ouvir nome dele me afetei.
- Vocês chamaram ele?
- Chamamos, ele disse que tinha umas coisas pra fazer. Mas deve ser por causa do Matt, você sabe, os dois não se dão bem.
- É, deve ter sido...-mas não era isso, pelo o que conheço do Neymar, ele não perderia uma oportunidade de afrontar meu primo. A verdade é que ele estava realmente me evitando mesmo.
- Não consigo entender os dois, assim como o Matthew é maneiro e super brother, o Neymar também se mostrou um cara gente boa, bem parceiro. -ele comentou.
- Pois é. -murmurei- Matthew é encanado com ele.
- Sem motivos, né?
- É. -menti- O jogo vai começar! -fugi do assunto, quando avistei os jogadores voltando ao campo.

O segundo tempo foi tão bem disputado quanto o primeiro, além de toda a habilidade técnica dos jogadores, a rivalidade entre os dois times incendiava mais a partida, esse clássico sempre foi o melhor pra mim!
Apesar da marcação, em uma jogada do Fernandinho, brasileiro, que coincidência, o Agüero conseguiu uma boa entrada na área e fez o gol. A partida acabou desse jeito, 1x0 para o meu Manchester City.
Nos reencontramos no estacionamento do estádio, enquanto eu já zoava os três, e principalmente meu primo.
De lá, nós seguimos para um pub, onde ficamos bebendo e comendo até um pouco mais de oito da noite. Eu bebi menos, além de não querer, preferi ficar de motorista, mesmo já tendo bebido um pouco no jogo.
O dia com aqueles quatro, havia sido sensacional, não só pela vitória do meu time, mas também pelo ótimo clima que se instala quando estamos juntos em momentos como esses, sem a seriedade das operações. Eu me diverti demais com as nossas idiotices, e me mantive completamente distraída durante o dia, era ótimo.
Devolvemos o carro à locadora, e embarcamos de volta a Londres em um voo que partiu às nove da noite. Matthew e eu pegamos um táxi e fomos pra casa, enquanto eu ainda o perturbava sobre o placar, o que fez até o taxista dar boas risadas.

[...]

Assim que tomei um bom banho, me deitei, estava exausta. Mas foi só colocar a cabeça sobre o travesseiro, que todo o ótimo dia que eu tive desapareceu.
Nenhuma lembrança boa era grande o suficiente comparada a saudade que senti do Neymar, enquanto estava ali sozinha. Me procure quando tiver certeza do quer de verdade. Suas palavras se repetiam na minha cabeça, e quando me dei conta, lágrimas estavam correndo pelo meu rosto. Ele era o que eu mais queria naquele momento.
Assim, sozinha comigo mesma, eu não podia mentir e fingir que ele não me desperta nada, não podia negar que não sentia nada quando olhava em seus olhos verdes, ou todas as vezes que ele sorria para mim.
Eu estava realmente apaixonada por Neymar, e o meu choro veio para me dar certeza disso. Logo eu, que nunca acreditei nisso, logo eu, que nunca senti isso!
Eu não podia e não deveria deixá-lo sair da minha vida. Mas e se ele estivesse mentindo sobre seus sentimentos? E se Matthew realmente tivesse razão? E se Neymar tivesse fingindo sobre quem ele realmente é?





Fala amorinhas, colocamos um pouco de futebol em uma fic que o Neymar não passa nem perto disso hahaha
Jade ta cedendo, vocês tão vendo, aos poucos ela chega lá!
Capítulo de quinta flopou, tô bem triste, mas enfim, até quinta de novo!


Me adicionem no snap: okbiaa

Beijos das tias

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Capítulo 15 - Jealous





Neymar POV

Depois daquela discussão com a Jade, eu não sabia se estava com mais raiva dela, ou de mim mesmo por ser tão idiota, por ter deixado me envolver, por ter cometido um crime por ela.
Passei o resto do dia no meu apartamento, sem fazer nada de importante, só me remoendo nesse sentimento que me divide: essa atração por ela, e o arrependimento por deixar isso acontecer.
A campainha tocou, e eu logo imaginei que poderia ser ela, já que o porteiro não interfonou. Mas me surpreendi ao abrir a porta, era o Jota quem estava ali.
Nossas famílias são muito amigas, e vieram do Brasil juntas, começando logo o empreendimento no ramo logístico. Nós dois fomos criados juntos, e somos quase como irmãos biológicos. Era do ombro dele que eu estava precisando agora, de alguma forma o destino me ajudou, e fez ele aparecer.

- Falaê, seu moleque! -ele disse sorridente quando eu abri a porta, e nos abraçamos em seguida.
- Que surpresa, mano!
- Tu esquece a família, seu merda. -Jota disse enquanto entrávamos.
- Trabalho né, e a gente sempre se fala, para de putaria. -ri.
- Ah, mas não é a mesma coisa. Saudades dos nossos rolês la por Liverpool, até a Rafa, que mora nos Estados Unidos apareceu lá, e você não. -se sentou em um sofá, e eu no outro.
- Eu tô em missão agora, então vou ficar longe por tempo indeterminado.
- Saquei. E o que é dessa vez, ladrões de banco, sequestradores, rede de corrupção?
- É pior que isso tudo. -suspirei.
- Terrorismo? -ele perguntou com receio, arregalando um pouco os olhos.
- Não, cara. -ri- Tô infiltrado em uma quadrilha de roubos de carga.
- E ta complicado conseguir provas?
- Não, essa é a pior parte. -Jota franziu a testa- Eles tem uma líder, e a minha estratégia era meio que seduzir ela pra me infiltrar.
- Tu é bom, ein! -ele riu.
- Mas eu me fudi, porque eu to completamente apaixonado. -confessei.
- Como é? -ele quase gritou- Nós nos conhecemos desde que nascemos e eu nunca te ouvi falar isso, e agora você se apaixonou por uma criminosa?
- Eu não sei como deixei isso acontecer. Eu só não consigo pensar na possibilidade de ver ela presa!
- E vai fazer o que agora? Largar o Serviço Secreto?
- Eu não posso, e aliás, isso nem é recíproco.
- Você se apaixonou por uma criminosa que te rejeita?
- Valeu por jogar na minha cara, mano. -ironizei- A gente sempre fica, e ela diz não sentir nada, é foda!
- Talvez ela sinta e não admite.
- Talvez...Mas mesmo assim, isso é loucura, eu tenho que prender ela!
- Isso é, mas você pode se transferir de missão!
- É, posso. -murmurei, talvez eu não quisesse trocar.
- Mas fica de boa, eu vim passar uns dias aqui. A gente saí, pega mulher, e você esquece ela! -Jota sugeriu, como se fosse a coisa mais fácil do mundo.
- Ta bom, irmão! -ri, desacreditando que eu fosse capaz de fazer isso agora.

[...]

Nós passamos o pouco que ainda restava do fim do dia conversando sobre esse e outros assuntos, até umas partidas de futebol no vídeo-game renderam, mas eu acabei indo dormir cedo mesmo.
Na manhã seguinte, eu estava de pé logo cedo para ir trabalhar, me surpreendi ao não ver Jenny lá, e ser avisado por outra funcionária de que ela estava de atestado médico.
A verdade é que eu só estava ali pra bater meu cartão, e manter boa aparência para o coronel, enquanto digitava palavras aleatórias no word, e lia algumas notícias no site da bbc.
Eu não tinha mais nenhum motivo para trabalhar de verdade enquanto não decidisse o que faria da minha vida.
Na hora do almoço, quando voltei pra casa, Jota sugeriu que fôssemos em um restaurante que ele gosta, que fica perto do Wembley, felizmente não era longe, e mesmo não estando muito animado com nada, não quis recusar.

Dirigi até o local enquanto conversávamos, e eu até consegui me distrair, coisa que uma manhã inteira naquele escritório nunca poderia me proporcionar.

- Desde quando essa rua é tão cheia? Por acaso o Justin Bieber vai fazer um show? -perguntei irritado por não encontrar uma vaga na rua do restaurante.
- É exatamente isso. -Jota riu, apontando em direção ao Estádio de Wembley, algumas quadras mais na frente, onde podiam ser vistos cartazes anunciando o tal show, uma fila enorme, e alguns guardas de trânsito começando a fechar as ruas mais próximas.
- Porra! Desce aí, pede uma mesa, e um suco de maracujá, vou estacionar o carro na rua de trás.
- Eu sei que você vai é comprar ingresso pro show, mas de boa. -riu enquanto saía, e eu segui para rua que disse, encontrando, finalmente, uma vaga.
Assim que desci do carro, vi Jenny caminhando pela calçada, mais precisamente na minha direção. Seu rosto estava realmente abatido.
- Jenny?
- Oi, agente Santos! -ela sorriu fraco.
- Ah, por favor, sem essa de agente, nem estamos no trabalho. -ri fraco e ela me acompanhou enquanto assentia- Mas o que é que você tem? Está melhor?
- Acordei indisposta e com algumas dores, acabei de sair da clínica onde fiz exames, agora é esperar. -disse triste.
- Espero que dê tudo certo, aquele lugar é mais chato sem você me lembrando de fazer as coisas. -rimos.
- Obrigada! -Jenny sorriu, e olhando por cima de seu ombro, eu avistei uma loira caminhando em passos firmes na nossa direção. Era Jade, carregando uma expressão nada boa, isso só podia ser brincadeira!

Jade POV

Depois de chegar da balada com Matthew, tomei um bom banho e me deitei feliz, por ele ter finalmente voltado para casa, mesmo tendo largado as missões.
Na manhã seguinte, acordei com uma dor de cabeça tolerável, afinal eu nem bebi tanto assim na noite passada. Por conta disso não fui caminhar, e enquanto tomava meu café da manhã, encarava meu celular a espera de algum sinal do Neymar, sinal esse que não veio.
Não nos falávamos desde que ele deixou a minha casa depois da disussão, e mesmo não querendo admitir, isso me incomodava.
Depois da refeição, eu fui para o porão com os fones no ouvido, e treinei com o Charlie, e os outros equipamentos até me perder nas horas, e ficar completamente cansada. Quando voltei à sala, meu primo já estava acordado, assistindo algum programa sobre a NFL, na sala.

- Gostei que você não colocou nenhum som alto pra me acordar.
- Não seja por isso, amanhã voltamos a programação normal. -ri.
- Eu devia quebrar todos seus cds e pen drivers.
- Você não seria tão mal. -ironizei e ele riu.
- Minha mãe ligou.
- O que ela queria?
- Saber de nós, o de sempre, e disse que depois te liga. -assenti- Ahh, o cara da lavanderia também ligou, você já pode buscar as roupas.
- Af, eu tinha esquecido, mas tem roupas suas também, viu?!
- Sim, mas você busca as roupas e eu faço o almoço.
- E vamos comer o que? Miojo ou lasanha de micro ondas?
- Você me subestima, sua merdinha! -disse todo ofendido e eu ri.
- Ta, Matthew, vou buscar as roupas porque preciso da minha jaqueta. O telefone dos bombeiros ta na porta da geladeira, caso você coloque fogo na casa. -ri e subi pro meu quarto.

Tomei um banho, e vesti a primeira roupa que achei e que me deixasse confortável, e logo já estava dirigindo até a lavanderia.
Os arredores do lugar estavam bem movimentados, eu só não sabia o porquê, mas o importante é que eu encontrei uma vaga sem demora. Desci do carro, enquanto respondia mensagens da minha tia e da Alicia, e quando voltei a prestar atenção na calçada que eu estava caminhando, meus olhos avistaram ele. Neymar estava ali, parado ao lado do seu carro, conversando com uma mulher. E eu imediatamente senti como se tivesse levado um chute no estômago, aquela cena me atormentou, e quando me dei conta eu já estava indo, enfurecida, na direção dos dois.

- Jade? -ele pronunciou meu nome em um tom surpreso demais.
- Oi! -sorri e lhe dei um selinho, pegando-o de surpresa, nem eu mesma sabia o que estava fazendo- Olá, sou Jade Mitchel! -sorri para a mulher que o acompanhava, e passei meus braços pela cintura dele, em um abraço de lado, apoiando meu queixo em seu ombro, e encarando os olhos castanhos e abatidos da desconhecida. Neymar não estava confortável com a situação, eu sentia isso por seus músculos contraídos.
- An, ah...olá! -ela forçou um sorriso- Eu preciso ir agora, até qualquer dia, Neymar! -ela disse apressada, e nem esperou ele responder, para nos dar as costas e caminhar até virar a esquina.
- Você é bem popular, ein? -comentei sarcasticamente, soltando-o.
- Ainda tô tentando entender o que foi isso.
- Quem era ela? -perguntei dando voz a curiosidade que gritava dentro de mim.
- Por que eu deveria te falar? -ele arqueou uma sobrancelha.
- Quer saber, não tô nem aí! -fui sair dali, mas ele segurou meu braço, e só aquela pegada já me fazia quere-lo.
- Me diz por que você fez isso?
- Eu não fiz nada! -voltei a caminhar, sem nem lembrar pra onde ia, e dessa vez ele não me impediu, mas começou a andar do meu lado, os dois sem rumo- Vai me seguir agora? -perguntei irritada.
- Parece que é você quem ta fazendo isso, brotou do chão ali.
- Ha ha ha -ri sem humor- Você é ridículo!
- Você já disse isso, só não disse porque resolveu fazer cena de ciúmes no meio da rua.
- Ciúmes? Eu? De você? Por favor, Neymar!
- É a única explicação. Mas isso soa estranho, não é verdade? Afinal, você não sente nada por mim! -ironizou.
- Não mesmo! -só tive tempo de terminar a frase, e fui puxada contra seu corpo, em seguida ele colou nossos lábios, ali mesmo, no meio da calçada, no meio de algumas poucas pessoas que passavam, e iniciamos um beijo calmo, onde eu pude ter certeza que adorava seu gosto, eu não raciocinava quando estava envolvida nos braços dele, talvez isso fosse ruim, ou não, mas no momento não importava. Quando nós encerramos, eu o empurrei.
- Eu devia matar você! -fechei meus olhos com força e suspirei, voltando a encara-lo.
- Eu sei que você sente, Jade...eu sei. -deixou a frase no ar, exibindo um meio sorriso- Mas se você prefere da forma mais difícil, me procure quando tiver certeza do que quer de verdade! -enfatizou, e meu deu as costas, caminhando para longe de mim, enquanto eu mais uma vez ficava perdida por causa dele.

Esse capítulo ficou bem bosta, mas a "reaproximação" era necessária. Enfim.
Amamos vocês, comentem, até domingo! xoxo

sábado, 23 de janeiro de 2016

Capítulo 14 - I don't believe in feelings






Leiam o recado no final, é importante!


 Neymar POV

Jade se aconchegou nos meus braços, e por um momento eu pensei que ela iria dormir, mesmo ainda sendo cedo demais, mas eu estava enganado. Ela subiu sua mão pelo meu abdômen, ao mesmo tempo que voltava a erguer seus olhos para olhar os meus, e se sentou na cama.

- Você disse algo sobre uma entrevista quando chegou, o que era? -ela voltou ao assunto, e eu só não caí porque estava deitado.
- Ah, não é nada demais.
- Então me conta! -insistiu enquanto erguia as sobrancelhas.
- Bem, é que...o meu pai, ele não sabe o que eu faço, o que nós fazemos. Ele pensa que vivo em Londres as custas de alguns bicos, então ele me arranjou uma entrevista de emprego hoje.
- Entendi. Mas por que chegou falando disso? Eu estava tonta, mas você parecia nervoso. -Jade parecia confusa e intrigada, engoli em seco.
- É que o Matthew me viu de terno, pensei que ele poderia ter vindo dizer algo a você, ele me odeia e tal.
- Ele não veio. -ela murmurou.
- Está tudo esclarecido então, não é? -eu queria logo fugir do assunto.

 - É...está. -disse e vagarosamente, e pelo que eu a conhecia, ela não estava muito convencida.
- Então...? – minha voz saiu arrastada. As unhas dela arranhavam levemente meu abdômen, desde o momento que ela sentou.
- Então, o que? – meus olhos foram para sua mão em meu corpo. Assim que percebeu o que estava fazendo ela desviou seus olhos dos meus e puxou sua mão colocando-a em sua coxa. – Desculpa. 

Olhando bem para ela agora, Jade estava sexy. Os cabelos umedecidos jogados para o lado formavam um mar de fios loiros bagunçados, sua blusa larga e suas pernas expostas por conta do short curto davam um ar a mais. Coloquei minha mão em cima da sua que estava na coxa e comecei a passar meus dedos entre os seus. Desci meus dedos para sua coxa acariciando com firmeza. Jade soltou um grunhido fechando os olhos, quando tornou a abri-los ela me encarou passando a língua pelos lábios. Minha cueca já estava apertada demais no meu jeans. Quase gozei quando senti ela segurar meu pau por cima na maldita calça e aperta-lo. Foi minha vez de fechar os olhos e aperta-los com força. Jade continuou apertando, mas dessa vez ela fazia movimentos. Se ela continuasse naquele ritmo eu não iria aguentar.
- V-você... precisa parar. – minha boca estava seca. Ela sorriu de canto como uma menininha inocente, mas sua inocência foi embora quando Jade desabotoou meu jeans e desceu minha cueca junto com a calça. Seus olhos ficaram levemente arregalados quando viu o quão duro eu estava. Jade ficou de joelhos na cama e puxou a blusa, tirando-a e deixando-a para trás, com o short e sua calcinha enquanto ficava no meio das minhas pernas. Não acredito que ela vai fazer o que estou pensando... Sim ela vai. Meu corpo todo estremeceu quando senti a boca quente de Jade em volta de mim, apertei meus olhos. Seus movimentos eram lentos e sua língua se movimentava me deixando ainda mais excitado. Abri os olhos para ver Jade me encarando com um olhar selvagem e satisfeito, só então percebi que ela estava se tocando. Seu gemido abafado por conta do meu membro em sua boca foi o fim pra mim. Tentei afasta-la, mas ela não deixou, disse que podia lidar com aquilo. Derramei todo o meu gozo em sua boca me libertando do aperto que sentia antes de gozar. Estava ofegante. Quase gozo de novo quando a vejo lambendo os lábios vermelhos e mordendo o inferior logo em seguida. Ela estava de joelhos, mas apoiou o peso para trás sentando em cima das pernas e se tocando novamente. Porra, aquilo era sexy demais, nunca senti tanta vontade de foder alguém na minha vida. Sua mão subiu por seu corpo tocando cada parte dele, ela apertou um de seus seios e gemeu. Eu queria fazer aquilo por ela, mas não conseguia me mexer, estava hipnotizado. Já estava ficando duro de novo. Fechei os olhos quando os gemidos dela se intensificaram, eu estava guardando aquele som pra mim. Eu sei que iria precisar memorizar cada som que saia de sua boca. Abri os olhos para vê-la gozar. Suas bochechas estavam vermelhas, sua boca entre aberta e seus olhos fechados. Puxei sua mão e comecei a lamber seus dedos melados. Tirei minha blusa e fiquei de joelhos na cama bem em frente a ela. Beijei seus lábios entre abertos fazendo movimentos frenéticos com minha língua. Agarrei sua cintura puxando seu corpo nu pra mim. Jade era demais, minha mão deslizava por suas curvas bem desenhadas. Ela passou os braços por meu pescoço sentando no meu colo. – Espera. –afastei seu corpo do meu, procurando minha calça para tirar um preservativo que tinha na minha carteira. Voltei para os braços de Jade puxando seu corpo para meu colo novamente. – Pronto. – encaixei-me na entrada molhada de Jade pronto para entrar com calma, mas como Jade Mitchel é, quase me fez gozar quando desceu de uma vez pela minha ereção. Seu gemido alto me fez arrepiar. Jade arqueou suas costas empurrando os seios contra meu rosto. Desci minha boca e comecei a chupa-los. Segurei sua cintura para ajuda-la a se movimentar. Suas mãos frenéticas puxavam meu cabelo e arranhavam meu ombro. Ter Jade em meus braços fazia meu coração acelerar. Era louco, por mais que a quisesse longe eu a queria perto. Essa era a luta que tinha dentro de mim. Meus pensamentos foram interrompidos por ela gemendo meu nome, bem no meu ouvido, com sussurros gostosos, a voz fraca e o corpo suado. Foi assim que mais uma vez Jade me fez chegar ao meu limite, puxei-a comigo para essa sensação única- Jade? -a chamei em um murmúrio, ela ainda estava sentada sobre meu corpo, agora com a cabeça apoiada em meu peito.
- O que? -ergueu o rosto, encarando o meu.
- Sei que perguntei isso da última vez, mas...você realmente não sentiu nada? -não consegui segurar a curiosidade, eu não podia ser o único de nós dois que sentia mais do que prazer.
- Pensei que os sons que saíram da minha boca te dissessem alguma coisa. -ela respondeu, juntando as sobrancelhas. 
- Não, não é isso. Será que você não sente nada além de prazer? -perguntei e vi Jade morder o lábio, nervosa.
- Toda vez que transamos você vai insistir nisso? -ela saiu do meu colo, se sentou na cama, enrolando o corpo com o lençol.
- Quer dizer que tudo que nós temos é atração física? Você não tem absolutamente nenhum sentimento por mim? 
- Você é muito menininha! -ela revirou os olhos. 
- Responde, Jade! -eu precisava muito ouvir dela, eu estava fazendo loucuras por essa mulher, não era possível que esse sentimento não fosse recíproco- Responde pra mim, isso são só transas, ou nós fazemos amor?
- Eu não acredito em sentimentos. -ela confessou, depois de alguns segundos encarando um ponto no colchão- Se uma coisa não pode ser provada, codificada ou algo assim, pra mim ela não existe.
- Isso é a coisa mais idiota que eu já ouvi. -respondi indignado, enquanto começava a me vestir.
- É o que eu acho! -ela rebateu.
- Ótimo! -fui sarcástico, eu estava com raiva, e não sabia exatamente porquê.
- Onde é que você vai?
- Embora, Jade. Talvez eu esteja cansado de só transar. -meu sorriso irônico fez seus olhos me fuzilarem, enquanto ia até a porta.
- Vai embora mesmo! Você é ridículo, Neymar! -ouvi ela gritar quando bati a porta.

Talvez eu seja mesmo, afinal eu arrisquei tudo por uma mulher que não sente nada por mim! 


Jade POV

- Jade Mitchel! -Alicia berrou meu nome do outro lado da linha, assim que eu atendi a ligação.
- Meu ouvido, maldita! -ela riu.
- O que está fazendo?
- Adivinha?
- Assistindo The Walking Dead no Netflix?
- Você é uma gênia, Ali! -ironizei.
- E você é previsível! -riu- Posso te pedir uma coisa?
- Tomara que seja dinheiro, e não alguma invenção sua.
- Vamos na balada? -perguntou animada.
- Não.
- Você é tão seca que podia ser modelo. -rimos juntas.
- Otária!
- Jaaaaade -estendeu meu nome- Por favor?
- Você só quer uma motorista, Alicia. Fica bêbada e pede um táxi.
- Você é a pior melhor amiga do mundo -resmungou- Por favor, cara, há tempos não fazemos isso.
- Ta, ta, inferno. -ela riu.
- Em uma hora eu passo aí, beijo.
- Tchau!

Desliguei e xinguei Alicia mentalmente, por mais que eu estivesse mergulhada no tédio e precisando urgentemente me distrair para esquecer os últimos acontecimentos, nunca fui uma grande fã de balada. Eu simplesmente não curtia aquele monte de gente tentando se enquadrar em padrões de beleza, e competindo entre si por atenção. Um bar com uma boa dose, e uma música mais baixa eram o ideal para mim, mas não para a minha amiga dona de um pub, contradições da vida.

Estava terminando de me perfumar, quando ouvi Alicia buzinar em frente a minha casa. Me olhei uma última vez no espelho, e desci.

[...]

Alicia como uma boa conhecedora da noite, escolheu uma balada super movimentada, onde tocavam músicas eletrônicas e residiam os melhores djs da cidade.
Não precisamos pegar fila alguma, e nem pagar, depois que ela falou com um dos organizadores, que por acaso ou não, era seu amigo.
Com as pulseiras verde fluorescente nos braços, nós subimos rumo à área vip. Confesso que aquelas batidas faziam meu corpo querer dançar, e me distraiam dos problemas.
Enquanto andava, esbarrei em alguém por puramente ter me distraído com o ambiente a minha volta, e quando olhei para o cara, era o Gustavo.

- Gus? -sorri e ele me olhou surpreso.
- Você na balada é caso raro! -riu e fizemos um toque, logo ele e a Ali se cumprimentaram também- Vamos colar com os caras, estão ali. -apontou e eu logo avistei o Guilherme e o Gilmar, conversando com duas mulheres.
- Eu vou matar o Guilherme! -avisei enquanto íamos até eles- Qual é o seu problema, que ideia é essa de vir pra um lugar desse com esse gesso? -berrei por conta da música e eles riram, enquanto as duas me olhavam de cenho franzido.
- Ôh mãe, desculpa! -beijou minha testa, rindo- Eu to bem, Jade, sério! Falaê, Ali! -se cumprimentaram.
- Nos vemos outra hora, meninos! -a ruiva que estava com eles disse, e saiu juntamente com a outra.
- Vocês são muito empata foda, mano! -Gil riu, cumprimentando Alicia, depois a mim.
- Eu consegui arrastar a Jade para balada, vocês tem noção? Não reclamem de nada! -riram enquanto eu mostrava o dedo.
- Vamos ali buscar bebida? -pedi.
- Só vamo! -Gus agitou.
- Vão indo, tenho que ir lá fora fazer uma ligação. -Ali disse enquanto verificava as horas no relógio- Encontro vocês na pista depois. -mandou beijos e saiu.

Fui até o bar com os meninos, e depois de pegarmos nossas bebidas, descemos para a pista, que estava bem cheia por sinal.

- É hoje que eu saio carregado! -Gui disse.
- Eu sou você! -afirmei e rimos.
- Enquanto vocês bebem, eu vou é catar mulher, falou! -Gil disse, antes de piscar e sair.
- Jade, cuida do homem pedra aí -Gustavo disse, fazendo referência ao gesso do Gui-, porque eu vou seguir o exemplo do menino Gil! -riu e desapareceu por entre as pessoas.
- Porra, Gui, sou babá não! -ele riu.
- Relaxa, Jade, porque eu preciso é de outros cuidados! -riu maliciosamente, e puxou a garota que dançava ao nosso lado, a beijando, ela logo correspondeu. Nem com um dos braços quebrados o bom e velho Gui desaparecia. Ri e saí de perto.

Voltei até o bar e dessa vez pedi um coquetel, eu nunca havia experimentado, mas estava muito convidativo no menu de bebidas. Virei ali mesmo, e era ótimo. Bebi mais três iguais, antes de pegar outro e finalmente voltar para a pista.
Tocava Heroes, uma das minhas músicas eletrônicas favoritas, esqueci tudo que havia em volta e comecei a dançar, em seguida veio Red Lights, e eu já estava perdida com tantas músicas boas, enquanto bebia meu coquetel.

- Será que eu posso te beijar, gata? -um cara moreno, que me lembrava o Big Sean, chegou em mim.
-
Eu quero é dançar! -gritei e ri, ele também, não sei exatamente porque mas eu estava feliz. Joguei o cabelo para trás, fechei os olhos e deixei aquelas batidas me conduzirem, até que senti alguém abraçar meu corpo por trás, tentando acompanhar meu ritmo, enquanto beijava meu pescoço. Eu só queria dançar e esquecer aquela conversa com Neymar.
- Mano, ta louco? Larga ela! -uma voz familiar berrou por cima da música. E quem estava me abraçando, largou.
- Qual foi?
- Ela é minha!
- Sua? Por que ela estava sozinha? -finalmente prestei atenção e percebi que aquilo era uma discussão, parei de dançar e abri os olhos, vendo Matthew e o cara moreno.
- Ela é minha namorada, você não entendeu? Some! -ele berrou novamente, apontando o dedo para o outro.
- Muito cuidado da próxima vez, se não quiser ganhar chifres! -o cara o confrontou, e saiu de perto de nós.
- O que porra você está fazendo aqui? E com um otário desses?
- Oi, priminho! -sorri pra ele.
- Você está bêbada! Cadê a Alicia? -dei de ombros- Vem, vamos subir! -Matt passou seu braço pelos meus ombros, nós voltamos para área vip, e ele logo estava me obrigando a beber uma garrafa de água mineral- Se sente melhor?
- Eu não estou bêbada, talvez esteja mais alegre do que deveria, mas não é nada.
- Se eu não tivesse aparecido, aquele cara estaria fazendo sabe Deus o que com você há essa hora.
- Só estávamos dançando perto.
- Ele estava se esfregando em você, Jade, era horrível até de ver.
- Você tem ciúmes de mim! -ri.
- Eu cuido de você, é bem diferente. E tento manter longe todos que são uma ameaça. Entende?
- Você não desiste de falar do Neymar! -uma sensação de arrepio tomou meu corpo só em citar seu nome.
- Não falei. -levantou as mãos em sinal de rendição, ironicamente.
- Eu quero ir embora, me leva?
- Mas e a Alicia?
- Tem o carro dela. Como sabe que ela veio?
- Porque foi ela quem me ligou, o combinado era nos encontrarmos na pista, mas aí achei você.
- Aposto que ela fez de propósito. Os meninos também estão aí.
- É bom que ela não fica sozinha.
- Não sei medir quem é mais irresponsável. -Matt riu- E você está incluso!
- Tudo bem, vamos para casa! -me puxou pela mão.
- Para casa?
- Para casa! -afirmou.


[...]


- Veio para ficar, né? -perguntei enquanto entrávamos na nossa casa.
- Por ora, sim. Talvez seja bom, precisamos conversar.
- São três e meia da manhã.
- É importante, mas se acha que não está sóbria o suficiente. -deu de ombros.
- Eu não estou bêbada, Matthew James Mitchel!
- Ok -se sentou no braço do sofá menor, e eu me deitei no outro- Eu estava com uma ideia, e coloquei ela em prática, fiquei de vigia na frente do prédio do Neymar, e ele saiu bem cedo, o segui, e ele dirigiu até aquela região mais burocrática do centro, a que é cheia de bancos e escritórios. -assenti- E quando ele deixou o carro, estava usando um terno e carregava um tipo de pasta, depois ele entrou em um café, esperei pra ver no que dava, mas ele ficou tempo demais lá, e eu resolvi ir embora.
- É isso? -ele assentiu- Ele me contou que viu você.
- Então foi por isso que ele ficou lá, pra me despistar!
- Não, relaxa. Ele foi pra uma entrevista de emprego...-ele me interrompeu.
- Ah, ele vai largar a equipe e ser um cara de bem agora? -riu ironicamente.
- O pai dele não sabe sobre a vida que levamos, e arranjou essa entrevista, ele só foi pra fazer uma média. Talvez tenha chegado cedo, e ficou nesse café até dar o horário exato.
- Simples assim? -Matt ainda usava ironia.
- E por que não?
- Quem garante que o fato dele ter me visto não foi motivo pra inventar essa historinha?
- O problema é que qualquer coisa que ele faça você não vai aprovar. Eu só não quero mais ficar brigando, ta foda, Matthew! -admiti.
- Eu também não quero, de verdade! Só preciso dizer que tentei de todas as formas abrir seus olhos, e que estou voltando pra casa, mas não faço mais parte das operações, não com ele colocando meu pescoço em risco!
- Se você prefere assim. -suspirei.
- Me da um abraço? -neguei com a cabeça, ele riu e me abraçou, correspondi, eu amava Matthew indiscutivelmente, mesmo ele sendo um bosta mimado- Vou dormir na sua cama!
- E se eu te disser que você não vai ser o primeiro hoje? -disse por impulso e solucei.
- Vai se foder, Jade! -ri enquanto ele subia irritado.







Antes de qualquer coisa, vamos bater palmas pro hot da tia Sabrina, lacradora!

Meninas, é o seguinte, a Lauren e a Luiza pediram pra gente postar mais de uma vez por semana, e já vi algumas de vocês pedirem isso nos comentários. Então nós decidimos postar também na quinta-feira, ou seja, sai capítulo novo no domingo e na quinta. Por isso contamos sempre com vocês pra ler e comentar, ok? Não deixem a fic flopar!

Gente, já temos um shippe pra Jade e Neymar? JaMar eu não gosto, o que vocês acham de NeyDe? hahaha é mentira, pfvr

Até quinta, beijos da Bia!

sábado, 16 de janeiro de 2016

Capítulo 13 - Almost






 Jade POV

Desde que coloquei os pés fora daquela casa, as palavras de Matthew não paravam de ecoar pela minha mente, as pessoas mentem, era só no que eu conseguia pensar. Talvez ele tivesse toda a razão do mundo, e eu, de repente, teria perdido minha habilidade de suspeitar das pessoas, talvez eu tivesse sendo tão burra a ponto de, realmente, estar colocando absolutamente tudo em risco. Mas Neymar era bom demais para não ser real!

Matthew POV

Jade estava completamente cega. Teimosa ela sempre foi, mas era capaz de refletir sobre opiniões divergentes das dela, e até aceitar meus conselhos, mas agora era tudo diferente, ela simplesmente se fechou para um tipo de verdade absoluta que existe em sua cabeça, e tudo por culpa dele.
Eu não sabia quem era Neymar, de onde ele havia vindo, e nem o que pretendia, mas eu iria descobrir.

Depois da discussão com Jade, eu resolvi ir visitar os caras. Chloe, minha diversão da noite, eu já havia perdido, e estava sem paciência para procurar outra.
 Levei umas cervejas, e nós quatro ficamos bebendo enquanto conversávamos, comíamos pizza e jogávamos poker. Gil, Gustavo e Guilherme eram como irmãos pra mim, e as nossas zoeras me fizeram esquecer, por ora, os problemas com Jade. Só voltei para casa de madrugada, indo logo dormir.

Na manhã seguinte, resolvi colocar meu plano em prática, para conseguir provar que eu sempre estive certo. Milagrosamente me levantei cedo, tudo por um objetivo, comi uns donuts que encontrei pela cozinha, e saí. Na noite anterior, em meio as conversas, onde Neymar entrou como coadjuvante em algum assunto, um deles mencionou onde ele morava, e foi para lá que eu segui.
 
Estacionei meu carro junto de alguns outros, do outro do lado da rua e aguardei. Havia se passada bem pouco das sete da manhã, quando o carro de Neymar deixou o prédio, esperei que ele ganhasse certa distância e o segui. Ele dirigiu até o centro da cidade, comigo logo atrás, e ao chegar em seu destino, estacionou. O local era uma avenida bem movimentada, haviam bancos, algumas pequenas lanchonetes e discretos cafés, e enormes arranha-céus onde funcionavam escritórios dos mais variados tipos, em resumo: não era uma área comercial.
Estacionei um pouco longe dele e observei, fiquei completamente surpreso ao ver Neymar descer de seu carro usando um terno, sapatos sociais, e carregando uma pasta. Que ele possuía segredos, eu sabia, mas o que era aquilo?
Resolvi descer do carro ao analisar que ele não perceberia minha presença, o cara estava prestes a entrar em um daqueles prédios, e eu não poderia perdê-lo de vista.


Neymar POV

Eu mal sabia como encararia as pessoas naquele escritório, depois de tudo que fiz. Eu simplesmente havia ido contra toda a minha ética, ido contra tudo que eu, e meus colegas de trabalho lutávamos para combater. Mas eu tinha que trabalhar.
 Durante o caminho, fui pedindo mentalmente para que o coronel não aparecesse na minha frente aquele dia, não sabia se conseguiria agir normalmente com ele. Isso tudo sem contar a crise que estava tendo comigo mesmo, eu deveria decidir se ia voltar a ser um profissional, ou abandonar a minha carreira por causa de uma mulher...por causa da Jade. A segunda opção deveria estar fora de cogitação, mas o que há comigo?

Estacionei o carro a alguns metros do prédio, aquela avenida era muito movimentada, e todo dia era um sacrifício para conseguir uma boa vaga. Desci, enquanto colocava meus óculos de sol, começando a caminhar em seguida, mas ao fazer isso, percebi que as lentes estavam embaçadas. Tirei o acessório do rosto, e a primeira pessoa que sua lente refletiu na frente dos meus olhos quase me causou um ataque cardíaco. Eu vi Matthew Mitchel pelas lentes do óculos de sol, ele caminhava lenta e discretamente na calçada, um pouco longe de mim, era óbvio que estava me seguindo, e por pouco não me viu entrar no meu trabalho.
Olhei para o lado e percebi que passava bem em frente a um café, entrei sem nem pensar duas vezes. Fiz um pedido qualquer e me sentei, teria que ficar ali até cansa-lo e despista-lo.


Jade POV

Eu estava me sentindo totalmente sozinha, e isso era uma coisa realmente ruim, sentimentalmente falando. Não falava com Neymar desde que ele deixou minha casa, isso, claro, sem considerar uma mensagem de boa noite que eu li quando estavas prestes a dormir.
Aquela casa era grande demais, e parecia que ficava ainda maior sem Matthew, era ruim ficar sem ele.
Eu poderia muito bem recorrer à Alicia, ou a qualquer um dos meninos, pois sei que receberia atenção. Mas não sou do tipo que perturba as pessoas com as minhas questões, e não ia ser agora.

Resolvi que era hora de parar de adiar a ida ao supermercado, a lista de coisas para comprar só aumentava, ao passo que a dispensa ficava vazia. Eu odiava fazer compras, mas era um dos preços que se paga por ter independência.

Deixei meu carro no estacionamento, e entrei sem saber direito se empurrava um carrinho de compras, ou se apenas me apoiava enquanto ele me arrastava. Não fazia muita diferença.
Ia caminhando pelos corredores, enchendo o carrinho e esvaziando minha lista, e assim que terminei fui para a sessão de bebidas. Precisava de uma boa vodka, ou um vinho doce, até mesmo um uísque, ou quem sabe um pouco de cada. Corria meus olhos pelas prateleiras, indecisa.

- Dia difícil? -uma voz feminina perguntou. Olhei para o lado e me deparei com uma mulher loira, era da mesma altura que eu, e sua faixa etária estava entre os quarenta e tantos. Apenas lhe dei minha atenção por alguns segundos, voltando as prateleiras em seguida- Deixa eu adivinhar, brigou com o namorado? -ela insistiu.
- Eu tenho que ter motivos para querer beber? -respondi sem delicadezas.
- Oh, mas é claro que não. -ela sorriu- Só pensei que talvez precisasse de ajuda.
- Não, obrigada.
- Você sabia que fumar faz mal? -ela perguntou observando uma caixa de cigarros no meu carrinho.
- Desculpe, mas eu conheço você?
- Só quero ajudar! -sorriu novamente.
- Não preciso de ajuda! -peguei duas garrafas de qualquer bebida e saí dali. Era só o que faltava na minha vida nesse momento, uma maluca desconhecida.

Paguei tudo ali e fui direto para casa. Deixei as compras em cima do balcão da cozinha, estava com preguiça de arrumá-las aquela hora.
Fui até a sala, e liguei o som, colocando Arctic Monkeys para tocar. Voltei pra cozinha, peguei gelo, as bebidas que eu havia acabado de comprar, e algumas que ainda tinham na minha casa. Virei o primeiro copo de vodka, e em seguida acendi um cigarro, enquanto Alex Turner cantava no outro cômodo, eu só queria relaxar.

[...]

Continuei bebendo de tudo um pouco, sem me importar com nada, e só me dei conta do que estava fazendo quando Neymar apareceu ali.

- Jade, eu posso explicar. É que o meu pai arranjou uma entrevista de emprego pra mim, é claro que eu não estou interessado, mas não podia dizer isso a ele. -Neymar falou, tropeçando nas palavras, eu não estava entendendo nada, mas gargalhei, ele me parecia nervoso e era engraçado.
- Oi, Neymarzinho. -ri, indo em sua direção e lhe roubei um selinho- Do que você está falando? -ele me olhou franzindo a testa, eu ri outra vez.
- Você falou com o Matthew hoje?
- Eu não! Ele é um idiota! -sorri, acariciando seu rosto- Mas eu sinto falta do Matt aqui, sabia? Droga! -tive uma tontura, e senti os braços de Neymar me segurarem, me mantendo de pé.
- É que nós nos vimos, aí pensei que...bem, esquece.
- Vocês não brigaram não né? -ele negou com a cabeça- Você está muito engraçado hoje, Neymar! -gargalhei.
- Você está bêbada, Jade! -ele disse, olhando as garrafas sobre a mesa.
- Que nada! -ri- Você é tão careta, só estou me divertindo! -dancei ao som da música e ele balançou a cabeça negativamente- O que foi? -passei meus braços por seu pescoço, encarando seu rosto, que estava um pouco fora de foco, balancei a cabeça e senti tontura novamente- Neymar?
- Oi? -ele me olhou nos olhos.
- Me beija?
- Não.
- O que? Por que não? -me soltei dele- Estamos sozinhos -sorri maliciosamente- Me beija, vamos repetir o que fizemos no seu apartamento! -tentei beijá-lo, mas ele desviou, e segurou meus braços.
- Você bebeu demais! -ele disse firmemente.
- Vamos fazer amor! -gritei e ri.
- Já chega, loirinha, está na hora do banho! -ele disse e me pegou no colo, gargalhei.


Neymar POV

Depois de ficar mais de meia hora naquele café, resolvi voltar para o meu carro e ir para casa, não podia entrar no escritório, correndo o risco de que ele ainda estivesse pelas redondezas. Àquela altura, Matthew já havia ido contar à Jade que me viu andando por aí de terno, eu precisava bolar uma boa desculpa, e foi o que eu fiz antes de ir até sua casa me justificar.

Estranhamente a porta estava destrancada, na sala o som tocava uma daquelas bandas de Jade, e seguindo até a cozinha encontrei várias sacolas de compras sobre o balcão, garrafas das mais variadas bebidas sobre a pequena mesa dali, onde Jade também estava sentada, virando o líquido de um copo. Tentei conversar e me explicar, mas me dei conta de que ela não sabia de nada, e ainda por cima estava bêbada. Era até engraçado, ela ficava carinhosa e ousada, mas eu não me aproveitaria disso, não mesmo, a loirinha precisava de cuidados.
 
A peguei no colo, desliguei o som na sala, e subi rumo ao seu quarto, enquanto ela ria e falava coisas sem sentido. Coloquei Jade de pé dentro do banheiro, e ela levou alguns segundos para se estabilizar na posição.

- Consegue se despir? -perguntei e ela assentiu, foi abrir os botões de sua calça e não conseguiu de jeito nenhum- Eu te ajudo. -disse e ela riu, tirei sua calça, e ao fazer o mesmo com a blusa, percebi seu corpo se arrepiando com meu toque, enquanto eu mentalmente me reprimia diante daquele corpo, ela estava bêbada.
- Neymar? -ela me chamou antes de entrar no box vestindo só suas peças íntimas, apenas a olhei- Você é lindo! -riu alto.
- Você também. -sorri, ela estava engraçada. Liguei o chuveiro no modo frio, e imediatamente seu corpo se arrepiou por completo, e ela soltou alguns palavrões.
- Vou separar algo pra você vestir, fique um pouco aí. -avisei e saí do banheiro. O closet de Jade, assim como seu quarto, era grande, mas totalmente a sua cara, as decorações com aquelas cores escuras, e objetos discretos só poderiam ser escolhidos por ela. Separei um short e uma blusa simples, e os coloquei sobre sua cama, juntamente com uma calcinha.
- Neymar? -Jade gritou quando eu estava voltando ao banheiro.
- O que foi?
- Isso está gelado, porra! -ela gritou novamente, eu ri.
- Talvez seja hora de sair. -disse abrindo o box e lhe entregando sua toalha. Desliguei o chuveiro e ela saiu, dessa vez sem cambalear, talvez já estivesse mais sóbria- Deixei sua roupa na cama.
- Pega pra mim. -ela pediu e eu obedeci- Valeu! -fechou a porta do banheiro, me colocando pra fora. Desci e preparei apenas uma xícara de café, a cafeteira me ajudou e logo eu estava de volta. Jade estava deitada debaixo de seu edredom.
- Café pra você. -lhe entreguei a xícara, ela fez uma careta mas bebeu- Se sente melhor? -ela assentiu. Depois que terminou de beber, colocou o copo sobre a mesinha de cabeceira e se deitou.
- Deita aqui? -ela me convidou, dando um pequeno sorriso, e eu me deitei ao seu lado, ela abraçou meu corpo e eu retribuí, beijando seus cabelos em seguida. 



Quero dedicar esse capítulo pra Luiza, porque ela me tirou da minha cama, sim mano, acreditem, da minha cama, só pra postar pra vocês! Mas eu sou boazinha e vim! hahaha 
Comentem!
Beijos da tia Bia

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Capítulo 12 - The people lie







Neymar POV

Louco, completamente louco, é o que eu estava, com certeza. Passei anos e anos lutando, estudando, me esforçando para ser reconhecido como um bom agente, e ajudar meu país, para de repente jogar tudo para o alto sem pensar. Eu havia acabado de cometer um crime, um crime o qual eu sempre lutei para combater!
Mas é que no momento em que eu deveria apertar aquele botão de enviar, naquela hora em que eu deveria finalizar a missão, essa ideia me aterrorizou. Jade não podia ser presa! Ela deveria, é uma criminosa, mas eu não conseguiria, não seria forte o bastante para fazer isso, porque eu simplesmente sinto que devo protege-la. Eu me apaixonei pela minha missão.

Depois que entregamos a carga, e libertamos o motorista com seu caminhão, Jade ligou para o Gustavo, e seguimos para o apartamento que os três dividem, no centro de Londres. O caminho inteiro foi feito em silêncio, eu estava em choque com minhas próprias atitudes, em uma espécie de crise interna e pessoal, enquanto ela também preferiu se refugiar em seus pensamentos.


Jade POV

Eu continuava achando a forma com a qual Neymar estava agindo muito estranha, mas ainda assim, isso era minha preocupação secundária. Quando pegamos meu carro no galpão, foi Gil quem dirigiu até o apartamento dele e dos meninos. Eu realmente estava preocupada. Corri o mais rápido que pude pelos lances de escadas, e Neymar me acompanhou, ainda calado. Gil, de elevador, chegou antes de nós, e quando entramos encontramos ele e o Gustavo conversando sobre o ocorrido, na sala.

- Cadê ele, gente?
- Está no quarto. O Brian já está cuidando dele. -Gustavo disse.
- Quem é Brian? -foi a primeira coisa que eu ouvi Neymar dizer depois de tudo.
- Seria meio impossível encontrar uma explicação cabível e dentro das leis para um acidente como esse, ou qualquer outro que estamos sujeitos, então não dá para irmos a um hospital. Brian Stuart é nosso médico particular -Gil explicou-, ele sabe de tudo, mas é de confiança. -assim que ele terminou, Brian adentrou o cômodo.
- Stuart! Como ele está? -disparei.
- Pelo que o Gustavo me contou, o Guilherme teve sorte, poderia ter sido bem pior! Ele quebrou o braço esquerdo, e está muito machucado, mas fora isso, não houve mais nada. Eu já engessei e tratei dos ferimentos, ele vai se recuperar. -percebi que todos sorriram, em demonstrações discretas de alívio.
- Ótimo, ele está acordado? -perguntei e Brian assentiu.
- Eu deixei alguns remédios para dor, e expliquei tudo para ele. Agora acho que já vou indo.
- Valeu, cara! -Gil o agradeceu, acampando-o até a porta.
- Vou ver ele. -anunciei seguindo até o quarto, mas parei na escada. Apesar de toda tensão ter cessado, eu sentia necessidade de apoio, de um apoio muito específico- Neymar?
- Oi?
- Pode vir? -ele sorriu de canto e caminhou até mim.
- Você está bem? -ele me segurou antes que alcançássemos a porta, me parando de frente para ele.
- Estou. -afirmei sem me importar, soltando-me dele.
- Tem certeza? -me puxou novamente, dessa vez nossos corpos ficaram muito mais próximos, seus olhos me encaravam e seus lábios eram-me tão convidativos- Parecia preocupada.
- Eu estava -respondi após alguns segundos, saindo do transe- Mas ele está bem né. -dei de ombros e ele riu fraco. Finalmente fomos ver o Gui- Eu vou matar você! -disse indo em direção a ele, que estava deitado na cama, vendo tv.
- Garota, eu sou a vítima, ficou louca? -riu, sentando-se na cama devagar.
- Tudo bem aí, Gui? -Neymar perguntou.
- Acho que da pra dizer que sim, tive sorte.
- Você não tinha como desviar dele ou algo assim? -interroguei aflita.
- Eu perdi o controle, Jade. O carro não respondia. Mas sei que toda essa braveza é preocupação. -riu, jogando uma almofada em mim, gemendo de dor em seguida.
- Bem feito! -eles riram- Digamos que eu tenha ficado preocupada, o que não é verdade, agora estou feliz que esteja bem.
- Sei, Jade!
- Vou fumar antes que vocês me enlouqueçam. -ele riu enquanto eu saia, encontrei Gil e Gus subindo e me dirigi até a varanda da sala.

Já se passava das quatro da manhã, acendi meu cigarro, e fiquei observando a cidade parcialmente adormecida. Meus pensamentos me levaram até Matthew, e o quanto ele estava certo. Eu estava arriscando tudo por um cara que não conheço bem, e isso era grave. Mas eu me apaixonei por um desconhecido.

- Isso ainda vai te matar. -a voz de Neymar me assustou.
- O que? -traguei o cigarro, observando sua expressão de reprovação- É só meu cigarro, não sou nenhuma noia drogada.
- Isso é droga!
- Lícita! -sorri irônica.
- Não deixa de ser droga. Me da isso, Jade!? -em um movimento rápido ele derrubou o cigarro da minha mão e pisou em cima dele em seguida.
- Vai se foder, Neymar! E quer saber? Não vou te dar carona até seu apartamento.
- Que maturidade -ironizou e riu, peguei o maço no bolso, pronta pra acender outro- Se você acender outro, eu estrago de novo! -ele usou um tom desafiador- E vai ser assim todas as vezes que eu te ver fumando.
- Só tenta!
- Não vou tentar, eu vou fazer! -Neymar respondeu com um sorriso provocador, mostrei o dedo do meio pra ele e subi novamente. Me despedi dos meninos e deixei o apartamento. Quando cheguei à calçada 
do prédio, Neymar estava lá, encostado no meu carro.
 - Já disse que não vou te levar pra casa! -avisei logo, e fui entrando no carro.
- Ótimo, eu não quero ir pra minha casa! -respondeu e entrou também.

Não discuti, apenas liguei meu som no cd do AC/DC no volume máximo, logicamente para incomodá-lo. Fracassei. Durante todo o percurso ele mantinha aquele sorriso irritante todas as vezes que trocávamos um olhar, tentou repousar sua mão sobre a minha coxa, mas eu a tirei com um tapinha que o fez rir. Neymar possuía o dom de ser irritante.

- Não me diga que, por acaso, você está pensando em dormir aqui? -perguntei ao desligar o som, assim que entramos na garagem da minha casa.
- É exatamente o que eu estou pensando. -respondeu enquanto saíamos do carro- Jade? -chamou-me quando já estava mais próximo e eu me virei, ele me deu um selinho, ao mesmo tempo que embrenhava suas mãos pelo meu cabelo, puxando minha nuca e me trazendo para perto, para que assim iniciássemos um beijo de verdade. Quando colocamos um fim, ele sorriu.
- Vamos entrar. -disse e bocejei, puxando-o pela mão.
- Será que eu posso tomar um banho? -perguntou enquanto subíamos as escadas.
- Tem um banheiro com tudo que você precisa no corredor. -senti que não era essa a resposta que ele esperava, mas assentiu, enquanto eu ia para o meu quarto. 

Peguei um pijama e fui para o banho. Deixei que meu corpo relaxasse debaixo da água quente, me libertando das tensões, não sei exatamente quanto tempo isso levou. Após me vestir, voltei ao quarto, encontrando, nada mais, nada menos que, Neymar deitado na minha cama, vestindo apenas uma cueca box cinza. Mal sabia que só essa visão já fazia meu corpo seder a ele.

- Neymar...-chamei sua atenção e suspirei- Eu estou cansada! -anunciei, dando mais razão ao meu sono do que a qualquer outra coisa.
- Então acho que somos dois. -ele sorriu, dando um tapinha no espaço vazio ao seu lado, onde eu me deitei, de costas para ele e ouvi seu riso- Só vou te fazer carinho, boa noite! -beijou minha bochecha, e em seguida abraçou meu corpo perfeitamente, de forma que ficamos de conchinha, e como dito, ele começou a fazer cafuné nos meus cabelos. E apesar de estar confusa, e até certo ponto, com um pouco de medo, tudo aquilo desapareceu, nada mais importava.
- Boa noite! -disse e fechei meus olhos, me rendendo ao cansaço.


[...]


Acordei por vontade própria, vi que alguns raios da luz do dia tentavam penetrar pelas frestas da porta da varanda, e que eu ainda estava acolhida nos braços de Neymar, que dormia sem preocupações. Me levantei com cuidado, e consegui não acordá-lo. Depois de escovar os dentes, e lavar o rosto, eu desci a caminho da cozinha, o relógio da sala marcava mais de meio dia, e a fome já era um problema.
Comecei a preparar o café da manhã, e o cheiro de Neymar na minha roupa me fez levar em consideração sua companhia. Preparei panquecas, além de café, suco, e os pães que já haviam ali. Talvez subir e acordá-lo para uma refeição fosse parecer algo de casal, mas nós já havíamos dormido juntos, e sem fazer sexo, era quase evidente que tínhamos uma relação, não que fosse algo sério ou promissor, ou algo que eu assumiria, mas ela existia.

Ao passar pela sala, a campainha da porta tocou, me surpreendendo, não seria um dos meninos, muito menos Matthew, ou tia Grace, porque ela possuía a chave. Quando olhei pelo olho da porta, vi Alicia, mas ela raramente me visitava, depois que começou a fugir do meu primo.

- Volta outra hora, porque ainda não é halloween.-falei ao abrir a porta.
- Você é um nojo, Jade! -disse rindo, enquanto entrava- Que saudades do seu sofá. -se deitou nele, e eu me sentei no outro.
- Tô estranhando você aqui.
- Pode continuar me mandando embora, porque eu não vou.
- Não tô te mandando embora, mas é que você não vem aqui desde que, deixa eu ver, dormiu com o Matthew. -ri.
- Eu vim porque sabia que ele não estava aqui. -disse escondendo o rosto com as mãos.
- Como assim? -perguntei, mas antes que ela me respondesse, fomos interrompidas por passos na escada, Neymar descia, já vestido, mas com cara de sono.
- Olá! -ele cumprimentou Alicia.
- Olá! -ela sorriu, sentando-se no sofá. O silêncio reinou em seguida, talvez os dois esperassem algo de mim.
- Neymar, essa é a Alicia, minha amiga. E Alicia, bem, você entendeu quem é ele.
- É um prazer, você é a de Brighton, não é? -ele perguntou sorrindo. Neymar tinha facilidade em se ajustar as situações, mais uma de suas qualidades irritantes.
- O prazer é meu. Sou eu sim, estava lá com essa maluca. -os dois riram.
- Neymar, eu...-hesitei- Tem café da manhã, se você quiser.
- Seria ótimo, mas tenho que resolver umas coisas, ainda sobre o lance do meu pai. -explicou e eu assenti- Tenho que ir, -se aproximou, me estendendo a mão, me fazendo levantar do sofá, e me dando um selinho demorado em seguida- tchau!
- Tchau! -sorri.
- Até mais, Alicia!
- Até! -sorriu e ele se foi- Tenho três coisas pra falar: é gato, é simpático, e gosta de você! -riu, deitando-se novamente.
- Não vem com suas historinhas, porque eu não vou ouvir.
- Qual é, ele te beijou na minha frente. Se você fosse só mais uma ficantezinha ele não faria questão de mostrar que você é dele.
- Vamos deixar uma coisa bem clara aqui: eu não sou de ninguém.
- Ui, pegadora! -riu.
- Alicia, só gostamos de ficar um com o outro. -usei um tom de tédio para explicar.
- Você acabou de admitir que gosta!
- Odeio você! -ela riu- Mas ei, antes disso tudo você disse que sabia que o Matt não estava aqui. Ta falando de que?
- Ai droga! Já que estamos no momento de revelações, bora lá: nós transamos. -voltou a colocar a mão no rosto.
- Vocês o que? -gargalhei.
- Isso, pode zoar. Eu sei que disse que nunca mais ia rolar, mas cara. -suspirou e riu.
- Como foi isso?
- Jura que você quer saber?
- Credo, Alicia! Tô falando como chegaram a isso?
- Ontem à noite ele apareceu no meu apartamento, eu estava de saída para o pub, iria entrar um pouco mais tarde. Mas percebendo que ele não estava bem, eu fiquei lá, dando atenção. Enquanto tomávamos umas cervejas, Matt me contou que brigou com você. No minuto seguinte, a conversa já estava centrada em nós dois, o resto fica por conta da sua imaginação.
- Pode deixar que minha imaginação não vai trabalhar nisso. Mas você não tava em um lance com a...como era mesmo o nome?
- Carly terminou nosso lance ontem de manhã.
- E você uniu o útil ao agradável.
- Não, é que o Matthew...ah você sabe! -suspirou- Digamos que rola uma química, uma coisa mais carnal mesmo.
- Chega né!? -eu ri.
- Melhor. Agora me diz, por que vocês dois brigaram?
- Matthew me viu com o Neymar, e disse que só coloquei ele na equipe por causa do nosso lance. E que eu nem o conheço, enfim, não foi legal.
- E em partes ele tem razão, você sabe.
- Sim, o pior é que eu sei. Mas é que...
- Não da pra ficar longe do Neymar, né?
- Não da pra não confiar no Neymar. -afirmei

[...]

Alicia passou a tarde comigo, contagiando tudo com seu alto astral e bom humor, ela cozinhou e nós almoçamos juntas. Foi um bom dia, apesar de tudo.
Antes de ir, Ali mandou uma mensagem ao Matthew, perguntando onde ele estava, porque eu pedi. Queria vê-lo e precisávamos conversar.

Enquanto amarrava os cadarços dos meus tênis, recebi uma mensagem do Guilherme, me respondendo positivamente a mensagem que lhe enviei para saber se ele estava bem. Soltei meus cabelos e saí.
Eram por volta das sete da noite quando cheguei na outra casa que possuímos. Matt, meu pai e eu sempre moramos juntos, mas meu primo resolveu comprar essa casa pra dar suas festas, que eram bem frequentes na época, e fazer mais sabe Deus o que. Mas eu não reclamava, pelo menos ele nunca havia me abandonado, não até agora.
Abri a porta com a minha chave, e não me surpreendi com a cena que vi, Matthew beijando uma garota no sofá. Esse era meu primo!

- Err...-pigarreei e eles pararam, ela me olhou confusa, e ele revirou os olhos.
- Quem é essa, Matt? -a garota morena perguntou com uma voz fina, enquanto me olhava de cima a baixo.
- Sou só a prima.
-  Merda! Sinto muito, Chloe, melhor você ir, mas eu te ligo para terminarmos isso. -ele disse a ela, antes de lhe dar um beijo rápido e ela passar por mim, que ainda estava parada na porta- Qual é a sua, Jade? -levantou, indo até a cozinha, o segui.
- Eu é quem pergunto. Você passa a noite com a Alicia, e depois já está com outra? -ele me olhou assustado, talvez se perguntando como fiquei sabendo.
- Pelo que eu me lembre você não tem nada a ver com isso. -pegou uma garrafa de cerveja na geladeira, e se encostou na pia.
- Verdade, não tenho mesmo. Só não sei porque fica brincando com ela.
- Brincando com ela? Somos solteiros e ficamos com quem queremos, a hora que queremos. Que eu saiba você também pensava assim. Desde quando acredita em sentimentos? Isso tudo por aquele Neymar? -riu irônico.
- Esquece, Matthew. -bufei- Que palhaçada é essa que você não vai pra casa?
- Não sou obrigado a dividir o teto com ele. -disse simplesmente.
- Ele não mora lá, isso está sendo bem infantil, se quer saber. Outra coisa imatura é você ter abandonado a equipe bem na hora da operação!
- De repente você resolveu se importar com a equipe?
- O Guilherme sofreu um acidente! Será que isso não quer dizer nada pra você?
- Como ele está? -mesmo disfarçando, sua voz transpareceu preocupação.
- Melhor, não foi muito grave, felizmente. Mas poderia ser evitado, somos um time, você sabe disso, precisamos de todos, isso inclui você!
- Sempre trabalhamos em cinco. Por que você tinha que colocar ele?
- Neymar é bom no que faz!
- Jade, não mente pra mim! Você o mantém ali porque gosta de tê-lo por perto. Mal sabe como ele se chama, onde é que isso vai parar?
- Não tem razão pra tanta oposição, que inferno!
- Tem, e você sabe que tem! Isso coloca todos nós em risco. E se ele nos denunciar, se nos roubar, se fizer algo que prejudique uma operação?
- Isso não vai acontecer! -argumentei, mesmo sem fundamentos concretos para uma defesa cabível.
- Você está cega! Parece que esqueceu tudo que seu pai nos ensinou! Mas eu ainda vou te provar que estou certo!
- Você não vai voltar pra casa? -perguntei, ignorando o que ele disse, por mais que suas palavras ficassem ecoando na minha mente.
- Eu estou em casa.
- Não diga que eu não tentei, Matthew Mitchel! -foi a última coisa que eu lhe disse, antes de começar a deixar a cozinha.
- Jade? -ele me chamou, e eu o olhei- Você acha que o ama, mas não se esqueça que as pessoas mentem! -deu um piscadela, e saí rápido daquela casa.



Amorinhaaaaas, tudo bem com vocês? Eu tô bem! Não tenho muito o que falar hoje, só que postamos a fic no social spirit, mas isso é meio irrelevante hahaha Enfim, comentem porque a opinião de vocês é muito importante, beeijos!
Eu meio que voltei pro twitter, me deem oi @pridenjrtw