quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Capítulo 15 - Jealous





Neymar POV

Depois daquela discussão com a Jade, eu não sabia se estava com mais raiva dela, ou de mim mesmo por ser tão idiota, por ter deixado me envolver, por ter cometido um crime por ela.
Passei o resto do dia no meu apartamento, sem fazer nada de importante, só me remoendo nesse sentimento que me divide: essa atração por ela, e o arrependimento por deixar isso acontecer.
A campainha tocou, e eu logo imaginei que poderia ser ela, já que o porteiro não interfonou. Mas me surpreendi ao abrir a porta, era o Jota quem estava ali.
Nossas famílias são muito amigas, e vieram do Brasil juntas, começando logo o empreendimento no ramo logístico. Nós dois fomos criados juntos, e somos quase como irmãos biológicos. Era do ombro dele que eu estava precisando agora, de alguma forma o destino me ajudou, e fez ele aparecer.

- Falaê, seu moleque! -ele disse sorridente quando eu abri a porta, e nos abraçamos em seguida.
- Que surpresa, mano!
- Tu esquece a família, seu merda. -Jota disse enquanto entrávamos.
- Trabalho né, e a gente sempre se fala, para de putaria. -ri.
- Ah, mas não é a mesma coisa. Saudades dos nossos rolês la por Liverpool, até a Rafa, que mora nos Estados Unidos apareceu lá, e você não. -se sentou em um sofá, e eu no outro.
- Eu tô em missão agora, então vou ficar longe por tempo indeterminado.
- Saquei. E o que é dessa vez, ladrões de banco, sequestradores, rede de corrupção?
- É pior que isso tudo. -suspirei.
- Terrorismo? -ele perguntou com receio, arregalando um pouco os olhos.
- Não, cara. -ri- Tô infiltrado em uma quadrilha de roubos de carga.
- E ta complicado conseguir provas?
- Não, essa é a pior parte. -Jota franziu a testa- Eles tem uma líder, e a minha estratégia era meio que seduzir ela pra me infiltrar.
- Tu é bom, ein! -ele riu.
- Mas eu me fudi, porque eu to completamente apaixonado. -confessei.
- Como é? -ele quase gritou- Nós nos conhecemos desde que nascemos e eu nunca te ouvi falar isso, e agora você se apaixonou por uma criminosa?
- Eu não sei como deixei isso acontecer. Eu só não consigo pensar na possibilidade de ver ela presa!
- E vai fazer o que agora? Largar o Serviço Secreto?
- Eu não posso, e aliás, isso nem é recíproco.
- Você se apaixonou por uma criminosa que te rejeita?
- Valeu por jogar na minha cara, mano. -ironizei- A gente sempre fica, e ela diz não sentir nada, é foda!
- Talvez ela sinta e não admite.
- Talvez...Mas mesmo assim, isso é loucura, eu tenho que prender ela!
- Isso é, mas você pode se transferir de missão!
- É, posso. -murmurei, talvez eu não quisesse trocar.
- Mas fica de boa, eu vim passar uns dias aqui. A gente saí, pega mulher, e você esquece ela! -Jota sugeriu, como se fosse a coisa mais fácil do mundo.
- Ta bom, irmão! -ri, desacreditando que eu fosse capaz de fazer isso agora.

[...]

Nós passamos o pouco que ainda restava do fim do dia conversando sobre esse e outros assuntos, até umas partidas de futebol no vídeo-game renderam, mas eu acabei indo dormir cedo mesmo.
Na manhã seguinte, eu estava de pé logo cedo para ir trabalhar, me surpreendi ao não ver Jenny lá, e ser avisado por outra funcionária de que ela estava de atestado médico.
A verdade é que eu só estava ali pra bater meu cartão, e manter boa aparência para o coronel, enquanto digitava palavras aleatórias no word, e lia algumas notícias no site da bbc.
Eu não tinha mais nenhum motivo para trabalhar de verdade enquanto não decidisse o que faria da minha vida.
Na hora do almoço, quando voltei pra casa, Jota sugeriu que fôssemos em um restaurante que ele gosta, que fica perto do Wembley, felizmente não era longe, e mesmo não estando muito animado com nada, não quis recusar.

Dirigi até o local enquanto conversávamos, e eu até consegui me distrair, coisa que uma manhã inteira naquele escritório nunca poderia me proporcionar.

- Desde quando essa rua é tão cheia? Por acaso o Justin Bieber vai fazer um show? -perguntei irritado por não encontrar uma vaga na rua do restaurante.
- É exatamente isso. -Jota riu, apontando em direção ao Estádio de Wembley, algumas quadras mais na frente, onde podiam ser vistos cartazes anunciando o tal show, uma fila enorme, e alguns guardas de trânsito começando a fechar as ruas mais próximas.
- Porra! Desce aí, pede uma mesa, e um suco de maracujá, vou estacionar o carro na rua de trás.
- Eu sei que você vai é comprar ingresso pro show, mas de boa. -riu enquanto saía, e eu segui para rua que disse, encontrando, finalmente, uma vaga.
Assim que desci do carro, vi Jenny caminhando pela calçada, mais precisamente na minha direção. Seu rosto estava realmente abatido.
- Jenny?
- Oi, agente Santos! -ela sorriu fraco.
- Ah, por favor, sem essa de agente, nem estamos no trabalho. -ri fraco e ela me acompanhou enquanto assentia- Mas o que é que você tem? Está melhor?
- Acordei indisposta e com algumas dores, acabei de sair da clínica onde fiz exames, agora é esperar. -disse triste.
- Espero que dê tudo certo, aquele lugar é mais chato sem você me lembrando de fazer as coisas. -rimos.
- Obrigada! -Jenny sorriu, e olhando por cima de seu ombro, eu avistei uma loira caminhando em passos firmes na nossa direção. Era Jade, carregando uma expressão nada boa, isso só podia ser brincadeira!

Jade POV

Depois de chegar da balada com Matthew, tomei um bom banho e me deitei feliz, por ele ter finalmente voltado para casa, mesmo tendo largado as missões.
Na manhã seguinte, acordei com uma dor de cabeça tolerável, afinal eu nem bebi tanto assim na noite passada. Por conta disso não fui caminhar, e enquanto tomava meu café da manhã, encarava meu celular a espera de algum sinal do Neymar, sinal esse que não veio.
Não nos falávamos desde que ele deixou a minha casa depois da disussão, e mesmo não querendo admitir, isso me incomodava.
Depois da refeição, eu fui para o porão com os fones no ouvido, e treinei com o Charlie, e os outros equipamentos até me perder nas horas, e ficar completamente cansada. Quando voltei à sala, meu primo já estava acordado, assistindo algum programa sobre a NFL, na sala.

- Gostei que você não colocou nenhum som alto pra me acordar.
- Não seja por isso, amanhã voltamos a programação normal. -ri.
- Eu devia quebrar todos seus cds e pen drivers.
- Você não seria tão mal. -ironizei e ele riu.
- Minha mãe ligou.
- O que ela queria?
- Saber de nós, o de sempre, e disse que depois te liga. -assenti- Ahh, o cara da lavanderia também ligou, você já pode buscar as roupas.
- Af, eu tinha esquecido, mas tem roupas suas também, viu?!
- Sim, mas você busca as roupas e eu faço o almoço.
- E vamos comer o que? Miojo ou lasanha de micro ondas?
- Você me subestima, sua merdinha! -disse todo ofendido e eu ri.
- Ta, Matthew, vou buscar as roupas porque preciso da minha jaqueta. O telefone dos bombeiros ta na porta da geladeira, caso você coloque fogo na casa. -ri e subi pro meu quarto.

Tomei um banho, e vesti a primeira roupa que achei e que me deixasse confortável, e logo já estava dirigindo até a lavanderia.
Os arredores do lugar estavam bem movimentados, eu só não sabia o porquê, mas o importante é que eu encontrei uma vaga sem demora. Desci do carro, enquanto respondia mensagens da minha tia e da Alicia, e quando voltei a prestar atenção na calçada que eu estava caminhando, meus olhos avistaram ele. Neymar estava ali, parado ao lado do seu carro, conversando com uma mulher. E eu imediatamente senti como se tivesse levado um chute no estômago, aquela cena me atormentou, e quando me dei conta eu já estava indo, enfurecida, na direção dos dois.

- Jade? -ele pronunciou meu nome em um tom surpreso demais.
- Oi! -sorri e lhe dei um selinho, pegando-o de surpresa, nem eu mesma sabia o que estava fazendo- Olá, sou Jade Mitchel! -sorri para a mulher que o acompanhava, e passei meus braços pela cintura dele, em um abraço de lado, apoiando meu queixo em seu ombro, e encarando os olhos castanhos e abatidos da desconhecida. Neymar não estava confortável com a situação, eu sentia isso por seus músculos contraídos.
- An, ah...olá! -ela forçou um sorriso- Eu preciso ir agora, até qualquer dia, Neymar! -ela disse apressada, e nem esperou ele responder, para nos dar as costas e caminhar até virar a esquina.
- Você é bem popular, ein? -comentei sarcasticamente, soltando-o.
- Ainda tô tentando entender o que foi isso.
- Quem era ela? -perguntei dando voz a curiosidade que gritava dentro de mim.
- Por que eu deveria te falar? -ele arqueou uma sobrancelha.
- Quer saber, não tô nem aí! -fui sair dali, mas ele segurou meu braço, e só aquela pegada já me fazia quere-lo.
- Me diz por que você fez isso?
- Eu não fiz nada! -voltei a caminhar, sem nem lembrar pra onde ia, e dessa vez ele não me impediu, mas começou a andar do meu lado, os dois sem rumo- Vai me seguir agora? -perguntei irritada.
- Parece que é você quem ta fazendo isso, brotou do chão ali.
- Ha ha ha -ri sem humor- Você é ridículo!
- Você já disse isso, só não disse porque resolveu fazer cena de ciúmes no meio da rua.
- Ciúmes? Eu? De você? Por favor, Neymar!
- É a única explicação. Mas isso soa estranho, não é verdade? Afinal, você não sente nada por mim! -ironizou.
- Não mesmo! -só tive tempo de terminar a frase, e fui puxada contra seu corpo, em seguida ele colou nossos lábios, ali mesmo, no meio da calçada, no meio de algumas poucas pessoas que passavam, e iniciamos um beijo calmo, onde eu pude ter certeza que adorava seu gosto, eu não raciocinava quando estava envolvida nos braços dele, talvez isso fosse ruim, ou não, mas no momento não importava. Quando nós encerramos, eu o empurrei.
- Eu devia matar você! -fechei meus olhos com força e suspirei, voltando a encara-lo.
- Eu sei que você sente, Jade...eu sei. -deixou a frase no ar, exibindo um meio sorriso- Mas se você prefere da forma mais difícil, me procure quando tiver certeza do que quer de verdade! -enfatizou, e meu deu as costas, caminhando para longe de mim, enquanto eu mais uma vez ficava perdida por causa dele.

Esse capítulo ficou bem bosta, mas a "reaproximação" era necessária. Enfim.
Amamos vocês, comentem, até domingo! xoxo

9 comentários:

  1. Adorei a Jade com ciúmes, adorei mesmo, quero mais vezes! E o show do Justin? Nossa, KERO! Agora é sério, a Jade já pode dizer o que quer da vida, no caso o Neymar!

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  2. Da ódio de mim pro acreditar que esses dois vão dar certo um dia, que burra eu sou. Se eu fosse ele sumiria, chorava mais sumiria da vida dela, até ela ir até ele e os dois serem felizes pra sempre

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  3. Acho que a jade tem que reconhece logo que está apaixonada pelo neymar amei a cena de ciúmes dela

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  4. adorei a cena de ciumes, ja ta na hora dela admitir o q sente

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