quinta-feira, 3 de março de 2016

Capítulo 22 - I'm your mother





Neymar POV

A caminhada até o parque levou apenas alguns minutos, mas foi feita em silêncio, enquanto nossas mãos continuavam unidas. Eu sentia que Jade precisava de algo, ela normalmente não ficava muito tempo sem suas frases sarcásticas, ou algum comentário que me insulte.
Nós já caminhávamos por entre a grama e as árvores, quando ela seguiu até um dos bancos de madeira dali, me levando para sentarmos um de frente para o outro. Eu fiquei observando-a fazer um coque no cabelo, enquanto seu olhar estava fixo no chão, e eu já sentia falta de admira-lo.

- Jade? -chamei sua atenção- Está tudo bem? -perguntei mesmo sabendo que a resposta era negativa.
- Uhum...-ela disse após alguns segundos- Está, sim.
- Não, eu sei que não está! -acariciei seu rosto- Me conta o que houve?
- Não houve nada, Neymar. -desviou seu olhar do meu novamente.
- Você está triste, Jade, te conheço o suficiente pra saber disso.
- Não quero falar sobre isso. -mordeu o lábio, tensa.
- Então tudo bem, nós vamos ficar aqui até você melhor
ar. -afirmei com um pouco de humor na voz, trazendo seu corpo para junto do meu, onde ela deitou a cabeça no meu ombro.
- Merda! -ouvi ela xingar, depois de um minuto ou dois.
- O que? -questionei, vendo-a se virar para mim outra vez.
- Confio demais em você para não me abrir. -ela confessou, e ouvir aquilo me abalava por dentro, eu estava sendo tão desonesto com ela.
- Então é só me dizer, loirinha...Ok, me desculpe, nada de diminutivos. -disse na tentativa de vê-la sorrir, e consegui.
- Se lembra da mulher loira que te falei e você viu? -assenti após sua pergunta- Hoje mais cedo, fui ao shopping com a minha tia, e ela surgiu novamente. O estranho foi que minha tia parecia conhece-la, deixou escapar até seu nome.
- E o que isso quer dizer?
- Eu não sei. -passou as mãos pelo rosto- Quando eu perguntei quem era ela, e se minha tia a conhecia, ela disse que não e fugiu das minhas perguntas. Mas era mentira!
- Você ficou mal porque ela não quis contar a verdade?
- Não. Uma hora ou outra eu vou descobrir a verdade, eu sempre descubro. O problema é que depois disso ficou um clima horrível entre nós duas. Brigar com o Matthew ou com a minha tia, acaba comigo. -desabafou e suspirou.
- Duvido que vocês fiquem nesse clima por muito tempo, ainda mais sendo tão super protetora como sua tia é.
- Mas de qualquer forma, ela mentiu pra mim, e tem que haver um motivo. -Jade era tão perspicaz em sua curiosidade que chegava até ser engraçado.
- Ou vai ver ela não mentiu mesmo.
- Vamos mudar de assunto? -ela bufou frustrada- Porque já estamos parecendo aqueles casais compreensivos, doces e carinhosos. -ela disse a frase sem preocupações e eu sorri.
- Então nós somos um casal? -perguntei ainda sorrindo, eu era um babaca, só podia ser.
- Quem disse casal? -ela se flagrou e prendeu o riso.
- Você mesma! -ri, indo beijá-la, mas ela desviou, beijei então seu rosto, e fui descendo para o pescoço, enquanto ouvia seu riso.
- Sai daqui, garoto! -Jade me empurrou, a olhei de frente, enquanto ela ainda ria. Como alguém podia ser tão linda?- Valeu pelo papo, mas vou dar uma volta. -ela avisou e se levantou, mas segurei seu braço.
- Espera aí, onde você vai?
- Não te devo satisfações, Neymar. -disse séria, e eu até estranhei, mas ela riu, provavelmente da minha cara- Só vou dar uma volta, preciso fumar e não tô afim do seu mimimi. -foi a minha vez de rir da forma enojada que ela usou. 
- Mas poxa, eu sei uma coisa melhor pra você fazer com essa boca. -afirmei, ficando de pé na sua frente.
- E o que é? -Jade passou seus braços pelo meu pescoço, enquanto exibia um sorriso malicioso.
- Me beijar. -sussurrei em seu ouvido e ouvi seu riso, ao passo que seu corpo se arrepiava. A encarei novamente, e tomei a iniciativa de beijá-la, mas foi um beijo breve- Vem, quero te levar em um lugar. 

[...]


Jade POV

Neymar passou seu braço pelos meus ombros, enquanto caminhávamos de volta para a minha casa, onde seu carro havia ficado estacionado em frente. 
Assim que ele deu partida, começou a fazer um caminho que eu desconhecia, mas não questionei. O rádio estava desligado, e nós não trocávamos muitas palavras, mas o silêncio que imperava ali não era ruim, pelo contrário, sua mão livre ficou repousada sobre minha coxa sempre que pôde, e só o calor de sua pele já era suficiente.

Não entendi bem o que estávamos fazendo em uma casa de jogos quando ele estacionou.

- O que estamos fazendo aqui? -perguntei quando saímos do carro, praticamente ao mesmo tempo.
- Achei que algo diferente fosse bom pra distrair esses seus pensamentos. -explicou, já parado na minha frente. E eu não estava acreditando que ele estava mesmo empenhado a me ajudar em uma crise familiar.
- Ta me zoando? -ele riu e negou com a cabeça.
- Gosta de paintball? 
- Neymar, eu sou a rainha do paintball! -afirmei e ele gargalhou, aquele som era melhor do que qualquer um dos meus rocks favoritos, sem dúvidas.
- Vamos ver se você é isso tudo mesmo, Elizabeth do paintball! -eu ri dessa comparação ridícula enquanto entrávamos.

Obtivemos todas as informações no balcão de atendimento, onde eu também descobri que o jogo não se tratava de paintball convencional, o que deixava a participação de apenas duas pessoas muito aceitável. Não receberíamos armas munidas de bolas de tintas, mas sim uma espécie de bolsa cheia delas, e quem saísse mais sujo de tinta, perderia a partida. 
Neymar pagou pelo jogo, e eu nem me opus, em pouco tempo já havia descoberto que nunca venço discussões desse tipo com ele. 
Dois funcionários nos acompanharam, e eu me dirigi ao vestiário feminino, onde havia um macacão totalmente branco, que cobria completamente meu corpo, também tive que calçar uma bota específica e colocar um óculos de proteção, estava me sentindo um daqueles médicos que trabalham em áreas de quarentena. Um alarme tocou, avisando que eu poderia sair, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, peguei minhas bolas de tinta, e saí pela porta que me levaria a arena do jogo. Era um lugar com grama, areia, montes de palha, e uma infinidade de lugares para usar como proteção, as marcas de tinta por toda a parte deixava uma boa sensação, e o fato de ser ao ar livre ajudava bastante.

Comecei a caminhar ali com cautela, na esperança de Neymar fazer algum barulho que entregasse sua posição. E isso nem foi necessário, de repente ele surgiu, alguns metros longe de mim, suas bochechas estavam pintadas com risquinhos de tinta preta, e ele riu, era impressionante o quanto era um idiota, um idiota pelo qual eu estava oficialmente apaixonada. Joguei uma bola nele, que se esquivou e correu enquanto eu jogava mais algumas, que também não o acertaram.

[...]

Eu já estava ficando cansada de correr dele e atrás dele, mas estava sendo extremamente engraçado, até que Neymar me encurralou em uma parede, e riu quando me viu perceber que só restava uma bola. Peguei-a e despejei a tinta contra seu peito ofegante.

- Esse foi seu ataque fatal? -riu, essa era a primeira, que de fato, acertava nele- Acabou? 
- Você vai ver na próxima! -ri.
- É uma pena que eu não vou poder deixar pra próxima! -riu e despejou uma bola de tinta vermelha bem em cima da minha cabeça, deixando meu cabelo todo daquela cor, e foi fazendo coisas parecidas com todas as outras bolas de tinta, certo, eu perdi, entre muitas risadas, mas perdi.
- Você é um cretino! -rimos juntos enquanto eu limpava o rosto com a manga do macacão e ele ajudava. Encarei seu rosto com aquele sorriso e só tive vontade de beijá-lo, e foi o que eu fiz, com ou sem tinta, o importante foi que ele correspondeu à altura, me encostando na parede novamente e dando profundidade ao beijo, que encerramos depois de não conseguirmos mais prolongar.
- Quer dizer que eu ganhei da rainha do paintball? -perguntou rindo.
- Não foi bem assim. -ri enquanto ele me dava um selinho.
- Então foi como?
- Não foi bem assim. -afirmei outra vez e ele riu.
- Admite, Jade. Pode falar! 
- Você ganhou da rainha do paintball. -confirmei, falando bem rápido e revirei os olhos.
- Como é que é? 
- Você ouviu, vai se foder! -rimos.

[...]


A primeira coisa que eu fiz, após o Neymar me deixar em casa, foi tomar um banho para me livrar de toda aquela tinta do cabelo. Meu corpo, graças ao macacão, não estava pintado, o que era ótimo no fim das contas. 

Depois de um dia tão cheio, eu estava exausta, e assim que saí do banho, fui secar meu cabelo, para poder cair logo na cama. Me concentrei na tarefa, e só me distraí quando vi minha tia pelo espelho, parada atrás de mim, no batente da porta do banheiro. Desliguei o secador e me virei de frente para ela.

- Nós podemos conversar? -ela perguntou logo, em um tom calmo.
- Claro. -afirmei me encostando na pia.
- É sobre o que houve hoje. Quero te pedir que não fique procurando coisas onde não há.
- A senhora me diz quem é aquela mulher e eu paro. 
- Jade, não tem necessidade de dizer nada pra você. -suspirou frustrada.
- Como não? Aquela mulher anda me perseguindo, será que eu não mereço saber quem é? -perguntei irritada, mas sem me alterar.
- Você confia em mim?
- Que pergunta!
- Confia, Jade?
- É claro que sim!
- Então ouça quando eu digo que é melhor deixar isso pra lá. Você e seu primo são tudo que eu mais amo nessa vida, eu só quero que acredite que tudo que faço é pro seu bem!
- Eu não to entendendo o rumo que essa conversa tomou. -admiti.
- Não importa agora. Eu só não quero que nós duas fiquemos em um clima ruim e pesado, nós não somos assim. Agora vem me dar um abraço. -ela sorriu enquanto abria os braços, e eu não contive meu sorriso ao ir abraça-la.
- Sabe que eu não vou parar né?
- Só não quero que você se machuque. -desfizemos o abraço- Eu amo você. -beijou o topo da minha cabeça e saiu do meu quarto. 

Fui me deitar com os pensamentos ainda mais confusos depois de tudo que 
aconteceu, a única certeza que eu tinha, era que quando aquela loira resolvesse aparecer no meu caminho novamente, ela não sairia sem antes esclarecer todas as minhas dúvidas.

[...]

Duas semanas se passaram. Minha tia, e o Jota já haviam voltado para suas casas, e Neymar parecia com muito mais tempo livre, já que estávamos nos vendo com muito mais frequência, e eu não posso reclamar disso. 
Nós nos damos bem, apesar de personalidades completamente opostas, sempre fazemos o melhor sexo da minha vida, e não há nenhum tipo de pressão nessa relação, ou seja lá o que for isso. Definitivamente Neymar me faz bem, como eu jamais imaginaria que pudesse fazer. 

[...]

Lá estava eu, sentada em uma mesa externa do Starbucks, esperando o Frank, um dos nossos clientes, que marcou o encontro para tratarmos de uma encomenda. Pedi alguns muffins, e esperei enquanto já bebia meu frappucino, e notava pelas horas que ele já estava vinte minutos atrasado, mas até que era tolerável. Foi então que meu celular de negócios me notificou que havia chegado uma mensagem, era do Frank, se desculpando por não poder ir, e querendo remarcar, sem mais delongas eu concordei, e marcamos uma nova data.

Meu nome foi chamado e eu peguei os meus muffins, voltando a me sentar de frente para rua, era um fim de tarde ensolarado, e o sol começava a querer se pôr, e as ruas estavam repletas de veículos e pessoas, por causa do horário de pico. E foi exatamente nesse momento que meus olhos viram a mulher loira, que não dava as caras desde o dia no shopping, passar em frente a cafeteria sem me notar.

- Ei -me levantei, indo atrás dela- Ei, Katherine!
- Jade? -ela parou, me olhando surpresa, enquanto eu a alcançava- Você vindo atrás de mim? -ela sorriu.
- Na verdade, eu até achei estranho você ter desaparecido.
- Sentiu minha falta?
- Eu nem sem quem é você! -joguei na cara dela- E é exatamente por isso que eu estou aqui agora, você vai me dizer quem é, e de onde conhece minha tia! 
- Eu sabia que essa hora chegaria. -suspirou satisfeita- Tem certeza que quer falar disso no meio da rua?
- Vamos sentar ali. -apontei para a mesa onde eu estava no Starbucks, e nós seguimos para lá em silêncio.
- Pode começar. -afirmei assim que nos sentamos.
- Bem...não é só sua tia que me conhece, seu pai também me conhecia. -juntei as sobrancelhas- Nós éramos jovens, ele estava começando na vida que você sabe que ele levou, junto com seu amigo 
Lewis.
- E daí? -queria que ela fosse direto ao ponto, eu estava mais do que curiosa.
- Seu pai e eu tivemos um relacionamento.
- Ah, mas é claro! Como eu não pensei nisso antes? Você é uma ex do meu pai que acha que tem algum poder sobre o dinheiro que ele deixou.
- Jade, você não está entendendo...eu sou sua mãe! -ela afirmou com naturalidade, e foi como se eu tivesse levado um tiro, a mulher que havia me abandonado estava bem ali na minha frente.
- Vo-você o que? -gaguejei, meu cérebro ainda estava processando aquela informação.
- Me deixa te explicar. -eu estava perplexa demais, então só fui deixando ela falar- Quando Norman e eu fomos morar juntos, eu comecei a ter um caso com o Lewis, e quando descobri que estava grávida eu nem tinha certeza de qual dos dois era o pai, mas como seu pai era meu parceiro oficial, ninguém além de mim tinha essa dúvida. Quando você nasceu, eu mesma providenciei um exame de dna em sigilo. -ao ouvir isso eu senti um calafrio, não, não por favor.
- E o meu pai, ele é...?
- Fica calma, o exame constatou que você é sim filha do Norman. Eu só queria que você entendesse meu lado, eu estava apaixonada pelo Lewis! 
- Entendesse o seu lado? -ri irônica e nervosa- Pois bem, vamos analisar o seu lado: uma mulher que se envolveu e iludiu um homem que não amava, no caso o meu pai, só porque ele lhe fornecia uma ótima estabilidade financeira; iniciou um caso com o melhor amigo dele, e quando engravidou, abandonou o bebê que gerou, com apenas seis meses de vida, só para fugir com o seu amorzinho. É claro que eu entendo você, mamãe. -usei todo sarcasmo que consegui.
- Filha...
- Não abre essa sua boca pra me chamar assim! -disse mais alterada e algumas pessoas ao redor nos olharam.
- Jade, querida, eu preciso da sua ajuda.
- Eu já imaginava, você quer dinheiro, não é?
- Bem, o Lewis foi preso por estelionato há três meses, eu estou em uma situação difícil, e...-a interrompi.
- Vem atrás de mim após quase 24 anos pedir dinheiro? Você é desprezível! Eu tenho uma mãe, e ela se chama Grace Mitchel!
- Mas, Jade, tenta me entender, por favor!
- Fique longe de mim e da minha família, eu tenho nojo de você, Katherine!





Lembram quando eu falei que a temporada de tretas estava aberta? hahaha
Comentem, até domingo, beijinhos

14 comentários:

  1. Só falta no próximo ela descobrir o segredinho do neyzinho, né?

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  2. BA BA DEIRA A SENHORA HEIN TIA BAI! QUE ISSO...quero a Jade grávida kkkkk

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  3. MEU DEUSSSSSS!!!!interesse ontem hoje e sempre, que mae é essaaa! Tadinha da Jade. Agora que o Neymar nao vai poder se afastar dela

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  4. sabiaaa q era a mãe dela kkkk o bom q ela tem o Neymar p ficar do lado dela dps dessa descoberta

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  5. Meu que capítulo maravilhoso
    Continua pelo amor Dr deus
    Eu vou morrer se vc demorar mais um pouquinho...

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