segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Capítulo 12 - The people lie







Neymar POV

Louco, completamente louco, é o que eu estava, com certeza. Passei anos e anos lutando, estudando, me esforçando para ser reconhecido como um bom agente, e ajudar meu país, para de repente jogar tudo para o alto sem pensar. Eu havia acabado de cometer um crime, um crime o qual eu sempre lutei para combater!
Mas é que no momento em que eu deveria apertar aquele botão de enviar, naquela hora em que eu deveria finalizar a missão, essa ideia me aterrorizou. Jade não podia ser presa! Ela deveria, é uma criminosa, mas eu não conseguiria, não seria forte o bastante para fazer isso, porque eu simplesmente sinto que devo protege-la. Eu me apaixonei pela minha missão.

Depois que entregamos a carga, e libertamos o motorista com seu caminhão, Jade ligou para o Gustavo, e seguimos para o apartamento que os três dividem, no centro de Londres. O caminho inteiro foi feito em silêncio, eu estava em choque com minhas próprias atitudes, em uma espécie de crise interna e pessoal, enquanto ela também preferiu se refugiar em seus pensamentos.


Jade POV

Eu continuava achando a forma com a qual Neymar estava agindo muito estranha, mas ainda assim, isso era minha preocupação secundária. Quando pegamos meu carro no galpão, foi Gil quem dirigiu até o apartamento dele e dos meninos. Eu realmente estava preocupada. Corri o mais rápido que pude pelos lances de escadas, e Neymar me acompanhou, ainda calado. Gil, de elevador, chegou antes de nós, e quando entramos encontramos ele e o Gustavo conversando sobre o ocorrido, na sala.

- Cadê ele, gente?
- Está no quarto. O Brian já está cuidando dele. -Gustavo disse.
- Quem é Brian? -foi a primeira coisa que eu ouvi Neymar dizer depois de tudo.
- Seria meio impossível encontrar uma explicação cabível e dentro das leis para um acidente como esse, ou qualquer outro que estamos sujeitos, então não dá para irmos a um hospital. Brian Stuart é nosso médico particular -Gil explicou-, ele sabe de tudo, mas é de confiança. -assim que ele terminou, Brian adentrou o cômodo.
- Stuart! Como ele está? -disparei.
- Pelo que o Gustavo me contou, o Guilherme teve sorte, poderia ter sido bem pior! Ele quebrou o braço esquerdo, e está muito machucado, mas fora isso, não houve mais nada. Eu já engessei e tratei dos ferimentos, ele vai se recuperar. -percebi que todos sorriram, em demonstrações discretas de alívio.
- Ótimo, ele está acordado? -perguntei e Brian assentiu.
- Eu deixei alguns remédios para dor, e expliquei tudo para ele. Agora acho que já vou indo.
- Valeu, cara! -Gil o agradeceu, acampando-o até a porta.
- Vou ver ele. -anunciei seguindo até o quarto, mas parei na escada. Apesar de toda tensão ter cessado, eu sentia necessidade de apoio, de um apoio muito específico- Neymar?
- Oi?
- Pode vir? -ele sorriu de canto e caminhou até mim.
- Você está bem? -ele me segurou antes que alcançássemos a porta, me parando de frente para ele.
- Estou. -afirmei sem me importar, soltando-me dele.
- Tem certeza? -me puxou novamente, dessa vez nossos corpos ficaram muito mais próximos, seus olhos me encaravam e seus lábios eram-me tão convidativos- Parecia preocupada.
- Eu estava -respondi após alguns segundos, saindo do transe- Mas ele está bem né. -dei de ombros e ele riu fraco. Finalmente fomos ver o Gui- Eu vou matar você! -disse indo em direção a ele, que estava deitado na cama, vendo tv.
- Garota, eu sou a vítima, ficou louca? -riu, sentando-se na cama devagar.
- Tudo bem aí, Gui? -Neymar perguntou.
- Acho que da pra dizer que sim, tive sorte.
- Você não tinha como desviar dele ou algo assim? -interroguei aflita.
- Eu perdi o controle, Jade. O carro não respondia. Mas sei que toda essa braveza é preocupação. -riu, jogando uma almofada em mim, gemendo de dor em seguida.
- Bem feito! -eles riram- Digamos que eu tenha ficado preocupada, o que não é verdade, agora estou feliz que esteja bem.
- Sei, Jade!
- Vou fumar antes que vocês me enlouqueçam. -ele riu enquanto eu saia, encontrei Gil e Gus subindo e me dirigi até a varanda da sala.

Já se passava das quatro da manhã, acendi meu cigarro, e fiquei observando a cidade parcialmente adormecida. Meus pensamentos me levaram até Matthew, e o quanto ele estava certo. Eu estava arriscando tudo por um cara que não conheço bem, e isso era grave. Mas eu me apaixonei por um desconhecido.

- Isso ainda vai te matar. -a voz de Neymar me assustou.
- O que? -traguei o cigarro, observando sua expressão de reprovação- É só meu cigarro, não sou nenhuma noia drogada.
- Isso é droga!
- Lícita! -sorri irônica.
- Não deixa de ser droga. Me da isso, Jade!? -em um movimento rápido ele derrubou o cigarro da minha mão e pisou em cima dele em seguida.
- Vai se foder, Neymar! E quer saber? Não vou te dar carona até seu apartamento.
- Que maturidade -ironizou e riu, peguei o maço no bolso, pronta pra acender outro- Se você acender outro, eu estrago de novo! -ele usou um tom desafiador- E vai ser assim todas as vezes que eu te ver fumando.
- Só tenta!
- Não vou tentar, eu vou fazer! -Neymar respondeu com um sorriso provocador, mostrei o dedo do meio pra ele e subi novamente. Me despedi dos meninos e deixei o apartamento. Quando cheguei à calçada 
do prédio, Neymar estava lá, encostado no meu carro.
 - Já disse que não vou te levar pra casa! -avisei logo, e fui entrando no carro.
- Ótimo, eu não quero ir pra minha casa! -respondeu e entrou também.

Não discuti, apenas liguei meu som no cd do AC/DC no volume máximo, logicamente para incomodá-lo. Fracassei. Durante todo o percurso ele mantinha aquele sorriso irritante todas as vezes que trocávamos um olhar, tentou repousar sua mão sobre a minha coxa, mas eu a tirei com um tapinha que o fez rir. Neymar possuía o dom de ser irritante.

- Não me diga que, por acaso, você está pensando em dormir aqui? -perguntei ao desligar o som, assim que entramos na garagem da minha casa.
- É exatamente o que eu estou pensando. -respondeu enquanto saíamos do carro- Jade? -chamou-me quando já estava mais próximo e eu me virei, ele me deu um selinho, ao mesmo tempo que embrenhava suas mãos pelo meu cabelo, puxando minha nuca e me trazendo para perto, para que assim iniciássemos um beijo de verdade. Quando colocamos um fim, ele sorriu.
- Vamos entrar. -disse e bocejei, puxando-o pela mão.
- Será que eu posso tomar um banho? -perguntou enquanto subíamos as escadas.
- Tem um banheiro com tudo que você precisa no corredor. -senti que não era essa a resposta que ele esperava, mas assentiu, enquanto eu ia para o meu quarto. 

Peguei um pijama e fui para o banho. Deixei que meu corpo relaxasse debaixo da água quente, me libertando das tensões, não sei exatamente quanto tempo isso levou. Após me vestir, voltei ao quarto, encontrando, nada mais, nada menos que, Neymar deitado na minha cama, vestindo apenas uma cueca box cinza. Mal sabia que só essa visão já fazia meu corpo seder a ele.

- Neymar...-chamei sua atenção e suspirei- Eu estou cansada! -anunciei, dando mais razão ao meu sono do que a qualquer outra coisa.
- Então acho que somos dois. -ele sorriu, dando um tapinha no espaço vazio ao seu lado, onde eu me deitei, de costas para ele e ouvi seu riso- Só vou te fazer carinho, boa noite! -beijou minha bochecha, e em seguida abraçou meu corpo perfeitamente, de forma que ficamos de conchinha, e como dito, ele começou a fazer cafuné nos meus cabelos. E apesar de estar confusa, e até certo ponto, com um pouco de medo, tudo aquilo desapareceu, nada mais importava.
- Boa noite! -disse e fechei meus olhos, me rendendo ao cansaço.


[...]


Acordei por vontade própria, vi que alguns raios da luz do dia tentavam penetrar pelas frestas da porta da varanda, e que eu ainda estava acolhida nos braços de Neymar, que dormia sem preocupações. Me levantei com cuidado, e consegui não acordá-lo. Depois de escovar os dentes, e lavar o rosto, eu desci a caminho da cozinha, o relógio da sala marcava mais de meio dia, e a fome já era um problema.
Comecei a preparar o café da manhã, e o cheiro de Neymar na minha roupa me fez levar em consideração sua companhia. Preparei panquecas, além de café, suco, e os pães que já haviam ali. Talvez subir e acordá-lo para uma refeição fosse parecer algo de casal, mas nós já havíamos dormido juntos, e sem fazer sexo, era quase evidente que tínhamos uma relação, não que fosse algo sério ou promissor, ou algo que eu assumiria, mas ela existia.

Ao passar pela sala, a campainha da porta tocou, me surpreendendo, não seria um dos meninos, muito menos Matthew, ou tia Grace, porque ela possuía a chave. Quando olhei pelo olho da porta, vi Alicia, mas ela raramente me visitava, depois que começou a fugir do meu primo.

- Volta outra hora, porque ainda não é halloween.-falei ao abrir a porta.
- Você é um nojo, Jade! -disse rindo, enquanto entrava- Que saudades do seu sofá. -se deitou nele, e eu me sentei no outro.
- Tô estranhando você aqui.
- Pode continuar me mandando embora, porque eu não vou.
- Não tô te mandando embora, mas é que você não vem aqui desde que, deixa eu ver, dormiu com o Matthew. -ri.
- Eu vim porque sabia que ele não estava aqui. -disse escondendo o rosto com as mãos.
- Como assim? -perguntei, mas antes que ela me respondesse, fomos interrompidas por passos na escada, Neymar descia, já vestido, mas com cara de sono.
- Olá! -ele cumprimentou Alicia.
- Olá! -ela sorriu, sentando-se no sofá. O silêncio reinou em seguida, talvez os dois esperassem algo de mim.
- Neymar, essa é a Alicia, minha amiga. E Alicia, bem, você entendeu quem é ele.
- É um prazer, você é a de Brighton, não é? -ele perguntou sorrindo. Neymar tinha facilidade em se ajustar as situações, mais uma de suas qualidades irritantes.
- O prazer é meu. Sou eu sim, estava lá com essa maluca. -os dois riram.
- Neymar, eu...-hesitei- Tem café da manhã, se você quiser.
- Seria ótimo, mas tenho que resolver umas coisas, ainda sobre o lance do meu pai. -explicou e eu assenti- Tenho que ir, -se aproximou, me estendendo a mão, me fazendo levantar do sofá, e me dando um selinho demorado em seguida- tchau!
- Tchau! -sorri.
- Até mais, Alicia!
- Até! -sorriu e ele se foi- Tenho três coisas pra falar: é gato, é simpático, e gosta de você! -riu, deitando-se novamente.
- Não vem com suas historinhas, porque eu não vou ouvir.
- Qual é, ele te beijou na minha frente. Se você fosse só mais uma ficantezinha ele não faria questão de mostrar que você é dele.
- Vamos deixar uma coisa bem clara aqui: eu não sou de ninguém.
- Ui, pegadora! -riu.
- Alicia, só gostamos de ficar um com o outro. -usei um tom de tédio para explicar.
- Você acabou de admitir que gosta!
- Odeio você! -ela riu- Mas ei, antes disso tudo você disse que sabia que o Matt não estava aqui. Ta falando de que?
- Ai droga! Já que estamos no momento de revelações, bora lá: nós transamos. -voltou a colocar a mão no rosto.
- Vocês o que? -gargalhei.
- Isso, pode zoar. Eu sei que disse que nunca mais ia rolar, mas cara. -suspirou e riu.
- Como foi isso?
- Jura que você quer saber?
- Credo, Alicia! Tô falando como chegaram a isso?
- Ontem à noite ele apareceu no meu apartamento, eu estava de saída para o pub, iria entrar um pouco mais tarde. Mas percebendo que ele não estava bem, eu fiquei lá, dando atenção. Enquanto tomávamos umas cervejas, Matt me contou que brigou com você. No minuto seguinte, a conversa já estava centrada em nós dois, o resto fica por conta da sua imaginação.
- Pode deixar que minha imaginação não vai trabalhar nisso. Mas você não tava em um lance com a...como era mesmo o nome?
- Carly terminou nosso lance ontem de manhã.
- E você uniu o útil ao agradável.
- Não, é que o Matthew...ah você sabe! -suspirou- Digamos que rola uma química, uma coisa mais carnal mesmo.
- Chega né!? -eu ri.
- Melhor. Agora me diz, por que vocês dois brigaram?
- Matthew me viu com o Neymar, e disse que só coloquei ele na equipe por causa do nosso lance. E que eu nem o conheço, enfim, não foi legal.
- E em partes ele tem razão, você sabe.
- Sim, o pior é que eu sei. Mas é que...
- Não da pra ficar longe do Neymar, né?
- Não da pra não confiar no Neymar. -afirmei

[...]

Alicia passou a tarde comigo, contagiando tudo com seu alto astral e bom humor, ela cozinhou e nós almoçamos juntas. Foi um bom dia, apesar de tudo.
Antes de ir, Ali mandou uma mensagem ao Matthew, perguntando onde ele estava, porque eu pedi. Queria vê-lo e precisávamos conversar.

Enquanto amarrava os cadarços dos meus tênis, recebi uma mensagem do Guilherme, me respondendo positivamente a mensagem que lhe enviei para saber se ele estava bem. Soltei meus cabelos e saí.
Eram por volta das sete da noite quando cheguei na outra casa que possuímos. Matt, meu pai e eu sempre moramos juntos, mas meu primo resolveu comprar essa casa pra dar suas festas, que eram bem frequentes na época, e fazer mais sabe Deus o que. Mas eu não reclamava, pelo menos ele nunca havia me abandonado, não até agora.
Abri a porta com a minha chave, e não me surpreendi com a cena que vi, Matthew beijando uma garota no sofá. Esse era meu primo!

- Err...-pigarreei e eles pararam, ela me olhou confusa, e ele revirou os olhos.
- Quem é essa, Matt? -a garota morena perguntou com uma voz fina, enquanto me olhava de cima a baixo.
- Sou só a prima.
-  Merda! Sinto muito, Chloe, melhor você ir, mas eu te ligo para terminarmos isso. -ele disse a ela, antes de lhe dar um beijo rápido e ela passar por mim, que ainda estava parada na porta- Qual é a sua, Jade? -levantou, indo até a cozinha, o segui.
- Eu é quem pergunto. Você passa a noite com a Alicia, e depois já está com outra? -ele me olhou assustado, talvez se perguntando como fiquei sabendo.
- Pelo que eu me lembre você não tem nada a ver com isso. -pegou uma garrafa de cerveja na geladeira, e se encostou na pia.
- Verdade, não tenho mesmo. Só não sei porque fica brincando com ela.
- Brincando com ela? Somos solteiros e ficamos com quem queremos, a hora que queremos. Que eu saiba você também pensava assim. Desde quando acredita em sentimentos? Isso tudo por aquele Neymar? -riu irônico.
- Esquece, Matthew. -bufei- Que palhaçada é essa que você não vai pra casa?
- Não sou obrigado a dividir o teto com ele. -disse simplesmente.
- Ele não mora lá, isso está sendo bem infantil, se quer saber. Outra coisa imatura é você ter abandonado a equipe bem na hora da operação!
- De repente você resolveu se importar com a equipe?
- O Guilherme sofreu um acidente! Será que isso não quer dizer nada pra você?
- Como ele está? -mesmo disfarçando, sua voz transpareceu preocupação.
- Melhor, não foi muito grave, felizmente. Mas poderia ser evitado, somos um time, você sabe disso, precisamos de todos, isso inclui você!
- Sempre trabalhamos em cinco. Por que você tinha que colocar ele?
- Neymar é bom no que faz!
- Jade, não mente pra mim! Você o mantém ali porque gosta de tê-lo por perto. Mal sabe como ele se chama, onde é que isso vai parar?
- Não tem razão pra tanta oposição, que inferno!
- Tem, e você sabe que tem! Isso coloca todos nós em risco. E se ele nos denunciar, se nos roubar, se fizer algo que prejudique uma operação?
- Isso não vai acontecer! -argumentei, mesmo sem fundamentos concretos para uma defesa cabível.
- Você está cega! Parece que esqueceu tudo que seu pai nos ensinou! Mas eu ainda vou te provar que estou certo!
- Você não vai voltar pra casa? -perguntei, ignorando o que ele disse, por mais que suas palavras ficassem ecoando na minha mente.
- Eu estou em casa.
- Não diga que eu não tentei, Matthew Mitchel! -foi a última coisa que eu lhe disse, antes de começar a deixar a cozinha.
- Jade? -ele me chamou, e eu o olhei- Você acha que o ama, mas não se esqueça que as pessoas mentem! -deu um piscadela, e saí rápido daquela casa.



Amorinhaaaaas, tudo bem com vocês? Eu tô bem! Não tenho muito o que falar hoje, só que postamos a fic no social spirit, mas isso é meio irrelevante hahaha Enfim, comentem porque a opinião de vocês é muito importante, beeijos!
Eu meio que voltei pro twitter, me deem oi @pridenjrtw 

11 comentários:

  1. "Eu me apaixonei pela minha missão" eu também meu amigo, eu também!!! Péssimo é lembrar que tenho que esperar sete dias pra ter continuação, VAI SE FERRAR AS DUAS AMO VOCÊS

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  2. Eu juro que pensei que esse cap ia ser horrível, que todos iram presos e Matthew ia matar o Neymar. Gente, faz ele falar alguma coisa da vida dele pra Jade e não deixem o Matthew descobrir que ele é agente nunca. Obs: não postem só aos domingos, imploro.

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  3. n vou aguentar esperar os domingos chegar, é mt tempo mds

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  4. Continua amor quero só ver quando descobri

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  5. Aiii Continua Logo, Amandooo ����

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