Capítulo 11 - Plan

Neymar POV

A porta se abriu, revelando a loira que eu não via há uma semana. Levei um susto e bloqueando meu celular, guardando-o no bolso em seguida.

- Neymar? -Jade pronunciou meu nome de uma forma bem surpresa, mas sorriu- O que está fazendo aqui? -caminhou até mim, que ainda permanecia sentado em sua cama, sem conseguir pensar em muita coisa.
- Eu...cheguei, e vi que você estava no escritório. Não quis atrapalhar, e como já havia subido, fiquei aqui. Tem problema? -perguntei enquanto me preparava para receber um insulto ou algo semelhante.
- Não, não tem. -ela sorriu novamente, e por vontade própria se sentou no meu colo, passando seus braços pelo meu pescoço, apoiei uma de minhas mãos em sua cintura, e a outra nas costas, na mesma hora Jade grudou nossos lábios em um selinho demorado. Fiquei surpreso, mas aprofundei o beijo, não podia negar que senti sua falta- Como está seu pai? -perguntou temerosa, segundos após encerrarmos o beijo.
- Está bem melhor. -menti, meu pai não havia adoecido.
- Bom. Você chegou cedo. -ela observou
- Sim. Está tudo certo? -ela assentiu- Então eu posso ganhar outro beijo? -sorri de canto e ela riu, nos beijamos em seguida. Deitei Jade delicadamente sobre a cama, sem segundas intenções, só queria que aproveitássemos melhor o momento. Eu realmente, e infelizmente, estava com saudades.

- Eu sempre soube que esse cara só entrou pra equipe por esse motivo! -a voz irônica e irritada de Matthew preencheu o quarto, chamando imediatamente nossa atenção, ele estava parado a porta, Jade não havia fechado quando entrou.
- Matt, não...-ela tentou argumentar mas foi interrompida.
- Não quero ouvir nada! Você não me deve explicações sobre com quem dorme ou não. Você só não tem o direito de colocar qualquer um nos nossos negócios, você não pode, Jade! É a nossa liberdade e nossa equipe que estão em jogo! -ele gritou com ela- Isso sem citar aquele acordo ridículo que temos, esse cara é um ficante seu -pronunciou a frase com certo nojo, ainda gritando-, portanto ele não deveria estar aqui! -Jade me pareceu totalmente atingida, mas mesmo assim abriu a boca para rebater, mas por um impulso saí em sua defesa.
- Abaixa esse tom pra falar com ela! Quem você pensa que é? Se Jade confia em mim, você não tem absolutamente nada a ver com isso! -Matthew riu irônico.
- Cala a boca! -ele gritou, senti meu sangue ferver e cerrei os punhos instintivamente- Você não é ninguém aqui, nem ela mesma conhece você! Ou conhece, priminha? -ela não respondeu- Eu sim sou um dos herdeiros de tudo isso, e me importo muito com as consequências que a minha equipe possa enfrentar!
- Chega, Matthew! -Jade disse firme, mas sem gritar- Eu acho Neymar totalmente capaz de estar trabalhando conosco, e não é só porque estamos ficando que as habilidades dele para a equipe acabam. Se você não é capaz de entender isso, eu sinceramente não posso fazer nada! -despejou tudo sobre ele, que respirou fundo.
- Eu espero que esteja bem ciente de que está colocando tudo que seu pai construiu em risco, por um cara que você simplesmente gosta de beijar às vezes! -a frieza de Matthew afetava Jade, eu conseguia sentir, por mais que ela lutasse para não transparecer.
- Já acabou o showzinho? -chamei a atenção dele pra mim, ela não aguentaria muito mais.
- Eu ainda acabo com você, Neymar! -ele prometeu.
- Tô ansioso por esse dia! -sorri e Matthew saiu batendo a porta com violência. Me virei para Jade, que encarava um ponto fixo no chão, ela estava tentando se manter firme, mas eu sabia que aquilo tudo era duro pra ela- Você está bem? -ela ignorou minha pergunta, então eu a abracei, Jade repousou a cabeça no meu peito ainda sem dizer nada.
- Ele tem razão. -ela deixou escapar depois de alguns minutos.
- Você confia em mim? -perguntei e ela levantou seu rosto, me encarando.
- Sim...só não faça com que eu me arrependa! -Jade disse séria, e eu me senti horrível por estar mentindo para ela.

[...]

Jade pediu para que eu chamasse os outros, para que pudéssemos repassar e revisar tudo minuciosamente, já que, pelo menos por ora, Matthew havia desertado.
Atendi seu pedido, e não demorou muito para que Gil, Guilherme e Gustavo chegassem por ali. Enquanto nos distraíamos com papos aleatórios, percebi a presença dela descendo as escadas. Seus cabelos, que antes estavam soltos, agora estavam presos em um alto rabo de cavalo, tanto sua calça quando a camiseta eram pretas, e seu olhar era sério, duro e concentrado. Jade poderia até se partir em pedaços, mas no minuto seguinte sempre se reerguia fortemente, e isso era admirável, de verdade!

Jade POV

Antes de descer, e repassar toda a operação, eu troquei meu short jeans e camiseta azul por roupas discretas, confortáveis e pretas, prendi meus cabelos, e tentei me manter concentrada. Não era a primeira vez que algo me abalava, e não seria a última. Mas não era por isso que eu iria me fragilizar e ficar reclusa. Eu nunca me submeteria as minhas fraquezas.

- Precisamos conversar. -anunciei, chamando a atenção dos quatro enquanto adentrava a sala- Matthew não vai conosco essa noite, e o motivo não vem ao caso agora. A questão é que toda a estratégia está baseada em um grupo de seis pessoas, mas acredito que isso não venha a ser um problema, afinal sempre trabalhamos em cinco. -eles me ouviam com atenção, e eu gostava da eficiência da minha equipe- Gil fica na mesma função, Gustavo na cobertura, Neymar e Gui no emparelhamento, e eu fico com a ação. -cada um assentiu na medida que ouviu seu nome- Neymar, a revisão é com você! -avisei e me sentei, vendo-o se levantar e começar a explicação.
- Certo. -ele juntou as mãos e estalou os dedos- Estacionaremos nas proximidades da rodovia, e quando o caminhão passar por nós, iremos começar. Gustavo fica atrás dele, mantendo distância cuidadosa, apenas para evitar uma fuga depois de um freada brusca. Gil vai fechar o motorista, não permitindo que ele acelere mais. Quando isso acontecer, Gui, você e eu temos que agir rápido! Emparelharei de um lado, e você pelo outro, feito isso, Jade vai subir, render o motorista, e está feito. -ouvi-lo dizer tudo aquilo até me dava orgulho, esse plano realmente havia ficado bom.
- O homem será sedado e algemado, e quando entregarmos a carga soltaremos ele e o caminhão exatamente no ponto em que o pegamos -expliquei.
- Eu já verifiquei e te passei os trechos sem polícia rodoviária, temos bons quilômetros, praticamente duas horas. -Gustavo se pronunciou.
- Sim, é ótimo, talvez nem precisaremos de tudo isso.
- E quando começamos? -Gil perguntou.
- Partimos a meia noite.
- Só vamos! -Gui disse animado- Mais uma vez vai dar tudo certo! -eu não gostava de contar vantagem, mas não iria contrariá-los, ter a equipe motivada era bom.

[...]

No horário determinado, todos estavam prontos, concentrados, armados e preparados dentro do meu carro. Seguimos até nosso balcão oficina, e cada um foi para o seu determinado carro de operações. Senti um aperto no peito ao ver o de Matthew vazio, mas ignorei isso. Apenas eu era quem estava de carona, com o Neymar, para ser mais exata.
Durante o caminho até a rodovia, ele tentava puxar assunto, mas não conseguiu e nem conseguiria, era realmente difícil roubar minha concentração em uma hora como essa. Chegamos ao local determinado e esperamos, todos parados além da faixa do acostamento.

[...]

- Pessoal, trinta segundos, aí vem ele! -a voz do Gustavo soou nos rádios comunicadores que cada um carregava.
- Entendido. É com você, Gil! -anunciei e ele arrancou com o carro- Sua vez, Gus! -ele foi o segundo a disparar, e logo atrás foi o Guilherme, seguido do Neymar e eu.

Quando o carro em que eu estava emparelhou ao lado direito do caminhão, Gil já o fechava na frente, e Gustavo dava a cobertura para todos nós, atrás. Guilherme também já se encontrava do lado esquerdo, e a essa altura o motorista já se dava conta do que se tratava. Era minha hora de agir. Fui para o banco traseiro, ajeitei a touca preta sobre meu rosto, me certifiquei de que minha arma, algemas, sedativo e rádio estavam bem presos ao equipamento da minha roupa e abri a porta do carro. Ao perceber isso, Neymar praticamente juntou as latarias dos dois veículos, dessa for eu consegui pular e me segurar no caminhão. Mas no momento em que iria forçar a porta para entrar, levei um grande susto. O caminhão foi jogado para a esquerda, propositalmente por seu condutor, de modo que o carro do Guilherme foi fortemente atingido, fazendo-o perder o controle e capotar duas vezes, vi tudo pelo espelho retrovisor esquerdo. Ninguém maia poderia notar, se aquela rodovia já era normalmente deserta, aquela hora da madrugada isso só era mais evidente. Senti minhas pernas fraquejarem, isso não poderia estar acontecendo. No rádio preso a minha roupa a voz de Neymar soou, me trazendo de volta a realidade.

- Gustavo, nós três assumimos daqui, cuide do Guilherme!
- Pode deixar! -Gustavo respondeu.

Essa foi a última coisa que prestei atenção, antes de quebrar o vidro da janela, abrir a porta, e quando o homem visivelmente assustado iria jogar o veículo novamente, mas dessa vez para minha direção, eu consegui entrar, e vi Neymar se distanciar cautelosamente dele.

- Não vou machucar você, quero apenas o seu caminhão! -disse sacando minha pistola na direção do motorista, um senhor de meia idade- Agora diminua a velocidade, e pare. -ele me obedeceu, e ao fazer isso, Gil e Neymar fizeram o mesmo. Algemei as mãos do homem sem violência, em seguida o sedei, e ele imediatamente caiu no sono. Com certa dificuldade o tirei do volante e assumi.

- Tudo sobre controle, apenas me deem cobertura e vamos acabar logo com isso! -anunciei no rádio

Comecei a dirigir rumo local marcado para a entrega, uma velha fábrica abandonada em um lugar no meio do nada, coisas do Bob, nosso cliente.
Durante a entrega da carga, nosso pagamento, e a libertação do motorista que ainda dormia em seu caminhão sem carga, eu percebi Neymar sério, e totalmente apreensivo. Mas eu não conseguia me preocupar muito com aquilo no momento. Eu só conseguia pensar no Guilherme!

Oi oi, amorinhas! Sabemos que o capítulo não ficou muito grande, mas ele deveria ficar mais focado no plano mesmo, como o título sugere haha. Enfim, esperamos que tenham gostado, que comentem, e que fiquem ansiosas para o próximo! ps: desculpem qualquer erro ortográfico.

Sei que já é dia três, mas antes tarde do que nunca: Que 2016 seja um ano magnífico para cada uma de vocês, e que não faltem sonhos pelos quais lutar. Muita paz, muito amor, muita saúde, e muita luz!

Beijo da tia Bia, e mando beijo pela tia Sabrina também, porque sou dessas. Flw